Bepi

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    Depois uns três dia estávamos no meio do mato, era uma mata rasteira e seca. A única coisa verde que tinha nesse lugar era cactos. Muito longe eu vi uma cabana, se destacava pelo fato de ser preto no meio da vegetação amarelada e seca.
     Houve muitos conflitos entre eu e Charles, tudo que eu achava que era estratégia ele retrucava e dizia que não...

— aqui não é as favelas que você entra não, aqui é a minha caatinga. Meu cerrado.

— eu perguntei se era teu mato? Eu só dei uma sugestão, se tu não aceita vai lá e se mata. - segurei o fuzil e sai.

     Precisava descarregar minha raiva em algum lugar, eu entendia que ali era a praia dele, era onde ele sabia o que tava fazendo e era experiente em relação a caçar vagabundo no mato igual pega de boi nos interior em época de festejo. Mas ainda sim eu achei ele muito arrogante.
     Eu estava andando por aí procurando algum lugar pra descarregar minha raiva. Mas eu não achava nada relacionada a treino.

— perdida gatinha? - um cara de uns 1,90m moreno apareceu.

— onde que treina por aqui? Ou vocês só ficam assediando e rebaixando mulheres?

— calma lá comandante Sousa, abaixa esse fuzil e vamo ali comigo.

     Era um moreno charmoso, eu cheguei a molhar a calcinha olhando pra ele. Seu sorriso era banco e com dentes perfeitos. Ria com facilidade e fazia muita piadinha sexual, pelomenos comigo. Sua farda marcava um pouco os braços fortes.
    Ele me levou pra um lugar no subsolo e era enorme, havia de tudo relacionado a treinos. Em um segundo meu olho brilhou quando eu vi um saco de areia onde eu poderia socar até cair. Quando eu me vi mais distante do cara que ficou andando pelo local, deixei o fuzil numa bancada e fui tirando minha farda ficando só com top e a calça, eu percebia o moreno analisando todas as minhas curvas e o meu jeito de socar o saco.

— com todo respeito, se me permitir... - ele se aproximou de mim por trás — abre mais as pernas, sua base tá meia desleixada, é só um passo e... - ele me dá uma rasteira me fazendo cair no chão com os braços cruzados na cabeça pra proteger.

— seu filho de uma puta. - gruni no chão enquanto ele sorria.

     Não sei quando ele tirou sua camisa, mas ele estava ali só de calça mostrando seu abdômen trincado, mesmo sendo magro e bem alto, ainda dava pra notar os gominhos bem definidos.
     Me levantei e me posicionei em posição de luta - esse idiota ia me pagar - comecei tentando baixar sua guarda dando socos, mas parece que ele era bem treinado pra isso. Quando eu finalizei minha sessão de socos eu lhe dei um chute na lateral da perna esquerda, no joelho. Mas ele foi bem mais rápido e pegou minha perna, olhando nos meu olhos ele rodou a perna me fazendo cair de cara.

— eu conheço esse estilo de luta, você não vai ganhar uma de mim.

— a não? Se prepara.

     Comecei de novo dando os socos que ele sempre se defendia, e ao invés de lhe chutar como eu fiz anteriormente eu esperei uma brecha na sua base e lhe dei uma rasteira fazendo ele cair de costas. Rapidamente sentei por cima do seu quadril mobilizando suas mãos.

— se você se mexer eu sento na sua cara. - fiz uma cara de brava, e acabou que saindo um bico nos meus lábios.

— você deveria ter me imobilizado melhor.

      Ele se levantou e com um passe de mágica soltou seus pulsos vindo por cima de mim me prendendo com as mãos acima da cabeça.

— quem foi mesmo que ia sentar na minha cara?

— babaca. - tentei me soltar, mas ele acochava mais os meus punhos.

     Levantei minha perna batendo meu joelho nas suas costas fazendo ele soltar minha mão. Sentei, tentei me levantar, mas o mais alto estava em cima de mim. Ele passou a mão pelo meu pescoço pegando na minha nuca e agarrando minhas madeixas deixando meu pescoço a sua disposição. Ele passou a língua indo em direção a minha orelha mordiscando de leve.

— eu achava que a comandante do bopi, que amedronta todos os caras fosse um pouco melhor. - ele falou no meu ouvido me provocando.

— eu peguei leve com você. - passei meus braços pelo seu pescoço ficando bem perto do seu rosto. — duvido que um simples soldado daria conta de mim. - falei com a voz sedutora duvidando de suas habilidades.

      E me arrependi tremendamente por isso, ele com uma rapidez e uma força muito maior que a minha tirou meus braços do seu pescoço e prendeu de novo no chão acima da minha cabeça, não me deixando mover nada do meu quadril pra cima. E sua outra mão livre levou direto pro meu seio. Arquei as costas quando senti sua boca quente no outro seio que sobrou.
    Pelo fato do meu corpo ser esquelético e pequeno os meus seios também era pequenos e ficou um tanto desproporcional para o tamanho da sua mão, mas na sua boca... coube perfeitamente.

— comandante? - ouço a voz de Marxel longe e de outras pessoas.

     Vou pra detrás da bancada onde estava minhas coisas e começo a vestir a minha farda de novo, o único problema era que o infeliz que tava comigo começou a desabotoar minha calça depois de desfivelar meu cinto. Mordi o lábio quando ele colocou sua boca quente na boceta me fazendo tremer.

— achamos você, a sua equipe estava quase matando geral pela sua falta. - Charles tinha um sorriso simpático no rosto. — me desculpa por mais cedo, não foi a minha intenção magoa-la

— tudo bem... é... - eu tentava disfarçar, mas estava quase impossível com aquela língua e ainda mais quando o filho da puta enfiou seus dedos em mim. — quando vamos partir? Eu queria ir o mais rápido possível.

— estou só procurando um soldado também, ainda não o achei.

— quem seria? - perguntei mesmo sabendo que eu não conhecia absolutamente ninguém. Mordi a minha bochecha pra não gemer alto quando o cara debaixo do balcão afundou mais forte e fundo.

— soldado Matheus Sousa, alto, moreno.

— não, não vi - olhei pra baixo vendo seu sorriso sapeca quase me fazendo rir, mas tive que ficar séria para que ninguém percebesse.

     Não demorou muito pra que minhas pernas ficasse trêmulas, quase caí se não fosse pelo maior me segurando por debaixo do balcão.

— assim que eu achar, voltaremos aqui e partiremos. - Charles disse, saindo e Marxel atrás e me olhando estranho.

     Quando eles fecharam a porta eu joguei meu corpo por cima do balcão.

— seu filho de uma puta, desgraçado.

— gostosa - ele dá um tapa na minha bunda já coberta pela calça.

Xamã - Gata você é o crime...Onde histórias criam vida. Descubra agora