Planos || Gabigol

vicio de amor.

Me faz feliz com poucas palavras
Te dou um mundo, as rosas douradas
A lua cheia de madrugada

Gabriel

É família, rolou. Falei com a Lua até os dois pegarem no sono.

Virou bagunça.

Em minha defesa, não demorou tanto, os dois estavam cansados, mas certeza que a acusação vai alegar que eu simplesmente não tava nem um pouco afim de dar boa noite.

Virou bagunça.

Cheguei em casa no começo da tarde e apaguei de novo, dormindo tudo o que não dormi desde que voltei do Mundial, e o tempinho tava pedindo muito, continuava frio, chovendo, totalmente inimigo do RJ.

Acordei um pouco antes dar 16h, tomando banho e me arrumando pra buscar o Davi, até um pouco adiantado, mas tava ansioso pra caralho.

Lua me deu o passo a passo, falou em qual portão ele saia, o horário e que o avisaria que eu ia busca-lo, mesmo assim estava nervoso.

Encostei o carro e de longe vi ele se aproximando, se despedindo de uns dez moleques antes de correr até mim.

- E ai parceiro. - Se aproximou, me abraçando, enquanto eu o pegava no colo.

- E aí meu moleque. - Fizemos um toque. - Você é prefeitinho demais, né? - Abri a porta traseira, enquanto ele entrava.

- Nada, sou cheio de defeito. - Gargalhei, prendendo seu cinto.

- Prefeito cara, de conhecer muita gente. Falou com metade da escola antes de vim pra cá.

- Aaah, ouvi errado. - Riu, enquanto eu ia pro banco da frente.- Gosto de fazer amizade.

- Percebi. São tudo da sua sala?

Ele começou a contar e simplesmente não eram. Um de uma sala, outro de outra, outronse outra, não tinha noção de que tempo ele arrumava lá pra fazer amizade com geral.

- A gente vai aprender o que hoje Gabi? - Soltou, depois de chegarmos em casa, caminhando até mim sem camisa, de bermuda e com as mãos na cintura.

Enquanto eu o esperava, no meio do quintal, sem camisa, de bermuda, sem chinelo e com as mãos na cintura...

- O que você quer aprender?

- Hmmm... Eu ainda tenho medo quando chutam a bola pra mim. Você falou que ela é minha amiga, mas sera? Não faz dodói? - Segurei o riso.

- As vezes, mas só se você tiver medo. Pegando certinho, não faz não. Olha só, vou te passar dessa distancia que a gente tá, e depois vamos afastando, tá?

- Tá bom. - Fomos fazendo esse movimento, no começo ele tava meio receoso, mas com o tempo foi pegando.

Começamos a fazer isso se movimentando pra treinar a condução e no final, ele já tava conduzindo sozinho antes de me passar. Pegava tudo muito rápido.

A chuva não ajudou, depois de umas meia hora voltou até mais forte, o que fez a gente entrar.

Fiz um lanche, suco e ele comeu meio quietinho, pensativo.

Fomos pra sala, estiquei o sofá e deitei, o olhando sentado no cantinho, com as pernas em borboleta.

- Chega aí, pô. - Bati no espaço do meu lado, jurando que ele ia sentar ali, mas ele veio e deitou com a cabeça no meu ombro, me fazendo sentir um frio na espinha e meu coração bater mais forte. - É... Quer assistir alguma coisa? - Perguntei, pegando o tablet.