Após descobrir uma traição imperdoável, Luna decide orquestrar uma vingança adocicada: seduzir Caio, irmão gêmeo de seu namorado.
Sempre criticado por seu espírito livre e nunca se comprometer, Caio vê na proposta de Luna a chance perfeita de silen...
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Maldito seja o momento em que achei que seria uma boa ideia planejar uma vingança contra o meu ex-namorado fingindo um relacionamento com o irmão gêmeo dele. Agora estou na merda, com o coração sangrando pelos dois idiotas que simplesmente foderam com meu psicológico.
Saí daquela casa de praia tão rápido que mais parecia o diabo fugindo da cruz. Não estava aguentando o peso da situação nas minhas costas, principalmente depois que a vadia da Samantha me atacou tão covardemente com aquela merda de pedra. Meu estresse estava tão no limite que, em uma explosão de fúria, acabei cuspindo a verdade sobre meu falso relacionamento com Caio. Mas me arrependi da forma que lidei com aquilo quase que imediatamente depois que terminei de falar.
Só que não tenho máquina de voltar no tempo e feridas abertas não se curam tão rapidamente. Então, diante das circunstâncias, achei prudente me resguardar nesse meio tempo. Já se passaram mais de sete dias desde que tudo aconteceu e, até então, não troquei uma palavra com Caio ou Enzo. Lina e Cora até me mandaram mensagem, questionando se estava bem e afirmando que gostariam de conversar sobre todo o caos provocado por Samantha, mas optei por não responder. Nem à faculdade fui nesta semana.
Tenho aproveitado para trabalhar meu psicológico. Tudo isso me abalou demais. Sei que sou uma mulher caótica, que esbanja confiança e não costuma se importar com o que pensam. Mas me enfiar nesse relacionamento falso acabou me abalando de uma maneira que não sei explicar.
Primeiro de tudo que, apesar de Enzo ter me traído verdadeiramente, não foi da forma que imaginei. Ficamos juntos por três anos e eu sequer lhe dei um voto de confiança. Refletir sobre isso me deixou muito mal, além de fazer com que me sentisse culpada por toda essa merda que aconteceu, apesar de ter consciência de que tudo poderia estar em seu devido lugar se não fosse a surtada da Samantha.
Contudo, graças a ela descobri que, ao que tudo indica, sempre estive ao lado do gêmeo errado. Mesmo emputecida e decepcionada, Caio tem ocupado um grande espaço dos meus pensamentos. Uma pena que isso seja irrelevante, afinal, depois das coisas que falei naquele hospital, duvido que ele queira conversar ou, até mesmo, me ver de novo. E tudo bem, é um direito dele, por mais que meu desejo de resolver as coisas entre nós seja demasiado grande.
E, para livrar minha cabeça de tanto estresse, tenho preenchido meu tempo com exercícios físicos. Boxe e corrida pela orla da lagoa da cidade tem sido constante nesse período sabático. Inclusive, neste momento, a sensação do vento fresco contra o meu rosto é a única coisa no dia de hoje que conseguiu aliviar meu coração de tanta angústia e tristeza.
Segui o caminho específico para atividades físicas enquanto ouvia a música Penhasco 2, da Luísa Sonza, no último volume.
O som acaba me fazendo refletir ainda mais sobre as últimas semanas da minha vida. Tantos erros que teriam sido evitados se eu não fosse uma pessoa tão impulsiva.
Essa merda de reflexão martelando minha mente acabou me tirando a atenção sobre o caminho que estava percorrendo. O problema é que, aparentemente, um filho da puta de um ciclista também estava em parte e, em algum momento, saiu da droga da ciclovia e optou por pedalar no caminho dedicado aos pedestres. Conclusão: colidi de frente contra o desgraçado e caí de cara no chão, como se não bastasse tudo de ruim que tenho vivido nos últimos dias, mais essa agora.
