Capítulo 4- Tokyo, 2006

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~Dori ☆

- Taca a bola Dori!- Peguei a bola de tênis e bati com a raquete atravessando a rede.- Isso!

- Meninos, já está quase anoitecendo!- a voz da minha avó soou longe. Ignorei por um tempo e olhei em volta o chegar da lua por cima das casas e o sair do sol ao final da rua.

- Dori!! Eu ganhei!- Freya joga a bola e eu retomo a consciência.

- Ah... Bem, acho melhor entrarmos então- falei para a minha irmã e a mesma bufou.

Como o mais velho, eu passava as ordens, como a mais nova, ela as quebrava.

- Vai você!- ela jogou a raquete na minha direção e correu pela rua.

- Freya! Não! Volte ou a vovó ficará brava- sinto meus joelhos aceitarem a derrota e paro no centro da rua.

A menina parou ao fim da rua, bem à frente do luar e ergueu os braços. Caminhei até ela e a empurrei de leve.

- Vamos comprar balas- ela pediu, esfregando as palmas das mãos - vai... Por favor!!

- Só tenho 10 ienes aqui ...- olhei para o rosto de criança pidona de Freya - Está bem, vai comprar doces- me rendi e entreguei a nota para ela.

- Eba!!- ela correu até a lojinha de conveniência e pegou um saco de balas azedinhas que explodem na boca, girou a sacola transparente para que as balas não caíssem e correu de volta para casa.

Fui caminhando atrás dela, morávamos em uma vila com a nossa avó, não conhecemos nosso pai, apenas nossa mãe. Minha mãe cuidou de mim até os 9 anos e um ano após o nascimento de Freya ela faleceu, a causa foi bizarra: assassinato.

- Oi, vó!- cumprimento ela e tranco a porta atrás de mim.

- Fiz carneiro ensopado para o jantar- ela ajeita o cabelo em um coque branco e pequeno, fecho os olhos sentindo o aroma do jantar e tiro os chinelos para entrar.

Lavei as mãos e me sentei ao lado de Freya à mesa para comer.

- A professora disse que você tem faltado às aulas, o que está acontecendo Dori?- minha avó se senta ao nosso lado, pondo a panela sobre um tronco fino cortado.

- Ele vai à praia! Com o Nokuto.- olho para Freya indignada e minha avó sorri fraco.

- É verdade, Dori?- ela me olha por cima dos óculos e eu assenti.- Certo, me conta o que está havendo na escola para que eu possa te ajudar.

Minha avó ajudaria em tudo que pudesse, aquilo não era apenas uma frase copiada para conseguir o que queria, mas sim um desejo íntimo.

- Não consigo me concentrar...- Falei superficialmente - Os professores exigem de mim algo que não consigo.

𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐯𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐛𝐫𝐚𝐝𝐚𝐬- Dori Sakurada Onde as histórias ganham vida. Descobre agora