--- Como é?
--- A senhora Natália deixou um testamento, ainda em vida ela passou os bens para a Natasha e...
--- Não, eu entendi, só quero saber o porque.--- Melina interrompe o advogado cruzando os braços.
--- Porque a Natasha é a netinha preferida.--- Yelena resmunga olhando para a irmã que estava encostada na parede com os braços cruzados.--- Por isso você ficava visitando ela, não é?
--- Pense o que quiser.--- Olha para a janela ao seu lado cansada.
--- Bom, podemos recorrer não, é?--- A loira pergunta olhando para a mãe.--- Ela tava velha, não podia tomar decisões assim.
--- Eu posso alegar insanidade.--- Se vira para o advogado que balança a cabeça.
--- Seria uma perda de tempo, senhora.--- Se aproxima da mesa no meio do escritório para abrir sua pasta tirando alguns papéis.--- Aqui, são cópias obviamente.
--- Você não vai falar nada?--- Yelena pergunta para a irmã que dá de ombros.--- Quando você planejou isso?
--- A Natasha não sabia das decisões da sua avó.--- Fala para Yelena que revira os olhos.
--- Duvido, a vó não precisava da assinatura dela pra isso?
--- Se lembra quando sua avó te deu seu primeiro carro?--- Pergunta se virando para Natasha que assente.--- Você teve que assinar alguns documentos.
--- Eu tinha dezesseis anos.--- Murmura passando a mão por sua testa.--- Já tem muito tempo.
--- E ela era menor de idade.--- Melina fala desviando o olhar das folhas em sua mão.--- É legal passar tanta coisa para uma criança?
--- Ela não é mais uma criança.--- Responde voltando a olhar para a mulher.--- E os documentos foram atualizados quando ela fez vinte e um anos, e sobre a alegação de insanidade mental, sua mãe esteve com um psiquiatra para ter o atestado de saúde mental, todo o processo foi feito de acordo com a lei.
--- Mais que filha...
--- Olha a boca.--- Melina Interrompe Yelena que cruza os braços.--- Eu vou ler isso e consultar outro advogado, tenho certeza que você só vai fazer oque convém para a Natasha.
--- Só estou seguindo as instruções que a minha cliente deixou.--- Pega sua pasta da mesa antes de se virar para Natasha.--- Sua avó queria garantir seu futuro.
--- Eu quero ler o documento também.--- Yelena levanta se aproximando da mãe após o advogado deixar o local.
--- Fica quieta.--- Melina olha rapidamente para as folhas antes de erguer o olhar para sua filha.--- Querida, precisamos conversar sobre isso.
--- Eu tenho que ir pra casa...--- Natasha murmura sem olhar para as duas a sua frente.--- Tá tarde, tenho que levar meu filho pra casa.
--- Aquele bebê não é seu filho querida.
--- Tchau pra vocês duas.
(...)
--- Deixa elas recorrem, tenho certeza que sua avó deixou tudo certo pra elas não tirarem nada que é seu...
--- Uhum...--- Fecha os olhos sentindo Wanda passar os dedos por seu cabelo.--- Preciso das cópias dos seus documentos e da certidão do nascimento do bebê.
--- Por que você precisa?--- Pergunta a abraçando sem tirar sua mão dos fios ruivos.
--- Pra mandar pro advogado.--- Murmura fazendo-a se afastar confusa.--- Ele vai entrar com o pedido pros passaportes, aí você vai preencher uma ficha e vai em um daqueles postos de documentos, não sei... Aí vamos vacinar o bebê, obviamente e vamos para Paris.
--- Você tá mesmo convencida a viajar, não é?--- Passa a mão pelas costas de Natasha que assente.
--- Vamos ao norte de França...--- Sussurra olhando para o rosto de Wanda sorrindo.--- Vamos ao rio Sena, e vamos jogar as cinzas da minha avó lá, onde ela vai encontrar o meu avô.
--- Isso é bem bonito.--- Beija a bochecha da ruiva que assente.
--- Eu fui com a minha avó quando ele morreu, ela disse que faziam piqueniques lá quando iam de férias.
--- Isso é fofo.--- Se deita no sofá puxando Natasha consigo.--- Nós duas vamos ser velhinhas fofas que fazem piqueniques na beira do rio?
--- Com certeza.--- Suspira apoiando a cabeça no ombro de Wanda.--- Eu chamei o bebê de filho hoje.
--- Sério?--- Sorri vendo-a erguer o rosto assentindo.--- Sinceramente, as vezes você é mais mãe dele do que eu.
--- Boba.--- Volta a se deitar sobre o peito de Wanda com um sorriso em seus lábios.
--- Acho que eu nunca me senti tão bem quanto agora...--- Aperta Natasha contra seus braços sorrindo.--- Acho que esse é o meu lugar no mundo.
--- O sofá?--- Brinca fazendo-a rir balançando a cabeça.
--- Seus braços.--- Dá um beijo na testa de Natasha que se inclina lhe dando um selinho.--- E agora eu tenho uma namorada bilionária.
--- Tem... Mas tenho certeza que você se apaixonaria por mim mesmo se eu fosse uma mendiga.--- Sussurra contra os lábios de Wanda que se afasta rindo.
--- Sim, mas se você fosse mendiga não seria tão cheirosa.
--- Que bom que nunca vamos saber.--- Se senta no sofá fazendo-a bufar.--- Então eu vou tomar um banho e ficar mais cheirosa.
--- Posso ir junto?--- Senta passando mão pela cintura de Natasha.
--- Você poderia...--- Morde o lábio ouvindo o choro do bebê.--- Mas uma de nós duas tem que arrumar a mamadeira do bebê.
--- Tá...--- Passa a mão por seu rosto vendo-a pular do sofá correndo em direção a escada.--- Me espera.
--- Oi rapazinho.--- Se aproxima do berço pegando o bebê.--- Você sempre sabe a hora de acordar, hein?
--- Tenho quase certeza que ele adivinha.
--- Sua mamãe é ciumenta.--- Natasha brinca olhando para a namorada que revira os olhos.
--- Ciumenta é a vovozinha.--- Resmunga caminhando até a cômoda de Natasha.--- Vou fazer a mamadeira.
--- Eu nem acho que ele tá com fome.--- Comenta olhando para o bebê em seu colo enquanto Wanda pega a mamadeira.--- Acho que ele só acordou e decidiu que não queria ficar no berço, né lindinho?
--- É...--- De aproxima olhando para seu filho.--- Acho que você tá tentando roubar minha namorada rapazinho.
--- Boba.--- Olha para a mulher ao seu lado sem conseguir conter um sorriso.--- Obrigada.
--- Por que?
--- Você me deu tudo que eu precisava.
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