Confiança - Capítulo 12

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Bem, depois de ter estudado durante quatro horas diretas, só de matemática, dona Eliane — ou como estou chamando ela: professora —me deu um descanso e momento para comer meu lanche e ir ao banheiro, enquanto isso ela iria revisar as outras atividades que iria passar para mim.
O grande problema é que eu havia comido meu sanduíche e tomado o suco que Léon pegou para meu café da manhã — já que a senhora demorou algum tempo para abrir a porta —, então o único alimento que sobrou foi a maçã.

Após exigir muita força mental, concluí as atividades, fui ao banheiro e comi a fruta que era o que me restava, ouvi um pouco de música enquanto mexia na pulseira de miçangas e dormi por alguns minutos. Só acordei quando ouvi ela me chamar, dizendo que iria me passar exercícios de espanhol para fazer.
E sendo franca, eu não esperava que exercícios tão complexos poderiam ser fáceis de se fazer com uma simples explicação dela.

Fiquei tanto tempo olhando para a folha e murmurando "Tudo Que Você Quiser" que nem notei que a dona Eliane estava me encarando ao ver que eu só havia respondido cinco questões.
  Parei de enrolar e voltei meu foco para as outras dez questões.

— você é bastante inteligente, não entendi porque precisa de mais aulas, ainda mais nas férias - comentou com um tom de dúvida, enquanto me olhava responder a sétima questão onde eu devia trocar conectores e pôr sinônimos das palavras ditas nas frases.

— é que eu vim do Brasil e lá as aulas começaram há pouco, então não concluí o ensino médio - respondi simplista e então, ela ficou quieta por um tempo.

— você é brasileira? - indagou sem acreditar, concordei com a cabeça. — você fala espanhol como se fosse nascida aqui - deu uma risada curta, balançando a cabeça. Curvei os lábios em um sorriso pequeno, trocando o "mas" da frase escrita por "entretanto" tudo em espanhol.
Macetes que tive que aprender em português para poder usar na redação do Enem. E no fim, nem vou usar naquilo que era o motivo principal.

— minha mãe nasceu aqui na Espanha, ela que me ensinou a falar espanhol - expliquei, não muito confortável com o assunto. Afinal, ainda dói lembrar de tudo que envolve ela.

— isso explica muita coisa - sorriu simpática. Ela parecia ser o tipo de pessoa que consegue ser amada por todos. E fala sério, todos — ou melhor, quase todos, por conta que alguns jogadores de futebol não são tanto — que conheci aqui em Barcelona são assim.
— tenho uma amiga que ela nasceu aqui e ainda quando era criança, se mudou para o Brasil junto com sua família, depois de alguns anos ela voltou para cá e está até hoje - contou, puxando assunto e eu escrevi um pouco da resposta antes de continuar o assunto.

— ela nasceu aqui em Barcelona mesmo? - indaguei, apagando a palavra que invés de escrever "un", escrevi "uno", no caderno.

— sim sim, hoje em dia ela está casada com um dos seus ex colegas de trabalho - afirmou, me fazendo ficar curiosa com a história, mas eu tinha que terminar logo o tema para poder me liberar e poder comprar a camisa.

Eu só teria que pensar num jeito de como fazer isso.

— que tri - falei, então, raciocinei que eu estava na Espanha e não no Sul do Brasil. — quero dizer, legal - reformulei, sorrindo e ela só imitou o meu feito, vendo-me escrever as respostas que não conseguia entender como podiam estar fáceis. Não me lembrava que eu era tão inteligente, mas, está bem.

  A professora me explicou o próximo assunto que iríamos falar sobre, que ainda não tinha visto no Brasil, mas não é tão difícil como parecia ser.
Ela me explicou que dependendo da faculdade que eu escolhesse, entender aquele assunto seria de grande ajuda.

Deixa a Luz EntrarWhere stories live. Discover now