Planos || Gabigol

o jeito.

Que do jeito que olha pra mim
Jeito que eu gosto de ver
O jeito que vive aqui
Jeito que eu vivo em você

Lua 🌊

Como uma mulher conectada com a natureza que sou, acordei, vi o dia lindão e fiz meu ritual matinal, pedindo pra ser um dia na paz, tranquilo. Mas a vida olhou e tal qual Jojo Toddynho, negou com a cabeça e disse "Não vai não, meu amor".

Precisava mesmo ele ser irmão da minha única cliente dessa cidade? Agora estava aqui, ouvindo os dois implorarem pra eu ir junto treinar futebol.

É gatas, que situação.

- Mamãe, você pode ser juiza então

- Ta garotinho, eu vou. Mas não vou jogar, sou péssima.

- Não precisa jogar não, pô. - Gabriel disse, o olhando.

- É, só vai ver que já ta bom. - Os dois piscaram um pro outro, to feita mesmo.

Tinha estacionado na frente de casa, então fomos andando até a casa do Gabriel.

- Se não quiser ser juíza, você pode fingir que eu sou jogador famoso e que é minha fã, foi me ver treinar. - Deu uma mão pra mim e outra pro Gabriel, enquanto nós dois riamos da frase dita.

- Não estaria fingindo não, sou sua fã mesmo. No campeonato vou levar até faixa, se prepara.

- Vai ser a mais bonita de todas, te faço um gol, tá? -  Gabriel gargalhou.

- Isso aí meu Davi, gosto de confiança, vai meter gol atrás de gol. - Ele riu.

- Ô Gabriel, e o Vasco?

- Ruim, muito ruim.

- Hm... E ooo... O botafofo, botafogo, não sei. - Segurei o riso.

- Botafogo, meu amor.

- Isso. É ruim também?

- Olha... Já foi pior, agora confesso que tá muito bom. Mas Mengo é melhor, pode confiar.

- Hmm... E você joga lá faz tempo?

- Desde 2019, pequeno.

- Ah tá. Esse ano eu era beeem nenê ainda.

- E não é mais? - Perguntei.

- Não, agora sou médio. - Gabriel riu.

- Ah entendi. - Soltei.

- O próximo jogo eu assisto, ta bom? Vou tentar lembrar.

- Quero só ver, ein?

- Promessa de dedinho. - Eles entrelaçaram o dedo e nós chegamos na casa dele.

- Gabriel, a gente pode só colocar uma musiquinha? - Disse assim que Gabriel voltou pro quintal com uma bola, olhando pra JBL em cima da mesa. - É que eu gosto muito, fico mais feliz.

- Lógico parceirinho, sou viciado em música também, sabia? - Ligou a caixinha, pegando o celular. - Quer ouvir o que?

- Matuê ou Major RD. Mamãe qual é aquela que eu gosto mesmo?

- 60K, nenê.

- Que isso, bom gosto demais. - Fizeram um toque e ele colocou a música. - Lua, você quer alguma coisa? Ta com fome?

- Não, to tranquila. - Sentei ali no sofázinho, enquanto ele assentia.

- Bora, meu parceiro? - Perguntou, enquanto Davi balançava o corpo no ritmo da música.