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MAIS UM ESTAVA CAÍDO NO CHÃO AO LADO ao cair em mais uma de suas jogadas. Mais uma vez nessa partida, e a única coisa que o impedia de ficar entediado era poder ver as caras de frustração e derrota na cara de cada jogador do time oposto.

Havia companheiros que o xingava por nunca passar a bola, mas nunca o confrontaram pois toda vez que a bola tocou seus pés era um gol.

O placar estava 7×0 para o time de sua escola ainda nos 75 minutos de jogo. Todos os gols foram feitos pelo camisa 9, e não tinha nenhuma pessoa que ficasse em silêncio naquele momento, ou proferindo o quão monstruoso ele era ou o quão desgraçado era por ser tão egoísta, algo que ele estava acostumado a ser chamado.

Ele amassava esses projetos de jogadores medíocres com um único objetivo, mostrar que o futebol não aceitava fracotes como eles, não havia espaço para eles naquele campo.

Já satisfeito com o estrago, ele gesticulou com as mãos para o treinador, um gesto que significava que ele queria sair. O treinador mesmo a contra gosto aceitou fazer a substituição, chamando o camisa 7 para entrar no seu lugar. Aquele moleque vinte centímetros mais baixo que ele nem poderia se comparar a ele, e na realidade, naquele confronto não havia ninguém de seu nível.

Com um olhar satisfeito e frio trilhou seu caminho até a linha de lateral e o suplente correu em direção ao meio do campo, dando instruções que o treinador havia lhe passado.

Os quinze minutos mais os acréscimos passaram e o jogo terminou 7×2 ainda para seu time, e ele estava bufando ao ver que ao sair a equipe acabou tomando dois gols de um impostor como atacante.

O de cabelo branco começou a andar em direção aos vestiários, onde se desfez de suas roupas e entrou na cabine de chuveiro, girando o registro, sentindo a água fria se tronar quente e relaxar seus músculos.

Não passou muito tempo ali dentro, saiu e se vestiu, e começou a andar em direção a sua casa.

Quando chegou foi verificar a caixa de correio como sempre fazia para sua mãe, e entre as correspondências encontrou uma na qual ele era o destinatário.

Andando em direção a casa enquanto abria a quarta que tinha o selo da Associação de Futebol Japonesa, seu interesse surgindo imediatamente. Será que finalmente teria a chance de jogar na categoria sub-20 japonesa?

Mas ao cruzar a porta de entrada terminando de ler, viu que era um convite para uma reunião com ele e alguns outros jovens atacantes do Japão.

Ele deixou a carta na mesinha ao lado e seguiu caminho para a cozinha onde sua mãe estava sentada a mesa olhando em sua direção com os olhos azuis claros brilhando em emoção ao ver seu filho.

Ele entregou as demais cartas para ela, e foi retirar sua comida, se sentando a frente da mulher para jantar, enquanto ela lia o conteúdo das cartas, resmungando algo sobre mais contas para pagar.

Logo após o jantar ambos conversaram por um tempo até que subiram para seus quartos e dormiram.

E durante o sono de Kira ele tinha uma única imagem em sua mente, a taça da copa do mundo, ao lado de várias bolas e chuteiras de ouro.

Afinal era seu único objetivo ser o maior e melhor jogador de todos os tempos.

𝐃𝐄𝐒𝐓𝐑𝐎𝐘𝐄𝐑 | 𝑩𝒍𝒖𝒆 𝑳𝒐𝒄𝒌Onde as histórias ganham vida. Descobre agora