1 - Chifres de presente

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Acho engraçado esse clima pouco intimista provocado por boates

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Acho engraçado esse clima pouco intimista provocado por boates. Luzes e mais luzes refletidas em corpos suados, que cismam em se remexer no ritmo de músicas completamente aleatórias. Não existe uma linha específica que dê seguimento à playlist. São apenas batidas que provocam libidos.

Chego à esta conclusão quando viro a cabeça para o lado e, após dar uma golada no meu drink de laranja, observo Bryan e Cora, minha melhor amiga, trocando intensos amassos no meio da pista de dança. Não os julgo, não mesmo.

Meu irmão e ela têm um caso antigo, que degustam intensamente nos rolês da vida. E, quando digo "rolês da vida", incluo hoje, meu aniversário de 23 anos.

Isso mesmo, parabéns para mim.

Eu sei, deveria estar mais animada. Na verdade, tenho plena consciência disso. Só que não tem como se sentir bem quando a vida pessoal definitivamente está uma bosta.

Marcamos essa comemoração aqui após muita insistência do meu grupo de amigos, composto pelo meu irmão, Cora, Lina, Enzo - meu namorado - e seu irmão gêmeo, Caio.

Pelo incrível que pareça, todos estão aqui, menos Enzo, com quem namoro há três anos.

Meu namorado sabe perfeitamente como meu aniversário é uma data extremamente importante para mim, principalmente após a morte do meu pai, mas mesmo assim não faz questão alguma de estar presente no horário certo. Ao menos sei se ele virá.

Droga, eu nem queria estar nessa boate.

Bufo e viro o corpo para o bar, com o objetivo de distrair minha mente de toda a movimentação e pensamentos inoportunos. É impossível não ficar irritada, mesmo sabendo que, com o tempo, ele começaria a se afastar. Afinal, fui eu que escolhi namorar o cara mais galinha do ensino médio. Jurei que sua personalidade mudaria ao ingressarmos na faculdade.

Como me iludi.

Tenho meus pensamentos interrompidos após uma voz grossa chamar a minha atenção.

- Não fica assim, Luna. A noite só está começando, Enzo logo vai chegar. Quer dizer, eu acho. - Caio coloca o braço ao redor do meu pescoço e me lança um sorriso compadecido, o que me faz virar o resto da bebida alcoólica que tenho no copo.

Não estou no clima para que sintam pena de mim.

Encaro meu cunhado de rabo de olho e o observo de cima a baixo. Apesar de serem gêmeos, ele e Enzo não são tão parecidos. Enquanto meu namorado é loiro e tem o corpo mais esguio, Caio é moreno e tem músculos formados por ser jogador de futebol.

Mas não para por aí. Ambos têm personalidades totalmente diferentes, o que me fez odiar meu cunhado por muito tempo.

Nunca fui fã dos chamados 'bad boys' garanhões, principalmente aqueles que se utilizam das inúmeras tatuagens espalhadas pelo corpo para conquistar suas "prezas". Mas Caio foi me conquistando aos poucos com o passar do tempo e agora somos bons amigos.

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