Capítulo 2- Osaka, 2006

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› Esse capítulo pode ser perturbador para algumas pessoas, se você vivenciou caso de abuso sexual, ou é sensível a esse tema, por favor não continue a ler. Não tem nada descrito com muitos detalhes, mas mesmo assim, prefiro avisar!
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 Não tem nada descrito com muitos detalhes, mas mesmo assim, prefiro avisar!×

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~ Hanna

— Cadê a minha filhinha?— Papai andava pela casa à minha procura. Me encolhi embaixo da mesa segurando a risada por ele ser tão burro e não conseguir me achar.— Filha…— ele andou entorno da mesa e eu tapei a boca— Achei!

—Ahh!— gritei me divertindo e meu pai me segurou no colo, jogando para o ar

— Quem vai querer sorvete hoje?— ele perguntou e eu ergui as mãozinhas.

— Posso ajudar, papai?

— Claro! Vamos fazer o melhor sorvete de iogurte com morango da face da Terra!— ele fez sons e caretas engraçadas me fazendo rir.

Peguei os morangos enquanto ele colocava o iogurte no processador. Quando ficou tudo pronto, papai me levantou bem alto até o freezer para que eu pudesse guardar o sorvete. Às tardes ele ia trabalhar montando sapatos, ele era o mais famoso sapateiro do mundo, e por isso, eu ficava observando todo o trabalho dele pelo vidro que dividia a nossa sala da sapataria. De vez enquanto, ele colocava o rosto de forma engraçada no vidro, me fazendo rir.

— Hanna, desce do sofá!— minha mãe apareceu— vêm, vou deixar você na titia porque eu e o seu pai vamos trabalhar

— Mas mamãe…

— Chega, não é você que trabalha para sustentar essa casa, é claro que quer ficar sem fazer nada o dia inteiro!— ela parecia irritada e ficou andando em círculos pela sala— seu pai ainda inventa de te dar comida saudável kk, a metade do salário está indo em iorgute naturais, pães sem conservante, farinha de aveia e sei lá o que mais! Vamos, Hanna!

— Não, vou!— gritei— Eu e o papai vamos tomar sorvete — cruzei os braços

— Vem!— ela me puxou pelo braço e me joguei no chão

— Não!!— rapidamente ela me colocou no colo e eu me debati

— Quer o sorvete é?— ela falou com uma expressão feliz— então pera aí…— mamãe foi até o freezer, pegou o sorvete de iogurte e se aproximou de mim— Não me desafia nunca mais!— ela jogou o sorvete no chão da sala e segurou a minha bochecha com força, fazendo com que eu olhasse em seus olhos.

Não consegui prestar mais tanta atenção no que estava acontecendo, o papai viu tudo através do vidro, fechou as janelas da sapataria e correu para dentro de casa. Ele me puxou para perto e discutiu com a mamãe. Abracei o papai com toda força, a culpa era minha que a mamãe jogou todo o sorvete fora, e agora ele também ficaria bravo comigo. Papo me levou até a casa dos meus tios, do outro lado da rua.

𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐯𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐛𝐫𝐚𝐝𝐚𝐬- Dori Sakurada Where stories live. Discover now