痛み - Pesadelos

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Abro os olhos, mas não enxergo nada a princípio.

Pisco algumas vezes e finalmente uma imagem começa a se formar adiante.

Um lugar escuro, cercado por árvores secas e horripilantes, pedras pontiagudas e afiadas, sombras deformadas e assustadoras.

Tento falar, mas nada sai da minha boca.

Corvos grasnam e voam de um lado para o outro, desesperados, como se tentassem impedir o presságio terrível que viria a acontecer.

Um cenário confuso de guerra se materializa à minha frente, e gritos de dor, angústia e aflição ecoam por minha mente.

Apesar disso, não é o caos do conflito que me chama atenção, mas sim a enorme figura parada do outro lado do campo. Alta, forte, prepotente e... está olhando diretamente para mim.

A silhueta dá um passo à frente e depois mais outro.

Seus passos firmes começam a guiar seu corpo robusto em minha direção, e quanto mais perto chega, mais desespero eu sinto. Seus olhos cruéis são tão vermelhos quanto o sangue que se derrama a sua frente, e seus pés bem calçados atingem o fluxo como se nada fosse enquanto atravessa a distância que nos separa.

Seu rosto parece turvo, mas, ao estreitar os olhos, consigo perceber um sorriso maléfico se formar em seus lábios.

Meu corpo paralisado se assusta ao sentir uma mão repousar em meu ombro, e olho para o lado com dificuldade, tentando enxergar o que está tentando me tirar dessa paralisia.

Meus olhos captam meu próprio reflexo em uma superfície espelhada e, logo atrás de mim, mais alguém surge. Forço minha visão mais uma vez, mas a figura embaçada não se materializa o suficiente.

Pisco algumas vezes, tentando enxergar algo, e quando me viro na direção da figura, não a vejo mais.

Volto meu olhar para o espelho, e uma mulher muito bonita sorri para mim de forma acolhedora, enquanto estuda minha feição aflita e acalma de alguma forma a tensão de meus músculos.

Ouço uma voz suave no fundo do meu subconsciente, me puxando lentamente dessa realidade.

- Bom dia, coração. Está na hora de acordar.

Abro os olhos aos poucos e vejo Jungwon sentado na beira de minha cama, tirando delicadamente os fios de cabelo teimosos que caíram sob meu rosto com o indicador.

Ele sorri amavelmente enquanto me espera acordar com toda paciência do mundo, e tudo que consigo pensar é sobre como ele é perfeito.

No momento, estou torcendo para que ele não tenha me visto babar ou falar alguma coisa, como às vezes tenho costume de fazer, e que, por sinal, é bem vergonhoso.

- Bom dia, Jungwon - digo, me espreguiçando.

Seu sorriso se intensifica, mostrando covinhas.

- Dormiu bem?

- Dormi sim - minto. - E você?

Ele solta uma risada nasal enquanto termina de colocar uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha.

- Eu não durmo, paixão.

- Ah.

Eu tinha me esquecido completamente de que estou em uma casa infestada por vampiros.

Ele ri e afasta a mão de meu rosto, estendendo o braço no colchão para se apoiar.

Ele está sempre incrivelmente belo, mas hoje é a primeira vez que o vejo vestido de uma forma mais desleixada.

Sol da Meia Noite; ENHYPENNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ