Ao Som do Coração

Capítulo 137

— Eu não acredito que ele queira ferir a Lena, é o Mon-El, por Rao! Ele não faria isso!

Brainy e Alex se entreolharam, para eles Lena corria risco de morte sim, por isso achavam um erro ela deixar o DEO e voltar para casa, mas Kara ainda não conseguia acreditar.

— Kara, irmã, sei que pode ser difícil de acreditar, mas talvez...

— Não, Alex! Ele pode estar confuso, mas jamais machucaria Lena ou qualquer outra pessoa inocente.

— Ele pareceu falar sério quando me ameaçou ontem a noite, amor.

— Ele fez o quê? – Kara direcionou sua atenção para Lena. – Por que não me disse?

— Pensei que fosse só ciúmes bobo, Kara, não levei muito a sério.

— O que ele lhe disse exatamente, Lena.

— Ah, Alex, eu não me lembro direito. Talvez eu o tenha interpretado mal.

— Lena! O que ele disse? Você lembra cada palavra que eu sei. – Kara cruzou os braços e esperou.

— Ele disse que precisa ter certeza de que não sou uma ameaça para o futuro dos kryptonianos e daxamitas.

— E se ele considerar que você seja?

— Então – Lena respirou fundo e desviou os olhos de Kara tentando se esquivar da resposta.

— Lena? Amor, o que ele disse?

— Kara ele foi mais do que um amigo para você, talvez só esteja confundindo os sentimentos, até mesmo eu não gosto dele perto de você, é natural. Anjo, pode ser só um mal-entendido.

— Não vou perguntar de novo, Lena!

Dessa vez, Kara se aproximou de Lena deixando seus rostos o mais próximo possível, a Luthor pode sentir o ar quente da respiração de sua namorada em sua face, suas pernas tremeram levemente, juntou ar nos pulmões antes de responder:

— Que nada o impediria de acabar comigo se eu for mesmo a ameaça que ele acha que eu sou.

Kara trincou os dentes e por um segundo não esboçou reação nenhuma além disso. Lena prendeu a respiração e um leve arrepio correu por sua espinha diante do olhar desconhecido que viu na companheira. No segundo seguinte, Supergirl não estava mais lá, apenas o forte vento que fez Lena titubear.

Supergirl voou por apenas alguns minutos antes de encontrar Mon-El no meio do céu de National City. Os dois ficaram pairando no ar medindo-se mutuamente.

— Você está errado. Ela não é uma ameaça.

— Você não sabe o que eu sei, o que sua relação com ela mudou no futuro.

— E por que eu estaria interessada, Mon-El? Você mesmo disse que seria perigoso nos contar sobre o futuro.

— Eu sei, Kara, mas ela pode ser a ruína de nosso povo. Não consegue ver isso?

— Eu não sei o que vai acontecer no futuro, mas eu sei que não vou deixá-lo machucá-la.

— Não precisa ser assim, Kara.

— Não, não precisa. Basta você ir embora.

— E se eu não for? Vai mesmo me enfrentar para defender um Luthor?

— Não, mas vou enfrentar você para defender Lena. Se levar isso adiante, muitas pessoas podem se machucar Mon-El, é isso mesmo o que quer?

Ele olha para baixo e vê as pessoas passando cuidando das próprias vidas sem nem desconfiarem do perigo iminente que correm caso os dois realmente entrem em uma disputa corporal e sua determinação vacila por instantes.

— Mon-El, por favor.

— Está disposta a arriscar o futuro do que restou do nosso povo nas mãos dela? Depois de tudo o que perdemos, Kara, tem certeza?

— Eu não sei o que você está temendo Mon-El, mas eu amo a Lena, e ela não é uma ameaça.

— A ama mais do que me amou um dia?

— Ah, Mon-El! – Kara o olhou com desalento – O que eu senti por você era diferente, não se pode comparar um sentimento com outro. Eu era uma pessoa diferente, você era uma pessoa diferente, era um momento diferente.

— Está se esquivando, Kara, como sempre. Apenas me responda, a ama mais?

— Ah Mon-El, eu sinto muito que não entenda. Mas se quer uma resposta de sim e não, então sim. Eu amo Lena como jamais amei alguém em minha vida. Por isso não vou deixar que você a machuque, não vou, mesmo você sendo um amigo tão querido.

— Amigo?

— Sim.

— Então é isso, entre ela e eu e o seu povo, você vai escolher ela?

— Sempre.

— Eu sinto muito que seja assim, Kara.