semana.

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E o que tem que ser será!
Tudo tem seu tempo e
Cada coisa à seu lugar
Já que esta sendo assim
Nada eu posso fazer
Somente é te esperar!

Gabriel

"Oi Gabriel, ih.... Já ta gravando? Ah já ta gravando. Oi Gabriel, tudo bem? Aqui é o Davi. Eu to mandando audio pra te desejar bom jogo, tá? Sei que vai dar tudo certo porque te treinei certinho aquele dia. Brincadeira, você que me treinou, mas vai dar tudo certo, ta bom? Boa sorte, eu e a mamãe vamos te assistir dessa vez. Beijo!"

Gabriel
"Sei que vai dar tudo certo porque te treinei certinho aquele dia"
KKKKKKKKKKKKKKKK
me pegou demaisss
[audio] Ô meu parceirinho, obrigado, viu? Agora com certeza vou ter um bom jogo, pô, depois de um aúdio da sorte desses. Depois quero saber o que achou, ein? Vou fazer tudo o que me ensinou semana passada. Logo menos tô aí pra gente voltar com as aulas e tu me contar o que deu na inscrição do campeonato. Um beijo.

Lua 🌙
KKKKKKKKKK
ele é impossível, cara
mas faço das palavras dele as minhas
ele te treinou certinho, vai dar tudo certo

- Eita como ri pro celular. - Ouvi a voz do Arrasca, enquanto a respondia.

- Eita como cuida. - Travei o celular e ele riu. - Nem te vi saindo. - Levantei

- Lógico, tava aí respondendo a outra. - Gargalhei.

- Se eu já tenho um diamante, não preciso de amante. - Pisquei, mandando beijo, enquanto ele ria e eu entrava no banheiro.

Não menti quando disse que a mensagem dela tinha me acalmado. Apesar de confiante, não estava nos meus melhores dias e parecia que ela sabia exatamente quais palavras eu precisava ler. Mas o áudio foi o que terminou de me quebrar, aquele molequinho me quebrava demais.

Era muito louco, porque assim como me senti muito confortável com a Lua desde a primeira vez que nos vimos a ponto de parecer que nos conhecíamos há anos, com ele foi a mesma parada. Naquela tarde que ele passou lá em casa, senti uma conexão muito foda com ele.

O moleque era bem humorado, trocava ideia como se fosse um adolescentinho e ainda era focadão no que queria. Disse que ia me meter um gol, prestou atenção em todos os passos que ensinei e foi tentando e tentando até de fato conseguir me meter um gol mesmo. Lembrei até um pouco de como eu era quando mais novo.

Respirei fundo e sai debaixo do chuveiro, começando a me secar. Acho que tinha sido meu banho pré jogo mais longo. Depois de muito tempo, estava nervoso por um jogo e não era de um jeito bom. E não conseguia distinguir se era insegurança ou pressentimento.

Aparentemente não era só eu, o clima do time todo tava meio estranho. Lógico que fomos o caminho todo soltando frases motivacionais e estávamos na garra de vencer, mas quem já viu o clima bom, sabia que hoje tava diferente.

E dito e feito.

Que joguinho filho da puta. Ruim, simplesmente ruim. Teve erro da arbitragem? Teve, mas erramos bem mais, de forma coletiva e individual.

A gente sabia que seria foda, mas o mínimo era chegar até a final. Sair de forma antecipada e nessa catinga que foi nossa atuação, envergonhou bem mais.

Davi ia escolher a porra do Fluminense, sem dúvida.

(...)

Remoí tudo o que tinha que remoer daquele jogo enquanto estava lá, inclusive no de sábado, que nos deu o terceiro lugar.

Mas assim que acabou, só desejei esquecer tudo isso e ir pra minha casa.

Passei o domingo nos meus pais, mas confesso que tava focado no jantar que tinha marcado a noite.

Nunca fui tímido no quesito flerte, pelo contrário, era até bem confiante, mas Lua me dava uns pane no sistema do caralho, desde o primeiro dia que nos vimos.

Se eu era seguro, ela era o dobro. Tinha atitude pra caramba e isso sempre me travava.

Nunca tinha sido convidado pra jantar, essa atitude sempre partia de mim e quando rolou, dei até uma gaguejada. Mas levando em conta o tamanho da lista de vergonhas que já passei na frente dela, mais do mesmo, tô até começando a acostumar.

E posso falar? Me amarrei.

Fui pra casa até mais cedo. Me arrumei com som no último, troquei de roupa umas dias vezes, peguei o pacote que tinha trazido e sai, indo até a casa dela.

- Opa, tudo bem? - O amigo dela soltou assim que abriu a porta.

- E aí, tranquilo e você?

- De boa, entra aí pô, Lua deve estar descendo. - Entrei, observando a casa melhor.

Era a cara dela.

- A gente nunca teve a oportunidade se se apresentar direito, né?

- Cara, nunca, e sempre nos vemos. Eu acho, né? Porque era você aquele dia lá em Portugal, não era?

- Era pô.

- Vocês são amigos faz tempo então?

- Como assim amigos? Foi isso que ela te disse? - Me olhou sério e eu travei, fazendo ele rir. - Caô, somos só amigos sim, quase irmãos. - Ri, revirando os olhos.

- Porra, que susto.

- Tá doido, se fosse minha esposa não ia poder falar que ia proibir a amizade porque somos livres, mas porra, já ia mudar de casa, tá? Que você ta bonitão agora, um perigo. - Segurei o riso.

- Como é amigo? Como assim agora? Não era naquela época do bar? - Ficamos nos encarando por uns dez segundos, um segurando o riso, mas não aguentamos e gargalhamos. - Que isso, tirado pra merda de graça.

- Aqui nessa casa sempre somos sinceros, já vem sabendo. - Parou pra pensar um pouco. - Não que você vá fazer parte, mas... Quer uma agua? Me deu uma sede.

- Pô, eu aceito. - Ele assentiu, levantando e indo pra cozinha. Ouvi a voz do Davi e da Lua e olhei em direção a escada.

Caralho...

Caralho

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Planos || Gabigol Where stories live. Discover now