II

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– O que você vai fazer hoje, Jake? – Sunoo perguntou enquanto caminhavam os três em direção à saída.

– Nada, eu acho.

– Posso dormir no seu apartamento? Meus pais vão sair hoje.

– Claro, quer o quê pro jantar?

– Eu como qualquer coisa.

– Quer vir também, Jungwon? – convidou, olhando por trás de Sunoo, pois o garoto estava na outra ponta.

– Eu topo. - sorriu.

– Eu passo na sua casa pra te buscar, Won. Vou levar meus jogos de tabuleiro e de cartas, vamos jogar a noite inteira! – bateu palminhas.

Foram para suas casas, mas cedo da noite já se encontravam na porta do apartamento do Sim.
Jake, que fazia algo para o jantar, correu até a porta quando escutou batidas na madeira. Quando abriu, viu Sunoo com uma mochila cheia e duas sacolas, enquanto Jungwon carregava apenas uma mochila. Deu espaço para os dois entrarem e resolveu atormentar Sunoo.

– Sun, está humilde hoje, nem trouxe a mala. – riu vendo o outro fazer um gesto com a mão em um pedido silencioso de "não enche".

– Onde eu ponho minha mochila?

– Eu te mostro, vem. – o Kim puxou o amigo e Jake voltou para a cozinha.

– Você mora sozinho? Que legal. – Jungwon olhava ao redor, vendo como a casa era organizada. – Queria que meu quarto tivesse cinco porcento dessa organização.

– No pouco tempo que eu fico em casa, fico jogado no sofá. Então não tem como bagunçar se eu não mexer em nada. – explicou, vendo o garoto assentir.

Eram quase onze da noite, estavam jogando um dos jogos que Sunoo havia levado quando seu celular começou a vibrar.

– É o Niki. – disse rindo, e riu mais ainda ao abrir a mensagem.

Virou o celular e deixou que os outros vissem fotos icônicas tiradas pelo japonês.
Um dos jogadores fazendo careta enquanto tinha duas batatinhas enfiadas no nariz, uma selfie com direito a Niki fazendo cara de tacho por ser o único a tomar coca no meio dos outros - e uma legenda "eu já sou maior de idade, por quê?!" -, tinha também uma foto de Heeseung fazendo cara de choro por seu pedaço de carne ter caído no chão. E uma outra foto de Jay tirando algo dos dentes.

– O Riki ele... – falou enquanto ria.

– Calma, calma, tem um áudio! – deu play.

– "Nunca mais eu venho em outro rolê desses! Eu não tenho mais cinco anos, e já tem gente ficando animada demais. – foi ouvida uma voz masculina cantando alguma música brega. – Já chega, eu estou indo embora!"

Sunoo pediu para que ele avisasse assim que chegasse em casa e recebeu outra mensagem do Nishimura avisando que iria pegar carona com Jay.

– Você não se importa que o Jay saia assim? – perguntou Jake, brincando com o dado.

– Não, eu confio bastante nele. Sei que ele não faria nenhuma gracinha só porque eu não estou vendo, ou porque outras pessoas estão fazendo. – disse com sinceridade.

– Eu estou com fome, você tem sorvete? – perguntou da cozinha. – Esse é de quê?

– Pode pegar, mas é de chocolate. Sem menta.

– Você não sabe o que é bom. – revirou os olhos, pegou três colheres e a sobremesa gelada, indo para a sala.

A semana voltou com tudo, a correria prevista não estava agradando muito os estudantes, mas o que se pode fazer?

– Okay, vamos lá. – Sunoo começou a explicar um cronograma que parecia uma ótima ideia, até que: – E se fizermos tudo isso rapidamente, terminamos antes das dez e temos tempo de comprar um veneno potente e se-

–  Sunoo! – Jake repreendeu. – Mas esse é um bom cronograma, falando sério. Acho que conseguimos terminar tudo se organizarmos assim.

– É, concordo. – Niki disse entediado.

O primeiro desafio da semana era a maquete do projeto que fizeram na semana anterior. Somaram os valores e dividiram por três, logo decidindo que Jake seria a pessoa que se deslocaria até a loja no fim da aula para comprar todo o material.

– Você vai na lojinha que é mais perto do campus né?

– Aham.

– Lá nos sentimos menos roubados com o valor total dos materiais.

Jake se despediu dos amigos e entrou na lojinha. Enquanto escolhia os materiais em um dos últimos corredores, ouviu uma voz feminina acompanhada de uma risada masculina. Se virou para ver quem eram os donos das vozes, vendo uma garota de seu curso puxar Heeseung pelo braço até a prateleira ao lado e ficar entre ele e o móvel. Prevendo as barbaridades que aconteceriam ali, e sentindo seu interior se revirar em uma sensação péssima, Jake pegou o que queria, fez cara de desgosto e passou por trás do Lee, ficando do lado dos dois em uma distância não tão pequena.

– Se nem os próprios estudantes de arquitetura respeitam esse local, quem mais o fará?

Jake disse "despretensiosamente" enquanto passava o dedo por algumas borrachas alí, suspirando e negando com a cabeça ao pegar pelo menos quatro borrachas, estas que ele realmente precisava. Tudo isso sem encarar os dois. Feito isso, virou as costas e saiu como se não houvesse feito absolutamente nada.
Pegou uma ou duas coisas que faltavam, e então foi até o caixa para pagar o que iria levar.
Isso quando a garota de antes parou ao seu lado e bateu com força um lápis no balcão.

– Vou levar esse.

O balconista lhe deu o valor e ela pagou.
Só então o garoto pôde finalizar sua compra e ir embora.
Caminhava na rua focado em mandar mensagem no grupo do trabalho, avisando que já estava com tudo que era necessário para começar a maquete. Havia ficado combinado de começarem na tarde seguinte, na casa de Sunoo.
Sentiu algo molhando seu braço e se apressou em olhar se haviam aves por alí, felizmente não. Então percebeu que estava começando a chover. Não estava com um guarda-chuva, mas havia uma sacola grande em sua mochila, então ele colocou a mochila dentro da sacola e caminhou até seu apartamento. Uma chuvinha não iria lhe matar, certo?
Ao chegar em casa, tomou um banho quente e resolveu que seu jantar seria um saudável ramen. Não estava com disposição para cozinhar outra coisa e as entregas de delivery ficariam mais difíceis pela chuva que caía lá fora.

eu te odeio, Lee Heeseung Место, где живут истории. Откройте их для себя