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Três meses depois...

Íris 

Assinei a alta do Raul e comecei arrumar as coisas dele. 
Esses três meses foram os mais cansativos da minha vida. 

Tive alta, mas ele permaneceu na incubadora, fiquei a todo tempo com ele. 
Meu maior medo era não cuidarem do meu filho direto. 

Meu filho está bem e saudável, graças a Deus não houve nenhuma complicação. 
Só é pequeno, tem 46cm. 

Perigo: Tá pronta? - entrou no quarto e eu olhei pra ele - Não via a hora de levar ele pra casa. - sorriu  

Íris: Tudo arrumado, vamos sair logo daqui. - ele assentiu e se aproximou do berço 

Pegou o Raul no colo, eu peguei as coisas e fomos saindo. 
Agradeci todas as enfermeiras que cuidaram da gente e o médico. 

Coloquei as coisas no banco de trás, entrei no banco do passageiro e o Pierre me entregou o Raul. 

Uma gracinha mamãe. 

Pierre deu a volta, entrou no carro, ligou e deu partida. 

Nesse tempo eu aprendi muita coisa, principalmente amar o meu filho a cima de tudo. 
Parei de culpar o Pierre de tudo, eu sempre estive ciente que eu tenho uma grande parcela de culpa. 

Mas agora eu não acho que isso é um frado. 
Amo meu benzinho. 

Íris: O meu benzinho está tão forte. - sorri olhando pra ele 

Perigo: Agora tá gatão. - colocou a mão na minha coxa e acariciou - Pretão do pai. - ri 

Íris: Ainda tá clarinho o bichinho. - falei rindo 

Perigo: Mas ele vai ficar pretão, tu vai vê. - estacionou o carro em frente a nossa casa 

Ele desceu do carro, deu a volta e  abriu a minha porta. 
Desci com ele me ajudando, parei em frente ao portão e fiquei esperando ele. 

Ele pegou as coisas dele e entramos em casa. 
Me sentei no sofá com ele no colo, dormia igual um anjinho. 

Perigo: Vamos lá em cima, tenho um negócio para te mostrar. - colocou as coisas no canto da sala 

Íris: Que negócio? - me levantei do sofá ainda com o Raul no colo - Nossa, estou com um medo absurdo de derrubar essa criança, muito pequeno. - subi as escadas com cuidado 

Perigo: Cuidado com o meu filho, maluca. - subiu atrás de mim, segurando as minhas costas 

Parei no final da escada e olhei pra ele. 
Pierre passou de mim e parou em frente a um dos quartos. 

Ele abriu a porta e me olhou, caminhei até lá e entrei no quarto. 

Íris: Aí meu Deus...que lindo! - olhei tudo em volta - Quando tu fez isso, amor? - olhei pra ele com um sorriso no rosto 

Perigo: Aquele dia que eu sumi por um bom tempo e tu ficou mo brava. - disse rindo - Gostou? - assenti - Eu que escolhi tudo. 

Íris: Tá muito lindo, amor...obrigada! 

O quarto estava perfeito. 
As paredes azul, um berço enorme branco e dourado, ao lado tinha uma poltrona branca. 
Do outro lado tinha um guarda-roupa pequeno e uma cômoda.

Na parede tinha um quadro de nós dois e outro do Raul recém nascido.  

Íris: E eu no hospital querendo te matar. - neguei rindo - Desculpa, amor. - ele se aproximou e me abraçou por trás - Te amo tanto...obrigada por tudo! 

Perigo: Eu também te amo....vocês são as minhas vida. - deu um beijo no meu rosto

Fiquei por alguns minutos admirando o quarto. 
Estava completamente apaixonada e se tornou mais especial, porque ele fez questão de fazer tudo sozinho e guardou esse segredo por três meses. 

Perigo: Tenho outra coisa pra você. - me soltou, me virei e olhei pra ele - Olha...não me mata. - riu 

Íris: Não te mata porque, Pierre? - perguntei agoniada - O que tu fez? 

Perigo: Eu não fiz nada ainda. - fez uma cara estranha 

Íris: Tu tá aprontando o que, menino? - perguntei séria 

Perigo: Então, eu pensei muito sobre isso...por muito tempo mesmo e hoje eu tenho a certeza que quero isso mais que tudo...- interrompi ele 

Íris: Quer o que, Pierre? Fala logo! - bati a pé 

Perigo: Deixa eu falar, mulher! - falou sério - Porra, íris. - bateu o pé e eu ri - Aquieta, cara. Deixa eu terminar. - assenti - Quero isso mais que tudo...agora nem tanto porque tu me irritou. - ri 

Ele colocou a mão no bolso e meu coração acelerou. 
Pierre se ajoelhou e abriu a caixinha vermelha.

Tinha um par de alianças de ouro. 
Abri um sorriso largo. 

Perigo: Íris Mendes de Oliveira, tu aceita se casar com o cara mais gato que tu já conheceu na vida? - gargalhei alto 

Arrumei o Raul em meus braços e assenti empolgada. 

Perigo: Quero ouvir da tua boa. - falou sério 

Íris: Eu quero, claro que eu quero! - falei sorrindo - Não tenho nem dúvidas sobre isso 

Ele se levantou todo feliz, tirou a aliança de namoro e na outra mão colocou a de ouro. 

Íris: Aí, amor. - peguei a caixinha - Me ajuda. - entrei o Raul pra ele - Agora sim. - sorri e coloquei a aliança no dele dele - Agora tu não vai se livrar de mim nunca mais. 

Perigo: E nem quero! - se aproximou e me deu um selinho - É literalmente até que a morte nos separe! - assenti e dei mais um selinho nele - Tu é a mulher da minha vida. 

Ele caminhou até o berço e colocou o Raul, cobriu ele 

Íris: Não confio em deixar ele sozinho. - ele me olhou e apontou para o teto - Que câmera é essa?

Perigo: Babá eletrônica, amor. - se aproximou - Relaxa que eu pensei em tudo. - sorri e abracei ele - Tá feliz agora? Minha coroa disse a um tempo que não estava feliz, fiquei preocupado. 

Íris: Fofoqueira! - fiz careta e ele riu - Hoje eu posso dizer que sou a mulher mais feliz desse mundo. - dei um selinho nele - Você me deu o meu melhor presente, por mais que eu não queria...eu aprendi a amar e sei que agora eu não sou nada sem ele...sem vocês! 

Perigo: A minha prioridade é a sua felicidade e a do nosso filho, o resto eu resolvo depois. - soltei dele - Vamos para o quarto, to com saudade de dormir contigo. 

Apaguei a luz, saímos do quarto e deixei a porta entre aberta. 
Ele me abraçou por trás e entramos no quarto no chamego. 

Íris: Tu para de me atiçar que eu estou de resguardo. - me soltei dele - Não posso. 

Perigo: Com camisinha, amor. - neguei - Uma rapidinha, eu juro. - se aproximou 

Íris: Não...não começa! - gritei rindo - Para de fogo e aquieta aí. - ele bufou - Não posso ter outro filho não...pelo menos não agora, Deus me livre. - peguei uma toalha e fui para o banheiro 

Tranquei a porta, tirei a minha roupas, entrei de baixo do box e liguei o chuveiro. 

Estava morrendo de saudades de casa. 
Esses três meses eu não pisei o pé aqui, na verdade eu não sai do lado do Raul nenhum momento. 

Sou muito grata a Deus pela vida e a saúde do meu filho. 
Porque só ele sabe quantas noites eu passei em claro, chorando e implorando para ele ficar bem. 



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