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--- Qual é a emergência?--- Pergunta se aproximando de Maria que calçava as luvas.

--- Se tivesse chegado na hora saberia Romanoff.--- O residente que estava perto resmunga.

--- Uma escola aqui perto foi atacada...--- A morena sussurra para quando os outros de afastam.--- Sabe aquela escola aqui perto que parece um lugar mal assombrado?

--- É uma emergência com crianças então?--- Morde o lábio pegando as luvas.--- Eu não fico muito confortável com crianças em cirurgia.

--- Bom, somos médicas, temos que lidar com isso.--- Olha para Natasha que faz careta.

--- Eu não quero trabalhar com crianças, decidi isso desde o começo e agora com o Nathan eu só tenho mais certeza.--- Murmura seguindo a amiga para fora do hospital.

---... Tudo que sabemos é que um homem de entrou armado na escola e berçário aqui perto e atirou em ao menos 19 pessoas.--- Escuta parte do discurso de sua mãe enquanto se aproxima dos outros médicos que esperavam.--- Não sabemos as idades então vamos nos preparar para tudo. Todas as cirurgias foram desmarcadas, quero toda a esquipe focada nisso, e quando a impressa chegar ninguém fala nada sem antes passar por mim.

--- É claro.--- Bufa olhando para suas mãos enluvadas, ela só tá preocupada com o que a opinião pública acha.

--- Acorda para a vida ruivinha.--- Maria cutuca a amiga que levanta o olhar.--- Estão chegando.

--- Romanoff, comigo.--- Doutor Steve Rogers chama se aproximando da primeira ambulância a chegar.

--- Ah não...--- Sente seus olhos se encherem de lágrimas ao ver um garotinho na maca.

--- Hoje não vai ser um bom dia.

(...)

--- Então com a chegada do inverno, o patinho, cansado e com muita fome encontrou uma casa e pensou: Talvez aqui eu encontre alguém que goste de mim! E assim foi.--- Sussurra fechando os botões do macacão de Nathan.--- O patinho passou o inverno dentro de uma casa quentinha e na companhia de outros animais que gostavam dele. Tudo teria corrido bem se não tivesse chegado a primavera e com ela, um gato malvado, que enganando os donos da casa, expulsou o patinho para fora dali! Mais uma vez estou sozinho e infeliz. Suspirou o patinho.--- Franze a testa ao ficar tudo escuro.--- Só faltava isso mesmo bebezinho, faltar luz quase na hora da sua mãe fazer o almoço.--- Pega o bebê no colo se levantando da cama com pressa.--- O que tá acontecendo?

--- Parece que faltou luz em todos os apartamentos.--- A senhora que mora em frente ao seu apartamento responde vendo outras pessoas saindo dos apartamentos.

--- É, acho que não é legal ficar sem luz com um bebê dentro de casa.--- Comenta e a senhora assente se virando para sua casa.

--- Eu vou procurar velas.--- Entra no apartamento batendo a porta enquanto Wanda se vira para as outras pessoa no corredor.

--- Alguém sabe o que aconteceu?

--- Aposto que aquele síndico bêbado usou o dinheiro da conta de luz para beber.

--- Que irresponsabilidade.

--- É, o que a gente faz agora?--- Pergunta para o bebê em seus braços enquanto volta para o apartamento ignorando as reclamações das pessoas do lado de fora.--- Vamos procurar umas velas hum? A gente precisa fazer sua mamadeira e alguma coisa para eu comer.

(...)

--- Você parece um caco.

--- Você também.--- Seca uma lágrima enquanto Maria senta ao seu lado.

--- Vinte e uma pessoas morreram.--- Sussurra atraindo o olhar de Natasha.--- Eram dois adultos.

--- Então dezenove crianças morreram.--- Coloca as mãos sobre seu rosto soluçando.--- Meu Deus.

--- Tá tudo bem...--- Passa o braço pelo ombro de Natasha que apoia a cabeça em seu ombro.--- Em quantas cirurgias você entrou?

--- Quatro...--- Levanta enquanto seca seu rosto.--- Nenhuma delas durou mais de duas horas, porque eram crianças pequenas que foram baleadas e tal...

--- Quer que eu dirija? Você tá tremendo.--- Pergunta seguindo a amiga para o vestiário.--- Eu te deixo na casa da sua namorada e você me paga um Uber.

--- Fechado.--- Concorda ao chegar no vestiário já tirando a blusa.

--- Olha, eu sei que você é rica mas não precisa jogar a roupa fora.--- Murmura vendo-a jogar a camisa que havia tirado na lixeira.

--- Tá cheia de sangue.--- Balança a cabeça se virando para o armário enquanto a morena pega a roupa da lixeira.

--- Vou lavar para mim.

--- Vamos?--- Puxa uma da mochila a vestindo com pressa.--- Preciso sair desse lugar.

--- Tá...--- Abre seu armário e troca de roupa com pressa enquanto Natasha encosta as costas no sofá fechando os olhos.--- Não entra nessa porta, se entrar vai demorar para sair.

--- Eu só quero ir pra casa sentir o cheiro do meu rapazinho.

(...)

--- Ih, tá escuro...--- Murmura parando em frente ao prédio atraindo o olhar de Natasha que tinha o rosto virando para a rua distraída.

--- Ué... Tá tarde...--- Abre a porta do carro pulando do mesmo preocupada.--- A maioria das luzes estão acessas essa hora.

--- E parece que é só aqui...--- Sai do carro seguindo a amiga.--- Eu preciso trancar o carro, espera aqui que eu vou entrar com você. Teimosa.

--- Wanda?--- Chama abrindo a porta do apartamento após correr para dentro do prédio.

--- Oi.--- Responde sentada no sofá.--- Você demorou.

--- É, teve uma emergência.--- Se aproxima do sofá se jogando nos braços de Wanda.--- O que aconteceu com a luz?

--- Pelo que eu entendi o síndico sumiu com o dinheiro da água e da luz.--- Responde e Natasha se afasta assentindo.

--- E vocês não deviam pagar as contas individualmente?--- Pergunta se levantando do sofá.

--- Desde que eu moro aqui é assim.--- Dá de ombros tentando enxergar a mulher com a luz das velas.--- O que tá fazendo?

--- Vamos pra minha casa até resolver isso.--- Murmura pegando sua mochila e Wanda balança a cabeça se levantando.

--- Não, tá tudo bem... Eu tenho velas, não quero invadir o seu espaço.

--- Só vamos pra lá, tá?--- Volta a se virar para Wanda sentindo seus olhos voltarem a lacrimejar.--- É melhor, com água quente e luz, tem o bebê também.

--- Aí meu Deus, não chora.--- Se aproxima passando a mão pelo rosto de Natasha.--- A gente vai, tá tudo bem.

--- Tá...--- Assente olhando para baixo.--- A Maria tá lá fora, ela leva a gente de carro.

--- Tá bom...--- Seca uma lágrima do rosto de Natasha preocupada.--- Eu vou arrumar a bolsa do bebê, não chora, tá?

--- Tá...

DestinyWhere stories live. Discover now