6 - Coisas estranhas

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O tempo passou e até consegui me sentir como uma pessoa normal

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O tempo passou e até consegui me sentir como uma pessoa normal.

Acho que posso até chamar esse período da minha vida como "Melhora da morte", que é quando alguém está doente e prestes a morrer e do nada da uma melhorada boa e todos ficam felizes, mas aquilo só aconteceu por que o corpo parou de lutar e desistiu servindo para a pessoa se despedir...


É, eu me despedi muito bem nestes meses de paz, podendo pelo menos sentir como era ser uma adolescente normal, sair com mais pessoas e até posso dizer que fiz alguns amigos dentro e fora da escola.

Bem... ok que foi apenas uma garota, ela é meio estranha e estuda em casa; a conheci ao caminhar a esmo pela cidade para por a mente em ordem e tentar parar de ter medo de tudo.

Ela estava cuidando da loja da família e fiquei muito tempo conversando com ela. Anhanguera, me contava sobre sua tribo e costumes e eu passava horas entretida com cada detalhe, era mesmo a coisa mais interessante do mundo, então depois apresento ela melhor e essas coisas legai com mais calma; mas lógico que a primeira coisa que ocorreu e que iniciou isso tudo; foi eu perguntar sobre seu nome diferente e ela me explicou que seu nome tinha o significado de: Fantasma, espectro ou espírito diabólico, isso por conta de ela ter nascido albina; e que odiava tal nome, mas que até hoje não conseguiu pensar um bom codinome ou deram um apelido então ficávamos conversando e tendo ideias para um. Mas por que falei que era estranha? Acredite foi no bom sentido, pois descobri que sou totalmente apaixonada pelos ditos esquisitos; e ela mesma se assumia ser a rainha dos esquisitos e tinha orgulho de ter essa alcunha e foi com ela que aprendi a gostar desta ideia.

Ela me explicou o empoderamento de ser eu mesma, que ser diferente é normal.

Até fiz uma rede social e fui a preenchendo com carinho e sem pressa; comecei a jogar games diferentes com meu pai e aos poucos ia descobrindo do que eu realmente gostava: lendo mangás de adulto que tinham o nome de seinen, também conheci séries que odiei outras que amei, livros e filmes famosos.
Me adaptei bem ao colégio e as pessoas nele, assim como a esta cidade.

Posso até dizer que fiz um novo amigo quando entrei para o grupo de fotografia da escola e descobri: ele mesmo, o garoto ruivo com olhos verdes esmeralda que apelidei carinhosamente de Magrinho, ele vivia indo lá por causa do jornal da escola, e pegamos uma boa amizade; destas que se falava de tudo um para o outro.

Ele era inteligente, divertido e mais importante: "tão filho ta puta quanto eu".

Víamos o mundo quase da mesma forma bizarra e estranha, não entendendo como algumas pessoas conseguiam ser otimistas em meio a tanta desgraça. E o melhor de tudo, ele era o único que não me olhava como uma maluca depois de eu ter falado que vi coisas no ataque da festa.

Ele sentava e me ouvia em detalhes todo concentrado desde a primeira vez, chegava a perguntar mais coisas e refletir. Não me sentia uma total maluca junto dele.

Térekin - Âmago do Caos-Where stories live. Discover now