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Perigo

Mandei o papo e quero a morte dos dois. 
Estava muito bonzinho e minha fama lá fora e aqui dentro não pode mudar, por causa de mulher. 

Dois envolvidos foram em uma missão, mas fiquei sabendo que o que conseguiram foi apenas um acidente. 

Fiquei boladão, o quanto antes melhor! 

O erro dela foi achar que eu ia ser bonzinho pra sempre. 
As coisas mudam quando eu não tenho o que eu quero. 

Me deitei na cama pensando nela. 
Acredito que quando ela morrer, isso vai parar. 

Essa coisa que eu sinto por ela, vai passar. 
É só questão de tempo! 

Muka: Perigo, se liga nessa parada. - bateu na minha perna e me mostrou o celular - Olha que palhaçada! - riu 

Ele me mostrou uma conversa no celular com uma coroa que ele estava tentando dar golpe.
A véia mandou uma foto pelada na frente do espelho. 

Perigo: Caralho parceiro. - me sentei na cama gargalhando - A véia quer tu. - me levantei e bati no ombro dele 

Muka: Se for rica, eu penso. - gargalhou - Preciso ser sustentando, a vida do crime é difícil, parceiro. - rimos 

Perigo: Credo, coroa é foda, irmão. 

Muka: Panela velha é a que faz comida boa. - deu dois tapinhas nas costas - Experimenta que tu vai saber do que eu to falado.- continuei rindo 

Perigo: Deus que me livre. - fiz o sinal da cruz - Eu tenho mãe, parceiro! 

Muka: Eu também tenho, caraí. - riu - Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra! 

Perigo: Tá maluco, para com esses papo aí. - me sentei na cama novamente 

...

Íris 

Enrico me ajudou a sentar na cadeira de rodas. 
Quebrei a perna e levei dois pontos na cabeça. 

Fiquei doze horas em observação. 

Ele foi empurrando até a entrada do hospital. 

Enrico: Vou pedir um Uber direto para a delegacia. - parou a cadeira de rodas e pegou o celular 

Íris: Enrico, eu já disse que não é pra fazer isso! - falei séria 

Enrico: Nossa vida está em perigo, Íris! - bateu o pé 

Passei a mão no rosto, nervosa. 

Íris: Eu não vou, se tu quiser ir, tudo bem! - bufei - Eu não vou colocar a minha vida em risco novamente. 

Enrico: A sua vida já está em risco! - se alterou - É a nossa segurança, íris. - passou a mão no rosto 

Íris: Para de gritar. - apontei o dedo no rosto dele - Eu não sou surda e tu também não, já ouviu que eu não vou em porra de delegacia nenhuma!

Enrico: Tu que sabe, Íris! - bufou e voltou a atenção para o celular - Vai ficar no hotel? - assenti 

Logo um carro parou em frente, ele me levou até próximo da porta. 
Levantei da cadeira com dificuldade, abri a porta do carro e entrei com dificuldade. 

Enrico: O Uber já está pago, se cuida. - fechou a porta do carro 

Respirei fundo tentando controlar a minha raiva. 

Eu sei que a minha vida está em risco, mas eu não posso ir na polícia de novo. 
Não posso arriscar piorar mais as coisas. 

Estou com medo dele, com medo do que ele possa fazer comigo. 
Eu queria apenas viver em paz, ter uma vida tranquila. 

Mas quando isso vai acontecer? 
Quando isso se tornará real?
Será que vou ficar sonhando com esse vida até a morte? 

Sequei as lágrimas que escorriam. 

Logo o Uber parou em frente ao hotel, agradeci o motorista, abri a porta e desci com dificuldade. 

Fui pulando com uma perna até a barra para se segurar.
Cheguei na entrada do hotel e fui até a recepção. 

Íris: Moça, me arruma uma cadeira de rodas, por favor. - falei com a recepcionista 

-: Vou solicitar para você, pode aguardar ali sentada. - apontou para um sofá e eu assenti 

Fui pulando até lá, me sentei no sofá e fiquei aguardando. 
Alguns minutos depois um segurança me trouxe uma cadeira de rodas, me sentei e fui rodando as rodas até o elevador.

Aguardei o mesmo chegar e entrei, apertei no quinto andar e aguardei subir. 
Elevador chegou no andar, desci e fui até o quarto. 

Entrei no quarto, tranquei, fui até a cama e me deitei na mesma. 
Me encolhi na cama e comecei a chora. 

Ainda estava com dor.
E arrependida de muita coisa.  

Íris: Eu sou uma idiota! - gritei - Que vida bosta, cara. - bufei de ódio 


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