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Perigo 

O guarda tirou as minhas algemas e eu me sentei na cadeira, de frente para a minha advogada. 

Perigo: Boa tarde, doutora. - me arrumei na cadeira - O que manda? Alguma novidade? 

Priscila: Boa tarde, Pierre. - sorriu - Bom, sua audiência foi marcada para o mês que vem. - assenti - Mas você sabe que não tenho muito o que fazer com o tanto de provas que eles tem. 

Perigo: Porra, doutora. - passei a mão no rosto - Não aguento mais ficar nesse inferno, to surtando já! - falei estressado - Da teu jeito...sei lá, oferece dinheiro para o juiz. 

Priscila: Pierre, as coisas não funcionam assim. - disse calma - Esse Juiz é cem por cento justo. 

Perigo: Então faz mudar o Juiz, doutora! - bati na mesa e ela me olhou assustada - Desculpa. - passei a mão entre os cabelos - Eu estou passando por muita coisa aqui dentro, doutora. Tenho que sair logo. 

Priscila: Eu estou fazendo o possível para te tirar daqui, mas não depende só de mim. - assenti - Vou tentar de alguma forma mudar para um juiz que aceite, mas ele que da o preço. 

Perigo: O possível ainda não está sendo o suficiente. - respirei fundo - Da teu jeito lá, o peço que ele quiser eu pago. - me levantei - Dá o seu melhor, doutora. Se não essa parada vai sobrar pra tu. 

Priscila: Eu estou dando o meu máximo, espero que compreenda caso não der certo. - ela se levantou e pegou as pastas - Nem tudo nessa vida tem como dar um jeito, você cometeu muitos crimes e eles tem muitas provas. - olhei pra ela - Contra provas, não há argumentos, Pierre. - sorriu - Ainda estou fazendo muito, peguei o seu caso porque a tua mãe me implorou, mas eu deixei bem aviso que não faço milagres. 

Perigo: Tu está sendo paga pra me tirar desse lugar, doutora. - cruzei os braços - Então faça o seu corre, mas faça direito!

Priscila: Eu estou sendo paga para tentar amenizar a situação! - disse séria - Não tenho medo de bandido, pelo contrario, trabalho muitos anos com isso e já recebi ameaça de todos os tipos. Só que tu tem que entender que eu estou do seu lado...mas se preferir, posso me virar contra você, aí prometo que vai ser pior - sorriu 

Perigo: Isso foi uma ameaça, doutora? - me aproximei dela 

Priscila: Eu não ameaço ninguém, Pierre. Isso foi apenas um aviso. - se aproximou da porta e bateu na mesma - Seja inteligente, porque bandido burro, morre! - o guarda abriu a porta e ela saiu 

O guarda entrou e ficou outro na porta monitorando. 
Ele colocou as algemas e saímos da salinha. 

Foi me guiando pelo corredor, até chegar em frente a minha cela, ele abriu e eu entrei. 

Aqui dentro sempre foi um inferno, mas agora está mais. 
Está tendo guerra de poder, entre o CV e o TCP. 

Por qualquer coisinha os caras tão matando. 
Bagulho ta sinistro, mas ninguém faz nada. 

...
Íris

Terminei meu expediente, bati o ponto e me troquei de roupa. 

Faz alguns dias que o Enrico não aparece por aqui.
Então decidi ir fazer uma visita surpresa para ele. 

Estou com saudades, faz uma semana que a gente não se vê. 
Peguei a minha bolsa e fui saindo da empresa. 

Pedi um Uber e aguardei o mesmo chegar. 
Demorou alguns minutos, chegou e eu entrei. 

Íris: Boa noite. - sorri e fechei a porta 

-: Boa noite. - ligou o carro e deu partida 

Fiquei mexendo no celular até chegar em frente ao prédio dele. 
Paguei e desci do carro. 

Visita íntimaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora