--- Dá pra ver a dor nos olhos dos parentes quando comunicamos que um paciente morreu.
--- O que?--- Wanda se vira para a namorada confusa, havia um tempo que estavam sentadas em um sofá no canto do quarto, tempo que Natasha havia ficado em completo silêncio.
--- Quando falamos para as pessoas que seus parentes morreram... Dá pra ver a dor nos olhos deles.--- Abaixa o olhar para suas mãos mordendo o lábio inferior.--- Eu sempre tentei me colocar no lugar dos parentes, tanto que aconteceu aquelas coisas com as crianças e eu surtei e sai... Mas agora eu tô no lugar do parente que recebe a notícia de morte.
--- Amor, ela não morreu...--- Pega a mão de Natasha que assente.--- Ela tá bem ali.
--- Ela já se despediu de mim.--- Se vira para Wanda lhe abraçando.--- Falando que eu preciso ser feliz, que agora eu tenho você e o bebê e não preciso mais dela.
--- Entendi...--- Passa a mão pelas costas de Natasha que suspira antes de se afastar.
--- Que foi?--- Franze a testa vendo-a se levantar.
--- Tá amanhecendo.--- Cruza os braços olhando em direção a janela.--- Você devia ir.
--- Eu não vou deixar você e você sabe.
--- Eu sei...--- Umedece os lábios de virando para Wanda.--- Mas você nunca ficou tanto tempo longe do Nathan, tem que ir ver ele.
--- Não quero ficar longe de você.--- Murmura de levantando.
--- Saímos de casa ontem de manhã.--- Passa a mão pelo rosto de Wanda quando a mesma se aproxima.--- Vim pra cá tava anoitecendo e agora já é quase manhã, oque levamos pra ele deve estar quase acabando, você vai buscar ele pra ir para casa, mais tarde eu vou, prometo.
--- Não quero te deixar.
--- Tá tudo bem.--- Dá um selinho em sua namorada que balança a cabeça negativamente.--- Quando estiverem em casa me liga por chamada de vídeo, tô com saudades do meu rapazinho.
--- Tá bom.--- Se afasta observando o rosto de Natasha.--- Mas se você precisar de mim eu venho correndo.
--- Eu não esperaria menos de você meu amor.
(...)
--- Agora vamos ligar pra sua mãe.--- Franze a testa ao perceber como havia falado.--- Se bem que ela parece mais sua mãe do que eu.--- Senta no sofá com seu filho no colo enquanto busca o nome de Natasha no celular.
--- Oi fofinha.
--- Como você tá?--- Pergunta observando com cuidado o rosto de Natasha.
--- Tô ótima.--- Mente mesmo
sabendo que Wanda não acreditaria.--- E o meu rapazinho?--- De banho tomado e alimentando.--- Foca a câmera no rosto do bebê sorrindo.--- Acho que eu sou uma boa mãe afinal.
--- Você é.--- Responde sorrindo.
--- E sua vozinha?
--- Sem reação.--- Desvia o olhar do celular olhando para sua avó.
--- Isso é ruim?--- Franze a testa se sentindo confusa.--- Ela deveria acordar, não é?
--- Querida, ela teve um infarto agudo do miocárdio.--- Sussurra voltando a olhar para a câmera--- E umas das complicações mais comuns são hemorrágicas. A Hill me disse que vai fazer mais alguns exames daqui a pouco.
--- Sei.--- Assente sem entender uma palavra que foi falada.--- Alguém tá com saudades de você.
--- Eu também sinto saudades do meu homenzinho.
--- Dá pra ver que ele fica agitado com a sua voz.--- Comenta arrancando um sorriso de sua ruiva.--- Não quer mesmo que eu vá aí ficar com você?
--- Não, tudo bem.--- Suspira fechando os olhos.--- Vou pedir para entregarem seu almoço.
--- Não precisa, eu faço alguma coisa.
--- Você precisa...--- Para de falar olhando para algum lugar.
--- O que foi?--- Se arruma no sofá preocupada com Natasha.
--- O cardiologista tá aqui.--- Sussurra
voltando a olhar para o celular.---
Preciso ir agora meu amor, depois a gente conversa.--- Tá bom....--- Suspira olhando para a tela do celular apagada.--- O que a gente faz agora rapazinho?--- Ergue o bebê que resmunga.--- A gente pode fazer uma sopinha para a sua mãe, ela vai chegar exausta... Quando ela chegar.
(...)
--- Eu quero a casa.
--- Você o que?--- Se vira para Yelena confusa, estavam a meia hora na sala de sua mãe esperando as notícias dos exames e era a primeira vez que a mais nova se pronunciava.
--- Eu quero a casa.--- Volta a falar olhando para Melina que estava sentada em sua mesa em silêncio.--- Eu vou me formar no fim do ano, imagina uma festa de formatura naquela casa.
--- Isso é brincadeira.--- Passa a mão por seu rosto se segurando para não estapear sua irmã.
--- Sua avó não teve tempo de falar com um advogado, então tudo passa por mim antes de chegar até vocês duas.--- A mais velha responde enquanto Natasha se levanta para sair da sala.--- Onde você vai?
--- Pra um lugar onde eu possa respeitar.
--- Mas mesmo assim você ainda pode me dar a casa.--- Escuta Yelena falar antes de sair batendo a porta com força.
--- Hey...--- Maria se aproxima ao vê-la sair.--- Eu tava esperando você sair da sala da cobra.
--- Saiu o resultado dos exames?--- Franze a testa vendo-a lhe estender a mão.--- Pra que isso?
--- Eu prefiro responder isso com você sentada.--- Puxa a amiga em direção ao corredor ouvindo-a resmungar.--- E também prefiro falar isso bem longe das cobras que fazem parte da sua família. Um médico de verdade vai falar com elas.
--- Se um médico de verdade vai falar com elas é porque não é uma notícia boa.
--- Não...--- Entra em uma sala puxando a ruiva.--- Senta.
--- Não gosto disso.--- Cruza os braços se sentando na cama do quarto vazio.
--- Eu podia deixar você saber pelo doutor Stark, mas é melhor você saber por uma amiga.
--- Minha avó morreu?--- Pergunta vendo a amiga sentar a sua frente.
--- Não...--- Balança a cabeça pegando a mão de Natasha.--- Mas as artérias coronárias foram obstruídas, e tem alguns coágulo que estão interrompendo o fluxo sanguíneo.(N/A: fontes da minha cabeça. Então se não for assim que acontece de verdade ignorem.)
--- Então ela tá morrendo.
--- Tá.--- Assente vendo a amiga abaixar a cabeça chorando.--- Ela tá no quarto, você pode ir pra lá.
--- Eu já...--- Franze a testa ao ouvir o celular de Maria tocar.--- Me diz que não do quarto da minha avó.
--- Não dá...--- Suspira olhando para o celular.
--- Hoje é o pior dia da minha vida.