Say Yes To Heaven - KimChay

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(3 anos antes)

Conseguia ouvir a voz de Macau, seu melhor amigo, mesmo enquanto tinha música tocando em seu fone. O moreno contava para seus outros amigos sobre sua última conquista, animado, mas sem dar detalhes. Chay sorriu um pouco para o seu livro enquanto pensava o quanto seu amigo era diferente de si, tendo todos os garotos aos seus pés e aproveitando aquela atenção da forma que deveria.

- Chay? - Seu amigo falou mais próximo, tentando desviar sua atenção do livro em suas mãos - Terra para Porchay.

- Hm? - Tirou um fone para ouvir melhor a voz do outro, já sabendo o que ele iria falar.

- Posso levar o garoto que estou saindo pra sua casa hoje depois da aula? Você sabe que...

- Que o Vegas vai te matar se te encontrar com mais alguém enquanto ele e o Pete não estão em casa, eu sei. Claro que podem, você sabe, o Porsche não liga pra isso.

- Você é um anjo na minha vida, Chay - O outro lhe deu um beijo estalado na bochecha antes de pegar seu celular para mandar mensagem pro garoto - Você quer saber sobre ele?

- Você sabe que sim, não me contou até agora quem é esse misterioso - Fechou o livro, virando seu corpo em direção a Macau, prestando total atenção - Qual o nome dele? Quantos anos? Onde ele estuda?

- Promete que não vai me bater? - O sorriso de Chay fechou na mesma hora - Ei, não me olha assim.

- Pra você pedir isso, a coisa tá muito ruim. Conta agora.

- Então... o nome dele é Kimhan - Falou com a cara mais cínica que conseguiu fazer.

- Macau! - Viu o outro cair na gargalhada com sua reação - Seu primo Kimhan? Irmão do Khun e do Kinn? Você é louco, porra?

- E daí que é meu primo? Não tira o fato de ele ser gostoso.

- Você não tem jeito mesmo. E me diz, como vocês vão lá pra casa com o Che conhecendo ele e ainda por cima sendo cunhado dele?

- Ele nem fica em casa, Chay. Não vai ver a gente, na hora que ele chegar nós já vamos ter ido embora.

- Se eu me ferrar por sua culpa eu te mato, tá me ouvindo né?

- Claro, meu amor. Você vai adorar o Kim.

- Duvido muito.

Por mais que fosse uma situação absurda, ele não ligou muito. Era Macau, ele nunca tinha medo de nada, só de decepcionar seu irmão Vegas e seu cunhado Pete, que cuidavam dele desde que tinham saído da casa dos pais. E ainda por cima, a vida do amigo era entretenimento para Porchay, que era mais introvertido que o outro.

Eles eram o complemento perfeito um do outro, e desde que se conheceram não se desgrudaram mais, coisa que só era reforçada por suas famílias serem tão próximas. Eles estudaram juntos por anos, moravam perto um do outro, planejavam ir para a mesma faculdade e sempre estavam juntos. Por mais que Porchay tivesse outros amigos e fosse popular na sua escola, Macau era seu amigo mais próximo. Mais próximo até que seu "namorado", Bear, que só procurava Chay quando estava carente ou triste, e o garoto não fazia mais questão de correr atrás. Estavam juntos apenas por comodidade e aparências, e Chay estava cansado de ouvir Macau, Porsche e sua família lhe incentivarem a terminar de uma vez.

O tempo restante das suas aulas passou rápido, e por mais que o garoto estivesse cansado, se esforçou para prestar atenção. Soltou um suspiro de alívio quando saiu do prédio da escola para o pátio cheio de árvores ao lado de Macau, que se despedia dos garotos que formavam seu fã clube. Chay pôde ver de longe seu namorado indo embora com algumas pessoas em um carro, e nem se deu ao trabalho de falar com ele ou olhar uma segunda vez em sua direção.