Capítulo 117

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Assim que pousaram, o frio fez Lena se encolher, Kara imediatamente retirou sua capa e envolveu a namorada com ela. Depois de ajustar um pouco a temperatura para o melhor conforto de Lena, Kara a encontrou mexendo em um dos painéis de controle da Fortaleza; se aproximou e a abraçou por trás envolvendo sua cintura.

— Sabe o quanto Clark tem ciúmes destes controles?

— Posso imaginar, mas nem ligo.

— Sério? Vai mesmo querer enfrentar a birra do Superman quando se trata de seus brinquedos preferidos?

Lena se virou para ficar frente a frente com Kara antes de responder:

— Para resolver nosso problema e finalmente poder curtir você sem a ameaça de um cataclismo global? Enfrento até sua mãe, Eliza.

— Hum, como é corajosa essa minha namorada.

— Você não faz ideia – Lena respondeu dando pequenos selinhos nos lábios de Kara – mas, por mais que eu queira ficar aqui em seus braços, amor, precisamos achar uma brecha nesta lei idiota que seus antepassados assinaram.

— Acha mesmo que existe uma? – perguntou Kara se afastando um pouco.

— Amor, do pouco que já me contou sobre Seyg-El, penso que ele era também um estrategista e um bom estrategista sempre tem um plano sobressalente na manga.

Lena terminou de se afastar de Kara e voltou a lhe dar as costas antes de continuar:

— Agora, em qual desses botões encontro a história política de Krypton?

— E você por acaso sabe ler kryptoniano?

— Não, mas tenho certeza que esse robozinho aí atrás, me encarando, pode traduzir para mim se você mandar.

***

Kara sabia que Lena poderia trabalhar por horas a fio em completo e absoluto silêncio, sabia que a concentração da Luthor era muito maior que a sua, como também sabia que nada, nada a tirava do mundo que criava a sua volta quando estava no meio de um experimento; mas aquilo já estava ridículo, pelo menos cinco horas já haviam se passado e nem um som saíra da boca de Lena.

Impaciente, Kara começou a andar de um lado para o outro envolta de Lena como uma tigresa raivosa enjaulada e assim ficou por exatos dois minutos e meio antes de Lena gritar com ela e a expulsar para um canto qualquer da Fortaleza. Depois de rodar por cômodos que não visitava a anos ou outros que nem sabia que existiam, desistiu e, conectando seu celular em um ponto secundário, fez a única coisa que poderia fazer, ligou para Alex. Kara estava ouvindo a irmã reclamar de como passara as últimas horas sendo interrogada por Alura, Clark e Eliza para saber o paradeiro das duas quando o som de raios lasers sendo disparados, coisas quebrando e os gritos de Lena chegaram em seus ouvidos; deixando Alex falando sozinha voou o mais rápido que pode até onde tinha deixado a namorada.

Alguns robôs vigias haviam sido despertados e, em estado de defesa, atacavam Lena com tudo o que podiam. Supergirl os destruiu facilmente e se aproximou de Lena que estava escondida atrás de uma pilastra de gelo:

— Lena, você está bem?

Mas não deu tempo de a Luthor responder porque outros pequenos robôs surgiram e foram para cima de Lena, Kara se pôs entre ela e as máquinas as quais destruiu, porém quando a última caiu no chão, um enorme compartimento em forma de cristal surgiu, subindo do chão, e se abriu revelando um robô com o dobro do tamanho de Kara, no lugar de mãos ele tinha canhões que juntamente com outros artefatos semelhantes a armas que saíam de seus ombros apontaram para Lena e começaram a brilhar. Só deu tempo de Kara se virar e com a capa proteger seu amor recebendo nas costas uma rajada incessante de raios lasers tão fortes que não suportaria por muito tempo:

— Tenho que te tirar daqui.

Kara disse a Lena antes de tentar se mover, mas quando o fez o robô gigante deu dois passos na direção das duas aumentando o impacto do laser em suas costas o que fez um pequeno furo em sua capa que foi grande o suficiente para atingir o braço de Lena que soltou um grito de dor. Kara voltou para a posição inicial protegendo-a o máximo que pode, o ataque sobre elas estava mais forte, já podia sentir sua pele queimar em sinal de que sua roupa já não continha mais os raios que sofria, precisava sair dali, mas não via jeito de o fazer sem que Lena fosse atingida no processo.

O desespero começava a se formar em seu íntimo diante da possibilidade de Lena ser atingida por um daqueles raios o que lhe seria fatal, quando um grande estrondo foi ouvido e o ataque cessou. Kara tentou se mexer, mas a dor lacerante em suas costas a fez gritar e cair ao chão, Lena segurou-lhe a cabeça no mesmo instante que Superman se aproximou das duas:

— Clark, como isso pode doer tanto?

— Era um robô de proteção classe trayton, Kara, ele analise o oponente e adapta seu ataque para a fraqueza que detectar, mesmo que precise encontrá-la a nível molecular, provavelmente quando percebeu que você era uma kryptoniana deve ter mesclado kryptonita aos disparos que disparava.

— Por que raios tem uma coisa dessas aqui, Kent?

— Porque tenho inimigos poderosos e não posso permitir que algumas das informações que tenho aqui caiam em mãos erradas, Lena. Agora, vai até aquelas duas colunas ali e aperta a sequência que te falar, precisamos colocar Kara em uma câmara de raios solares amarelos antes que esse ferimento fique pior.

Sem demora, Lena fez como Superman lhe disse e uma câmara semelhante às de bronzeamento surgiu do chão entre as colunas, Clark ajudou Kara a caminhar até lá e fez com que ela se deitasse.

— Fique aqui com ela, Lena, vou desativar as outras medidas de segurança que você acionou.

— Outras?! – Kara disse surpresa olhando de Lena para o primo e deste para a namorada novamente – Por Rao, Lena, o que você fez?

— Eu? Nada!

Kara ia responder quando uma pequena onda de dor correu por seu corpo quando encostou as costas na câmara, por isso desistiu e deixou-se curar em silêncio. Clark por sua vez balançando a cabeça deixou as duas e voando sumiu dentro da Fortaleza da Solidão.

Ao Som do CoraçãoWhere stories live. Discover now