3 - Você é a droga da minha cunhada

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Com o fone de ouvido no último volume, aproveito o tempo livre na academia do meu prédio praticando alguns golpes de boxe no saco de pancada coletivo

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Com o fone de ouvido no último volume, aproveito o tempo livre na academia do meu prédio praticando alguns golpes de boxe no saco de pancada coletivo. Preciso colocar a raiva acumulada nos últimos sete dias para fora; caso contrário, acabarei cometendo um crime de ódio.

Acontece que Enzo não apareceu na boate no dia do meu aniversário, mesmo sabendo como me importo com a data. Para piorar, teve a audácia de dizer que o motivo da falta foi a suposta morte da "mãe" de um "amigo íntimo".

E eu jurando que ele me pediria em casamento no dia do meu aniversário. Porra, uma otária mesmo.

Meu namorado deve achar que sou uma vadia burra. Três anos juntos e ele ainda aposta na minha ingenuidade como saída de emergência para as merdas que apronta. Uma verdadeira piada de mau gosto. Como se eu não soubesse que o destino dele naquela noite tinha sido, na verdade, o meio das pernas daquela biscate barata, Samantha.

E eu me perguntando o motivo do nosso relacionamento não avançar. Cheguei à conclusão de que deve ser porque meu namorado é promíscuo e não sabe guardar o pau dentro das calças.

Ainda tive que engolir as desculpas esdrúxulas ao longo da semana por sua distância excessiva. Se está insatisfeito com o relacionamento, seria mais fácil terminar do que ficar nessa enrolação. A vida corre e eu tenho pressa, não tenho paciência para esse tipo de joguinho.

Mas se quer continuar assim, bebê, sei fazer muito pior.

Pensar nisso só me deixa com mais ódio do que antes, então desfiro alguns socos violentos e desordenados no pobre saco de pancadas, como se o mesmo fosse culpado de alguma coisa.

O suor escorrendo pelo meu corpo, marcando firmemente a blusa por cima do top e meu short legging, indica que estou indo pelo caminho certo.

Aproveito que "Happier Than Ever - Edit" de Billie Eilish está no refrão e intensifico ainda mais o exercício, até que sinto alguns tapas em meu ombro. Com o susto e de maneira brusca, viro na direção da pessoa que quer minha atenção e acabo desferindo um forte soco em sua face. No nariz, mais especificamente.

— Puta merda, Luna! — Caio leva a mão ao nariz, se afastando e me encarando incrédulo. — Gêmeo errado de novo, porra!

Tiro o fone do ouvido apressadamente e me aproximo para ajudá-lo. Levo a mão ao seu rosto, virando-o para a minha direção, e percebo que está sangrando.

— Ah, meu Deus. — Tiro minha blusa e levo ao seu nariz rapidamente. — Eu estava muito concentrada, Caio. Desculpa, não queria acertar ninguém. Quer dizer, não queria te acertar, caso tivesse opções aqui.

Ele puxa bruscamente a blusa da minha mão e leva à narina que insiste em sangrar, sem abandonar a feição emburrada. Em seguida, dirige o olhar para as minhas vestes e se afasta um pouco.

Pelo visto, os olhares desejosos serão mais frequentes depois do nosso beijo.

Não vou mentir e dizer que não tenho pensado nisso. O beijo dele foi algo realmente memorável, principalmente porque me senti extremamente desejada, sensação que Enzo não me provoca há meses.

Pude ver em seus olhos o quanto me queria, mas não podia ir além. Ambos tivemos motivos diferentes no amasso do dia do meu aniversário, mas o resultado foi o mesmo. Sei que ficou tão excitado quanto eu, pois senti o intenso relevo em sua calça.

— Se quiser, podemos ir até o banheiro. Tiro o top e o short, já que está tão interessado em ver o que tem aqui por baixo. — Menciono e ele revira os olhos, ainda bravo.

— Não venha de gracinhas, Luna. Você literalmente quase fraturou o meu nariz, se é que não ultrapassou a casa do "quase". — Empurra parte da blusa para dentro da narina, com o objetivo de estancar o sangue.

Bufo e me jogo ao chão, me recostando à parede. Apesar de irritado, Caio me acompanha. Dá alguns passos e estaciona o corpo ao meu lado.

— Eu estava concentrada, porra. E ouvindo música. Não foi proposital. E não deve ter quebrado. Talvez gere um hematoma... É só falar que entrou em uma briga, as garotas vão te achar ainda mais sexy. — Afirmo e ele assente.

— Eu realmente não vou debater sobre isso, sua agressora. — Caio lança um sorriso ladino e me encara seriamente em seguida. — Luna, nós precisamos conversar. Imagino que já tenha ideia do assunto. — Menciona a situação que jurava que ignoraríamos até o fim.

Caio continua me fitando enquanto olho para um ponto fixo qualquer, apenas absorvendo o fato de termos que discutir sobre o bendito e delicioso beijo de uma semana atrás.

Por fim, viro o rosto em sua direção e dou uma risadinha da blusa parcialmente enfiada em sua narina. Que cena cômica.

Ele revira os olhos e levanta o dedo do meio quase no meu rosto, me fazendo gargalhar. Depois de um longo minuto, retomo a seriedade e volto ao assunto.

— Não podemos apenas ignorar e tornar o assunto "proibido"? — Pergunto com as sobrancelhas erguidas.

— Aquele beijo não foi do tipo que se ignora, Luna Simões. Você é a droga da minha cunhada e eu não consigo parar de te imaginar na minha cama. Então, por favor, vamos esclarecer as coisas antes que eu surte de vez.

Arregalo os olhos, incrédula com o que acabei de ouvir.

Sim, o gêmeo Valentine mais novo é famoso por dizer tudo o que pensa, mas jamais imaginaria essa admissão saindo de sua boca.

— Não acha que foi muito direto? — Pergunto enquanto me levanto.

— Só assim você entende a gravidade da situação. — Rebate e faz o mesmo. Em segundos, estamos os dois de pé.

— Beleza, podemos conversar. Mas preciso de um banho antes. Vamos até o meu apartamento, você espera lá. — Defino e ando à sua frente.

Caio fica estático, refletindo sobre o fato de ter que me acompanhar até o meu apartamento. Deve estar com medo de ser atacado, provavelmente. Contudo, ao perceber que não possui qualquer opção de escolha, vem atrás.

 Contudo, ao perceber que não possui qualquer opção de escolha, vem atrás

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