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KIRA SE ENCONTRAVA ESTRESSADO, E NEM HAVIA SE PASSADO Mais de três horas desde que Karasu Tabito veio para sua equipe.

A questão era que o caráter de Shidou e o de Tabito se chocavam, fazendo com que várias vezes ele precisasse separar os dois para que eles não se agarrar-se aos socos.

Por sorte sua Ryusei lhe obedeceu em todas as ocasiões, era como se seu modo de jogar o futebol tivesse feito com que o respeito de Shidou pela sua pessoa surgisse.

Kurona sempre se mantinha calmo, afinal ele sabia que alguém precisava manter a serenidade para quando Kira surtar ele poderia tentar acalmar os ânimos do líder da equipe.

Por que Kira era o Capitão ideal para qualquer time.

Resultou que eles deveriam esperar 24 horas desde o último jogo para poderem entrar em um novo desafio, e ainda restava 21 horas. E não era novidade serem os primeiros a concluir a etapa anterior.

A partida não levou nem 20 minutos, foi extremamente fácil, mas poderia ter sido mais rápido segundo Kira, que poderia ter acabado com o jogo ele sozinho em menos de 6 minutos, e nenhum dos três discordaram, viram com os próprios olhos uma jogada magnífica dele, que só provava sua afirmação.

O tempo se prolongou por quê ele queria analisar quem seria a melhor opção para seu time, e graças a isso pode escolher sem se arrepender.

Eles estavam em seu quarto, conversando um pouco sobre o que faziam antes de entrarem para esse projeto.

Era a vez de Kira falar, e um brilho de diversão surgiu em seus olhos.

Eu destruía equipes de várias escolas. A resposta vaga não satisfez nenhum dos três que esperava uma resposta mais decente, sobre como era sua vida além do futebol, como todos haviam falado um pouco.

Vendo que eles não aceitariam uma resposta como aquela, ele bufou e decidiu se abrir com eles.

Eu era aluno de uma escola que era conhecida como uma das piores quando se tratava de qualificações escolares e de rendimento esportivo, até minha chegada ao menos. Eu era um aluno exemplar, nota 10 em tudo, sempre me destacando. Eu até fui o responsável pelo índice daquele lugar aumentar um pouco. Mas ainda seguia na merda.

>>> Eu sou muito apegado a minha mãe, afinal, ela é tudo o que me resta. Meu pai foi um jogador medíocre que abandonou eu e minha mãe e foi jogar na Europa, onde ele não conseguiu se destacar tanto, mas ainda está por lá. Minha vontade pelo futebol surgiu daí, destruir cada um provando que não sabiam jogar o verdadeiro futebol, e um dia, mostrar para meu pai o quão insignificante ele foi para minha vida e da minha mãe, jogar na cara dele que ele nunca soube como é verdadeiramente jogar futebol.

>>> Eu também não posso deixar de lado a promessa que eu fiz um dia para um amigo, que faleceu me fazendo prometer que seria o melhor jogador do mundo, não importava qual posição fosse. E eu sou alguém que cumpre as promessas. Algo curioso para vocês, eu já joguei basquete e vôlei, e me destaquei bastante. Ao parecer eu fui feito para ir bem em qualquer esporte que eu jogue.

Quantos anos você tinha quando o bastardo do seu pai foi embora? Shidou levou um tapa em sua cabeça da parte de Kurona, que lhe enviou um olhar duro, que não afetou em nada ao loiro com mechas rosas.

Karasu revirou os olhos, murmurando para si a grande sensibilidade que Ryusei tinha.

Você não precisa falar nada cara, ninguém aqui vai te precionar para isso...

Tá' tudo bem, acho que é até bom compartilhar um pouco. Eu tinha sete anos na época, nunca fui bom em esportes, era muito magro, fraco. Meu pai viu eu perdendo em um jogo para crianças memores e mais novas que eu. Ele naquela época havia se destacado no campeonato da segunda divisão, e seu preço de mercado estava acessível para que o RB Leipzing pudesse fazer uma proposta. A questão em si que é revoltante é o por quê ele não nos avisou que havia assinado um contrato com um time alemão, ele chegou em casa de tarde, um pouco alterado pelo álcool, devia estar celebrando ou algo do tipo. Ele chegou gritando, subindo para o quarto arrumando suas coisas, dizendo para minha mãe que o seguia a cada momento que ele estava de partida, que já não aguentava mais viver ao nosso lado, que finalmente seu futebol foi reconhecido e que eu era um fracasso. Na manhã seguinte eu estava sentado ao lado de minha mãe abraçado a ela enquanto ela chorava desconsolada, eu não conseguia entender direito, mas a única coisa que eu pude fazer foi apenas estar lá para ela, como um apoio.

𝐃𝐄𝐒𝐓𝐑𝐎𝐘𝐄𝐑 | 𝑩𝒍𝒖𝒆 𝑳𝒐𝒄𝒌Onde as histórias ganham vida. Descobre agora