Mistério Dos Sombrios Vol 1

Capítulo 13

Se por fora a casa já era linda, por dentro não foi diferente. A sala era enorme, Emily não deixou de pensar que era quase duas vezes o tamanho da sua casa. A decoração era elegante e cheia de personalidade pelas cores escuras na medida certa, o que deixava o cômodo com aspecto sombrio, o que é claro fazia todo sentido agora para ela. Havia um grande sofá preto no centro e como uma boa casa de pessoas ricas, não havia televisão, o que a fez imaginar que provavelmente haveria uma outra sala especialmente para isso em outro lugar que não fosse na sala de visitas. Não havia porta-retratos da família,  apenas dois quadros que tinha certeza, haviam saído de algum acervo de arte de alguma galeria de arte famosa e havia custado milhares de dólares. Assim como uma estante com livros na parede atrás do sofá e uma lareira de pedra que deixava tudo ainda mais elegante e sofisticado.

Parecia não haver ninguém em casa e se sentiu em um filme de terror por causa do silêncio torturante e pelo fato de estar sozinha com Victor. Parecia a cena perfeita de calma antes de um assassinato. Victor permanecia em silêncio o que a deixava curiosa sobre o que ele estava pensando, e torcia firmemente que não fosse na sua morte. Não que estivesse bem se a família dele estivesse ali, provavelmente seu medo seria pior ainda.

_Eles não vão demorar para aparecer. _disse ele se referindo a sua família, o que a fez se assustar por ele parecer saber exatamente o que ela estava pensando.

_Como você sabe o que estou pensando? _quis saber ela soltando sua mão da dele de forma brusca e dando alguns passos para trás acabando tropeçando nos próprios pés e quase caindo para trás, sendo amparada por Victor que a segurou pela cintura.

_Você é um desastre. _acusou o demônio inexpressivo. _E não, não leio mentes. Mas sou filho do inferno, sei ler almas como ninguém. Sei ler seus sentimentos, sei sempre o que fará em seguida, posso sentir seu futuro. Ninguém esconde algo de mim. Assim como posso ouvir sons á quilômetros.

Emily o encarou por vários minutos de modo nervoso, quase tímida. Lembrou das coisas que ela e Jessica haviam conversado no dia da festa e se sentiu envergonhada. Havia confusão também em seu olhar, porque por algum motivo quando ele falou sobre seu futuro pareceu triste, como se estivesse lembrando de algo que o entristecesse. Será que era tão ruim o que ele vira sobre ela?

_Victor... _disse uma voz vinda de uma escada que só agora Emily havia notado.

A pessoa tinha parado de andar e os encarava em choque, Emily não soube se surpresa por ela estar ali ou por ela e Victor estarem tão perto um do outro. A voz era de nada mais nada menos que de Nora Donovan, que encarou Emily com notável desprezo. Surpresa por a ver ali e mostrando seu ódio por ela e pelo que estava presenciando, o que fez Emily ter certeza de que não era só Katherine que nutria um amor não retribuído por Victor.

_O que ela está fazendo aqui? _perguntou a garota morena de modo grosseiro terminando de descer as escadas e se pondo na frente deles, cruzando os braços o que indicava sua irritação e indagava de forma ríspida o que Emily fazia ali.

_Ela é minha convidada. _disse Victor soltando Emily e a deixando se afastar, o que ela fez rapidamente se pondo atrás dele como se ele considerasse algum tipo de refúgio, o que sabia, estava longe da verdade. _Chame os outros, quero lhes apresentar a ela.

_Mas Victor... ela é... _começou a protestar a garota irritada, mas sendo interrompida pelo olhar mortal que ele lhe lançou.

_Sei exatamente quem ela é. _afirmou. _Va agora._murmurou ele friamente.

A garota arregalou os olhos assustada e acenou positivamente enquanto se afastava com rapidez. Pelo visto não era só a Emily que Victor assustava.

_Não precisava ser tão grosseiro. _disse Emily quando ele se virou para encara-la.

_E você deveria parar de defender quem não se importa com você. _disse ele amargamente.

Ela pensou em responder que ela nunca o defenderá, mas pensou melhor e achou que não valeria de nada uma briga agora. Com o olhar continuou a inspeção pela sala e encontrou algo quase cômico que não havia visto antes. Na parte superior da parede acima da lareira havia uma espécie de cruz de madeira, estranhamente bonita e feita de uma madeira escura com formato diferente de tudo que Emily já visto na vida.

_Deve estar se perguntando por que diabos temos uma cruz em casa. Você acreditaria se lhe dissesse que demônios são religiosos?

_Não, eu não acreditaria, você por acaso adora Lúcifer em frente a está cruz? _debochou ela de forma azeda, mas ficando gelada ao cogitar que aquilo pudesse ser verdade.

_Muito engraçadinha, adoro seu senso de humor. Mas você chegou perto, eu realmente faço orações para alguém aqui, mas para quem, idso já não é da sua conta.

_Você é sempre tão gentil. _resmungou ela irônica, escondendo seu pavor pelo fato dele não ter desmentido sua última indagação, não por completo. Isso significaria que ainda tinha alguma relação que o ligasse a Lúcifer?

Victor soltou uma risada suave e Emily quase se desfez em pedaços por aquilo. A senhora em Catarine Hill estava certa, demônios eram atraentes e tinha certeza de que Victor estava de algum jeito tentando fazê-la confiar nele tentando seduzi-la. Pelo olhar que ele lhe lançava agora isso não estava tão distante.