100 Bad Days

Capítulo VIII

Crowley começou a se desesperar. Não queria ver seu anjo chorando.

- Calma, meu anjo - disse abraçando-o e apoiando sua cabeça no ombro do parceiro.

- Mas, eu não quero que Ariel vá embora! - disse um pouco mais alto.

Ato que fez Ariel, que dormia até então, despertar.

- O que? Eu vou embora? Pra onde? - questionou com o rosto meio inchado.

Crowley e Aziraphale se sentiram mal por ouvir Ariel falando aquelas coisas.

- Hmm, então... Ariel... Preciso contar uma coisa pra vocês - Crowley começou enquanto tirava os braços da cintura do anjo e pegava a mão do mesmo, guiando-o ao sofá.

- Não entendi, pai. Eu vou embora? - disse coçando os olhos, terminando de acordar.

- Ari, você só ficará com a gente até que complete dezoito anos - Crowley explicou passando a mão nos cachos fofos de Ariel, que tinha os olhos indicando que logo iria chorar.

- Mas nós vamos dar um jeito, meu amor - Azi disse rapidamente, tentando superar a tristeza rapidamente, pelo menos para "enganar" Ariel - Não se preocupe. Você ficará conosco - ele se esforçava para parecer o mais convincente possível.

E funcionou. Uma certa inocência existente em Ariel deixava-os inconformados.

- Tudo bem, papai - Disse logo se deitando novamente e voltando a dormir.

- Oh, querido - Azi começou um cafuné em seu amado - eu não vou perder Ariel. Nem que eu tenha que lutar com o próprio Lúcifer - determinou deixando um selar na bochecha do ruivo.

- Nós vamos lutar, meu anjo - Crowley deu um selinho no loiro e se aproximou mais - Nós não vamos perder Ariel.

[... dia seguinte ...]

O serzinho acorda no chão da sala, logo colocando a mão nas costas assim que fez menção de se levantar.

- Ai que dor da desgraça - fechou os olhos e os apertou enquanto esperava a dor parar.

Olhou para os lados e só viu o anjo deitado no sofá. Foi até ele.

- Pai? - disse tocando levemente no ombro do loiro que ressonava baixo - Pai! - sem respostas, Ariel (por instinto ou algo assim) colocou a mão na testa do anjo.

Se assustou quando notou que ele estava gelado demais para um anjo.

Quando ia chamá-lo novamente, Crowley apareceu na sala com uma xícara branca em mãos.

- Ele está doente, pequeno demônio - se aproximou e deixou a xícara na mesa de centro.

O ruivo passou uma mão no rosto de Ariel e sorriu.

- Acho que deve ter sido por causa da lareira - Crowley continuou, já que o ser não havia dito nada - Ele não está muito acostumado com calor, apesar de viver comigo - terminou, fazendo Ariel soltar um leve sorrisinho de canto.

Porém ainda existia uma preocupação muito grande entre os dois.

- Meu anjo? - o demônio mais velho chamou seu anjo, enquanto se sentava no chão (para ficar na altura de Azi) e pegava a xícara - Acorde, meu amor - e passou a mão livre no rosto do parceiro.

Ariel apenas observava com o mesmo sorriso de canto e suspirava pesado. Sentia algo em si.

Aziraphale acordou lentamente depois de muitas tentativas de Crowley.

- Ah, oi. Bom dia. Ai que dor insuportável - o loiro reclamou, colocando a mão na cabeça.

- Eu fiz um chá pra você, meu amor - o ruivo rapidamente colocou a xícara de volta na mesa e ajudou o anjo a se sentar no sofá - está com frio? Com calor? Quer um cobertor? A dor está muito forte? Quer um remédio? - bombardeou o parceiro com perguntas.

- Calma, querido - Azi deu uma leve risada, mas se arrependeu assim que sentiu uma pontada em sua cabeça, fazendo retornar a mão ao lugar.

- Desculpe, estou preocupado - o ruivo pegou a xícara novamente e se levantou, sentando bem próximo ao anjo - Nunca te vi doente.

- É que eu nunca fiquei - disse começando a passar a mão pelos braços - quando eu começava a dar indícios, me curava com milagres - e pegou a xícara das mãos do amado.

- Eu vou buscar um cobertor, pai - Ariel, finalmente se pronunciou e levantou-se rapidamente, indo para as escadas.

- Você não consegue se curar agora, meu anjo? - Crow continuava preocupado.

- Eu tentei no meio da noite, mas, pelo visto, não deu certo - esboçou um leve sorriso enquanto encarava os olhos amarelados de seu parceiro.