36 - Palma pra maluco dançar

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Mesmo que seja início da manhã, o calor já abraça a praia em que minha casa está instalada

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Mesmo que seja início da manhã, o calor já abraça a praia em que minha casa está instalada. Fiquei feliz com isso, porque o impacto das palavras de Lina foi tão grande sobre mim que sequer coloquei uma camisa. Vim com a minha samba-canção atrás de respostas para o que me foi brevemente compartilhado.

Nada fazia muito sentido e também não fiz questão de ouvir detalhes por telefone. Meu cérebro parou de registrar novas informações a partir do instante em que Lina mencionou que Samantha havia dado uma pedrada na cabeça da minha "namorada", fazendo-a desmaiar. Pontuou, ainda, que flagrou toda a cena ao lado de Enzo.

Os dois estavam caminhando e debatendo assuntos que não me convém e, de repente, viram a briga. E, após alguns xingamentos e ameaças, Luna estava caída, com um corte profundo na testa. Já Samantha, aquela cadela desgraçada, fugiu feito uma covarde.

Sinto meu sangue ferver só de imaginar a força que aquela bruaca de merda fez para desmaiar a adversária. Luna é uma mulher forte, já levei um soco dela, tenho propriedade para falar sobre. Não deve ser tão fácil derrubá-la.

Agora, enquanto caminho em direção à parte da praia que tem rochedos, o único questionamento que ronda minha cabeça é: "Por quê?". Lina não chegou a esclarecer os fatos. Apenas ordenou que fosse pra lá o quanto antes, como se precisasse disso. Se teletransporte existisse, eu usaria.

Antes de chegar, liguei para Bryan, que estava com Cora – para a surpresa do total de zero pessoas – e contei as coisas que sabia. Eles sequer foram à praia. Já seguiram ao hospital, antes mesmo de Luna.

Assim que comecei a ouvir as sirenes da polícia e das ambulâncias do Corpo de Bombeiros, meu coração acelerou mais do que achei que fosse possível. Acelerei o passo e encontrei socorristas colocando Luna em uma maca. Ela estava desacordada.

Senti minha barriga embrulhar. Enzo estava conversando com alguns policiais e Lina, parada ao lado de uma viatura que havia invadido a areia, não conseguia segurar o choro. Me aproximo e questiono sobre toda essa merda. Pouco me importo de estar sendo insensível, no momento, só quero entender o que houve.

— Apenas preciso entender a motivação daquela vagabunda antes de tomar qualquer atitude. Não quero agir tão impulsivamente. — Declaro enquanto meu coração bombeia sangue mais rápido do que nunca.

A verdade é que estou mal pra caralho com tudo que temos vivido nos últimos dois dias. Todo aquele "crush" que tinha por ela durante a adolescência se multiplicou por mil com essa aproximação. Sequer sei explicar como tudo avançou tão rápido assim dentro do meu peito, mas é como me sinto. Acho que o maior motivo do meu surto com Enzo foi esse. O medo de perder algo que não é e nem nunca foi meu de verdade.

Queria provocá-la me envolvendo com Guta naquele cômodo. Sabia que chegaria em seu ouvido de alguma forma o fato de ter ido acompanhado pela minha prima para o quarto em que estamos dividindo. Não pensei muito bem nas consequências dos meus atos, meu único objetivo era que também doesse nela.

Vingança Adocicada ✔️Where stories live. Discover now