procuro alguém.

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Procuro alguém que me faça chorar de novo
Que me faça lembrar como sou imperfeito
Um relógio que faça meu tempo parar
Alguém que não repita nada do que eu tenha feito

Gabriel

Observei aqueles 99,99999% pela sei lá qual vez essa semana. Não tinha dúvida do resultado, mas fez meu mês, meu ano.

Esse moleque me completava demais. Ver ele de mengo aquele dia me fez até entrar no campo confiante.

Via os caras do elenco que já são pais falando da responsa e felicidade que era o pós jogo quando se tinha uma família pra te receber e sempre ficava afim de sentir, mas não imaginava que era intenso assim.

Tava feliz pra caralho.

Mas ainda não tinha engolido o que o bonitão do Valdemir fez. Depois daquele dia na Lua nem tinha vindo pra casa dos meus país por conta da falta de tempo, mas ontem dormi aqui, pra matar a saudade e na intenção de conversar, mas apaguei assim que cheguei e quando acordei hoje tinha o total de zero pessoas nessa residência.

Fechei a bolsa, coloquei no ombro, celular no bolso do shorts e sai do quarto, ouvindo o barulho da TV.

- Ué, já vai? - Ouvi a voz dele assim que terminei de descer as escadas.

- Já, tenho compromisso.

- Rola um tempo pra gente conversar? - Olhei no relógio.

- Nem rola. - Não menti, tava atrasado mesmo. - Mas aqui, o que você queria. Espero que fique satisfeito. - Entreguei o papel pra ele, que colocou o óculos, tentando ler. - Fazer isso foi escolha dela, só pra você saber.

- Não foi por minha causa, né? - Mas eu vou te contar.

- Não diretamente, mas por pessoas como você. - Segurei pra não chamar de sonso, que aí ia levar coça.

- Sei que vacilei, mas só queria te proteger, cara. Você vai começar a me entender daqui pra frente.

- Vou, mas isso não é motivo pra tu ter feito o que fez. Sou um homem adulto, pai. Nem tão maduro, beleza, mas isso não te dá o direito de se intrometer na minha vida dessa forma e nem de desrespeitar a Lua por suposições suas. De preocupação por preocupação, fui otario da Rafaella por anos e o senhor nunca se intrometeu. Foda como uma paradinha pesa, né? - Fiz sinal de dinheiro com os dedos.

- Não compara, Rafaella tá na nossa família há anos.

- O que comprava ainda mais meu ponto. Me viu definhar por anos numa relação e ficava pianinho. Pelo contrário, era o maior apoiador das nossas voltas. Não sei o que tu disse pra Lua aquele dia, mas só peço que a respeite. Queria que isso rolasse sem precisar de uma prova, mas já que tu tanto fez, tá aí, vovô. Agora deixa eu ir, que to atrasado.

- E não tenho direito de responder? Só você que fala aqui?

- Depois a gente conversa, seu Val. De cabeça quente não dá certo não. - Beijei a testa dele e sai, entrando no carro, pensando se tinha soado desrespeitoso ou se devia ter falado mais. Foda como a relação com nossos pais mexe com a cabeça.

Suspirei, ligando o som e pegando a avenida. Assim que cheguei no condomínio, vi Davi sentado na porta.

- Gabi!! - Correu pra me abraçar assim que desci.

- E aí, filhote. Tava me esperando?

- Uhum. Quando tô com saudade fico ansioso.

- Eu também tava com muita saudade. Tava até com frio na barriga pra te ver. - Fiz cócegas na barriga dele, que gargalhou.

Planos || Gabigol Where stories live. Discover now