Capítulo 3- Ajudando o inimigo

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Depois de algumas horas, ouço um som de porta batendo e alguém gemendo. Me levanto do chão e coloco a orelha na porta para tentar ouvir algo.

- Moço?- Bati na porta esperando uma resposta, porém não tive. Continuei ouvindo aquele som, por isso, bati de novo- Dori? Moço! É você?

De repente, escutei a abertura da tranca do porão. Ele me olhou com uma feição abatida, olhei seu braço e estava cheio de sangue e cortes, a roupa que vestia também estava rasgada, tanto a blusa quanto a calça.

- O que aconteceu?- perguntei preocupada

Ele não respondeu, só fechou firmemente os olhos e pegou a caixa de curativos. Como ele abriu a porta para mim, entendi que eu poderia ajudar e assim fiz. Não sei ao certo o porquê desse desejo, mas não parei para me questionar as motivações em uma situação como essa.

Ele corria com a mão trêmula pelos itens de primeiros socorros.

- Pega a seringa para mim- ele falou, segurando a ampola de morfina na mão

-N-não, morfina não...- falei por impulso pensando em todos os efeitos colaterais do medicamento

- Cacete! Está doendo pra caralho, acha que uma dipirona terá efeito rápido?- ele gritou e eu tremi em resposta, pegando a seringa e a ampola de sua mão

- Quantos quilos você tem?- perguntei ansiosa e ele contorceu os olhos

- Por favor... Não enrola

Furei a ampola com a agulha da seringa e enchi em uma suposição de dosagem torcendo para que não desse errado.

Segurei um dos braços dele e fiz uma punção espetando a agulha em seguida.

Ele não expressou nenhum incômodo pela injeção, o que mostra o tamanho da dor antes. Peguei um comprimido de antiinflamatório e o entreguei com um copo d'água, em seguida, peguei a bula para ver as contraindicações, o que só não fiz antes a pedido dele. Por último, peguei soro fisiológico e gases.

- Eu vou precisar levar ponto nesse corte...- ele tocou o braço - se não tiver coragem me dá a agulha para sutura que eu faço.

- Você precisa ir ao...

- Médico?- ele riu- Eu sei, mas não vou, então faça isso que eu pedi.

- Mas você pode piorar, é muito sério...

- Em qual mundo você vive, hein, menina?

- Desculpa...- molhei a gaze com soro e coloquei na ferida e o garoto grunhiu. Tratei de todos os machucados tentando ser o menos agressiva possível.

- Pega algo na geladeira para eu comer - ele disse jogando a cabeça para trás pela dor

Assenti e dei passos longos até a geladeira, ao abrir me deparei com linguiças em sacolas, duas garrafas de água, refrigerante, bebida alcoólica e ovos. Respirei fundo pensando no que poderia fazer para ele comer e cheguei a conclusão de que um ovo mexido seria a melhor opção. Peguei dois ovos e o restante do óleo de soja que tinha em cima do armário.

- N-não tem nada aqui... Eu vou ter que fazer um ovo

- Pega um whisky aí...- ele resmungou e eu arregalei os olhos

- Mas você não pode beber estando desse jeito!- falei

- E quem é você para dizer o que eu devo ou não fazer, me dá logo essa porra!- ele se levanta cambaleando até mim e eu permaneço no mesmo lugar

𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐯𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐛𝐫𝐚𝐝𝐚𝐬- Dori Sakurada Where stories live. Discover now