42 - Segundas chances

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Dia 31 de dezembro

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Dia 31 de dezembro. Mal posso acreditar que finalmente estarmos prestes a encerrar esse ano insano. Esses dois últimos meses então, nem se fala. Que coisa de louco.

Se em outubro alguém me contasse que tudo isso aconteceria, que esses dias seriam tão intensos, jamais acreditaria, principalmente devido ao motivo. Logo eu, apaixonado pela minha ex-cunhada. Como o destino é a merda de uma vadia psicótica, não é mesmo?

Inclusive, hoje seria o dia em que meu relacionamento com Luna chegaria ao fim, caso as coisas não tivessem perdido o controle naquele hospital. Agora, para ser sincero, minhas expectativas são o contrário disso. Quero que nosso envolvimento amoroso, independente de como for, comece, de forma real, hoje. Por que hoje? Além de ser uma data muito significativa pelos motivos que já disse, ela finalmente foi liberada do hospital. 

Foram dias que pareciam não ter fim. Inclusive, fiz questão de visitá-la em todos eles e, apesar de não termos conversado sobre nossas pendências, tenho certeza de que estamos melhor do que antes.

Luna ainda não pediu desculpas pela forma como lidou com tudo, mas tive certeza de seu arrependimento quando me perguntou se eu e Enzo ainda estávamos em pé de guerra.

Sorri com isso, com sua preocupação. É bom vê-la finalmente abaixando a guarda. Luna sempre foi uma mulher forte e, por vezes, com uma postura incisiva, totalmente impenetrável, daquelas que aparentemente são inalcançáveis.

Mas, com isso, pude perceber que é apenas uma casca para guardar o seu verdadeiro eu: uma mulher cheia de sentimentos intensos. Admito que fiquei muito orgulhoso por ela ter aberto essa porta para mim.

O único problema é ter que ouvir diariamente, desde a minha decisão de largar tudo no dia do teste para ir até o hospital, os inúmeros julgamentos dos meus pais. É cômico como tudo mudou. Antes as críticas eram sobre correr atrás, agora são o contrário.

E justamente hoje, dia de comemorar um ano novo, uma vida nova, estou sendo obrigado a ouvir mais uma vez minha mãe falando horrores no meu ouvido. Isso porque estamos na praia, reunidos em uma tenda, aguardando o restante dos amigos do meu pai e familiares distantes para comemorarmos a virada juntos.

— Mãe, eu já entendi! Até porque a senhora faz questão de falar todos os dias que perdi a oportunidade da minha vida por uma mulher que não me quer, mas ela poderia ter morrido, compreende isso? — Questiono e levo o copo de Whisky à boca, já cansado da mesma discussão sempre.

— Isso foi tão precipitado, meu filho. — Ela pontua mais uma vez. — É que não entra na minha cabeça, Caio. Esse era teu sonho e você largou tudo por uma garota que desdenhou de ti. Isso me faz ter dúvidas sobre teus objetivos. — Afirma me encarando incisivamente.

— Mãe, a senhora ouviu a parte em que mencionei que ela quase morreu? — Pergunto de braços cruzados, já impaciente. — Não peço que compreenda, mas, pelo amor de Deus, respeite minha decisão daquele dia. Julguei que esse seria o certo a se fazer, independente dela me querer ou não. Estou apaixonado por ela e que se dane, é a primeira vez que sinto isso por alguém, não poderia, em hipótese alguma, ignorar que ela estava fazendo uma cirurgia na cabeça. Não seria eu, droga.

Vingança Adocicada ✔️Where stories live. Discover now