Capítulo 126

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Já haviam se passado duas horas desde o desaparecimento misterioso de Lena na frente de todos. Os agentes do DEO estavam por toda cidade à procura dela. Alura, Clark e Kara já haviam sobrevoado os quatro cantos do planeta, mas não acharam nem um rastro. O primeiro lugar que Kara tinha ido foi até Lillian e se Alura não chegasse a tempo a esta hora Lena estaria órfã tamanha a fúria de Supergirl quando a matriarca Luthor lhe dissera que não sabia do paradeiro da filha e que mesmo que soubesse nunca lhe diria, e de como estava feliz por sua pequena Lena ter finalmente criado juízo e fugido da alienígena imunda que Kara era.

Aflita e com a super audição concentrada 100% no som do coração de Lena, Kara voava por National City incansavelmente, já fora a Gotham e Star City, Lena não estava em nenhum lugar! O desespero já tomava conta de sua mente e seu coração. A imaginação já corria solta em direção aos mais tenebrosos cenários que Lena poderia estar enfrentando e terminava de dilacerar-lhe o peito. Estava passando pela milionésima vez pela penitenciária onde Lex estava preso quando o ouviu, baixo, quase um bater de asas de um beija-flor, mas com certeza era o coração dela, batendo, fraco, quase parando.

Supergirl planou no ar, sua capa totalmente aberta ao sabor do vento, seus olhos fechados e seus ouvidos apurando o som que lhe era como o som da vida, "eu a encontrei" disse pelo comunicador segundos antes de rasgar o céu num voo supersônico. Lena estava desacordada na beirada do píer onde levou Kara na primeira vez em que saíram, não se mexia e mal respirava quando Supergirl a pegou no colo e saiu em disparada em direção ao centro médico do DEO.

Alura e Clark foram os primeiros a chegar, algum tempo depois Alex entrou com seus agentes no DEO e foi direto para o setor médico onde encontrou Kara andando de um lado para o outro em uma pequena sala de espera. Do momento em que Lena foi atendida até que a dra. Ramirez viesse com notícias, não se passaram nem vinte minutos, mas para Kara parecia que horas haviam se esvaído.

— Doutora!? Ela está bem? Lena está bem?

— Supergirl, diretora Danvers, não sei o que realmente houve com a senhorita Luthor, seus batimentos estavam fracos porque ela foi drogada com alguma substância que desconhecemos, mas que já está desaparecendo de seu corpo. Fora os cortes na mão e a estranha marca no pescoço, ela está bem e deve acordar em breve.

— Marca, doutora, que tipo de marca? – perguntou Alura.

— Pelo que parece, alguém a queimou a ferro quente com uma espécie de símbolo no pescoço.

— O quê?

Kara não esperou pela resposta, passou pela dra. Ramirez e entrou no quarto onde Lena dormia. De leve, afastou os cabelos do pescoço e quase tocou a tal marca que ainda estava vermelha nas bordas, as curvas sinuosas do símbolo da casa El estava cortado de cima a baixo pelo que lembrava um relâmpago. Quando as pontas dos dedos de Kara encostaram no ferimento, Lena gemeu e uma leve expressão de dor tomou conta de seu rosto. Kara se afastou dando dois passos para trás e se chocou contra Alura.

— Deixe-me ver do que se trata.

Alura examinou a marca no pescoço de Lena e sem dizer nada saiu do quarto e deixou o DEO. Voou até a Fortaleza da Solidão e começou a vasculhar o lugar em busca da única sub-rotina kryptoniana que poderia ter marcado Lena com aquele símbolo:

— ZOR!!! - ela gritou.

O holograma de Zor surgiu a sua frente:

— Por quê? – ela perguntou entre dentes.

"Era preciso se o plano desse certo e Argo sobrevivesse seria preciso garantir a supremacia da casa El"

— Lena é humana, não vai sobreviver à prova.

"Então ela não é a escolha certa"

— Zor, por favor, não faça isso.

"Não é como se a escolha fosse minha Alura sou apenas o que ele me projetou para ser e minha programação é clara fazer todo o necessário para que a escolha de Kara seja a melhor para o futuro da família El"

— Não há nada que possa ser feito?

"Sim há Kara pode escolher outra companheira"

O holograma de Zor desapareceu deixando Alura sentido o peso de um mundo que já não existia nas costas, se perguntando como diria a Kara que seu pai condenou Lena à morte. Sem ter mais o que fazer, deixou a Fortaleza da Solidão, porém não foi para a casa de Kara, mas sim para o apartamento de Alex porque se tinha alguém que poderia dar a Lena uma chance de sobreviver, essa era Alexandra Danvers, mesmo que ainda não estivesse em plena forma.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora