Consequência Do Nosso Ódio

33 - Genevieve e segredos

Lembro que eu me virei e encontrei seu rosto, e sua boca já estava esperando como uma pergunta. Não vou fingir que não foi perfeito - os lábios macios de Julie contra a mordida do batido de frutas e da melancia ainda em nossas línguas. Ela fez mais do que simplesmente não me impedir. Ela me beijou de volta. Ainda consigo sentir o toque de suas mãos em minha nuca, o beijo intenso como se ambos ansiassemos por aquele momento a muito tempo

O tanto que seu olhar se manteve perdido após o beijo, por um segundo eu quis segurar no seu pulso e falar alguma coisa, porém...eu tanto quanto ela não sabíamos como expressar o momento porque nem eu mesmo sei como meus lábios foram parar nos dela. Decido então colocar a culpa de todo aquele acontecimento por cima do cansaço e do facto do meu sono ter sido interrompido. Mas isso não tira o fato de eu ter gostado

– terra chamando Malcom — Djimy instala os dedos na minha frente e eu pisco os olhos. Sua presença no meu escritório me pega de surpresa, sua expressão é de pura curiosidade quando ele puxa uma cadeira para se sentar — em que mundo você está?

– ah...— antes mesmo de responder sou interrompendo

– deixa dizer...mundo Julie — ele sorri e eu reviro os olhos enquanto finjo estar atento em qualquer coisa que esteja na tela do meu notebook. Odeio ter que admitir que passei o dia todo pensando nela

– estou pensando na festa de chá — digo a primeira coisa que surge em minha mente para poder escapar da realidade

– uhmmmm! A paternidade muda muito um homem, quem diria...Malcom vai fazer uma festa de chá — ele se diverte

– só aceitei porque a Julie não parava de falar sobre isso

– essa festa eu não perco por nada! — sorri — vai convidar seus pais?

– vou. Só não sei se eles vão aceitar

– bom...estive falando com o antigo dono do estabelecimento, ele disse que o preço é negociável, o local é perfeito pra abrir um restaurante, isso sem contar que a localização é perfeita, facilitaria o seu tráfego da empresa pra lá

– fale pra ele entrar em contacto comigo

Ele assente

– estou orgulhoso de você irmão

Sorrio ao lembrar da minha fonte de inspiração. Julie conseguiu despertar um lado em mim que eu achei que não existia, estou mesmo prestes a fazer uma loucura e apostar o meu dinheiro em um restaurante só meu

– A propósito, tenho que ir pra casa dos meus pais agora e depois buscar a Julie na aula de ginasta

– ok irmão, eu vim levar a Yunna pra sair

– ok — Jimmy se retira e me deixa sozinho entre essas quatros paredes e com os meus pensamentos intensos que chegam a ser desconfortantes. Respiro fundo e arrumo as minhas coisas e logo saiu. Abandono o prédio e com o meu carro sigo em direção a casa dos meus pais, não vou negar que estou nervoso, ainda é difícil ter que ficar de frente com eles, fica mais difícil ainda porque sei que a Julie não está do meu lado para me dar o apoio que preciso.

Dou um tapa na minha própria testa e sorrio do meu próprio pensamento. Virei dependente de uma mulher cujo tenho o dobro do tamanho.

Assim que lá chego, o portão é aberto e sigo conduzindo até a grande mansão. Ao estacionar o carro sou recebido pelo mordomo que não deixa de falar sobre a falta que faço e de como eu estou grande e bonito. Agradeço e já vou entrando, escuto risadas vindo da sala de estar e uma voz feminina que nunca deixou de ser um incomodo pra mim. Penso na possibilidade de dar a voltar e ir embora porém, no momento que vou colocar em prática, sou surpreendido com os meus pais e a Genevieve