III

557 65 2
                                    

Na manhã seguinte foi o mesmo dilema. Já pela tarde, Jake rumou até a casa de Sunoo, onde o coreano e o japonês já deveriam estar lhe esperando, pois estava cinco minutos atrasado.
Apressando o passo, conseguiu chegar na residência dos Kim sem um atraso maior.
Bateu na porta e foi atendido minutos depois pelo amigo.

– Demorou, hein. – deu espaço para que o outro entrasse.

– Desculpa, eu tive imprevistos.

– Estava dormindo, não estava? – fechou a porta.

– Sim. – riu.

– Olá, Jake. – a mãe de Sunoo cumprimentou o garoto.

– Oi, tia! – sorriu.

– Já comeu, querido?

– Já sim.

– Vamos subindo, o Niki já está lá em cima.

Subiram e entraram no quarto de Sunoo, onde Niki esperava sentado no chão com as pernas cruzadas e mexia no celular.

– Ah, você chegou. Vamos logo porque o trabalho não é pouco. – estralou os dedos.

Iniciaram a bendita maquete, já estavam naquilo há horas. Dobra isso, cola aquilo, monta outra coisa...

– Acho que minha mãe está fazendo lanche. – Sunoo sentiu o cheiro de comida. – Deveríamos descer para comer algo.

Os outros concordaram, se surpreendendo ao ver que já estavam ali há duas horas.

– Como vai o trabalho? – a senhora Kim perguntou.

– Digamos que temos metade pronta...

No início da noite, os garotos estavam arrumando os últimos detalhes.

– E... Pronto! – Niki disse tirando as mãos da última arvorezinha colada.

– Certo, isso deu muito trabalho. – secou as poucas gotículas de suor que se acumularam na sua testa por conta do cabelo.

– Você leva amanhã, Sun?

– Claro.

– Eu já estou indo, então. – Riki se levantou, batendo as mãos na calça.

– Eu também. – Shim fez o mesmo.

– Vocês querem comer ou beber algo antes de ir? – apanhou a maquete, ficando de pé e colocando o trabalho sobre a mesa.

– Não, eu realmente preciso voltar para casa rápido.

– Eu moro um pouco longe também.

Os garotos desceram e se despediram da mãe de Sunoo.

– Vocês a tratam melhor do que me tratam, devo me ofender?

– Nós preferimos sua mãe.

– Aham. – o japonês concordou.

– Soltem, ela é casada. Vão, vão. Tchau! – foi empurrando os amigos para fora, mas era mais uma brincadeira dos três.

No dia seguinte, iriam entregar a maquete para que a professora avaliasse e desse a nota.

– As três melhores maquetes serão expostas no estande de arquitetura na semana que vem.

– Estande? – a sala se questionava.

– Terá um pequeno momento onde cada curso mostra um pouquinho do que sabe. A sala de vocês se encarregará das maquetes, e eu já estou vendo que vai ser difícil decidir.

– Vale ponto? – alguém perguntou.

– É um momento para distrair vocês após a semana de provas, parem de pensar em pontos extras e estudem, pois amanhã começam os testes mensais. – advertiu, indo se sentar e chamando equipe por equipe.

Jake já estava ocupado mastigando uma de suas guloseimas, estava preocupado com a maquete, com as provas, e agora se sua maquete seria escolhida.

– Relaxa um pouco, Jake. Nossa maquete foi a melhor da sala. – Niki se gabou.

– Espero.

Já na saída, perto do fim do corredor, Jay chamou Niki do lado de fora do portão para discutir sobre algum jogo próximo, e o japonês arrastou os outros dois consigo, os proibido de ir embora. Os três caminhavam juntos até certo ponto, onde se dividiam, então o Nishimura não queria perder a companhia.

– Quando que é o próximo?

– Ainda não tem certeza da data.

Os dois perdidos naquele meio começaram a conversar, sem dar muita atenção ao assunto que não lhes dizia respeito.

– Olha ele aí.

– E aí. – o Lee os cumprimentou com um high-five. – Oi, meninos. – soou gentil com Sunoo e Jake.

Mirou seu olhar para os colegas de time, mas logo olhou para Jake com as sobrancelhas franzidas. O Shim ficou um pouco confuso, mas tentou ignorar e não olhar muito para o mais velho.

– Mas eu não acho que vá ser tão horrível. – comentou o platinado, focando no assunto.

– É, não tem tanta diferença de...

E foi aí onde Jake parou de ouvir novamente.

– Olha só a hora, eu preciso ir. – Jay viu que já faziam quase dez minutos desde o término da aula.

– Won já foi?

– Ele saiu mais cedo hoje.

– Por algum motivo eu me lembro de alguma situação envolvendo você, e não é daqui. – Heeseung se aproximou de Jake, que engoliu em seco e deu um passo pequeno para trás. – Ah, você é o cara da lojinha! – estalou os dedos. – Relaxa, eu não fiquei com raiva nem nada, mas sua colega de curso... Cuidado com ela. – riu tentando afirmar que estava tudo bem.

Jake apenas ouviu tudo, aliviado por Lee não querer arrancar sua cabeça. Sorriu nervoso e puxou o Kim pelo braço.

– Vamos, meninos. Já está ficando tarde. – foi acompanhado pelos dois até a rua, seguindo seu rumo.

– Eu vi, hein. – Niki começou.

– Viu o quê?

– Aquilo foi uma curta conversa com Lee Heeseung?

– Não, não foi. – empinou o nariz. – Ele veio tirar satisfação comigo por algo que aconteceu naquela lojinha.

– O quê? – Sunoo, curioso como era, perguntou, o olhando no fundo da alma.

– Ah, ele chegou lá com uma menina do nosso curso e eles começaram a se pegar na minha frente. – disse indignado. – Aí eu disse que ninguém respeitaria o lugar se vissem que nem os próprios estudantes estavam respeitando.

– E o que aconteceu?

– Não sei, eu fui pagar as coisas. Mas segundos depois ela apareceu no balcão me queimando com os olhos. – riu. – Mas ele não apareceu.

– E ele foi falar o quê com você? – pronto, dois curiosos juntos.

– Que não 'tava com raiva, mas que era pra eu tomar cuidado com ela.

– Só?

– Só.

– Jake, você não presta! – Sunoo acusou batendo no ombro do australiano.

– E eu sou obrigado a segurar vela agora?

eu te odeio, Lee Heeseung Where stories live. Discover now