VIII

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Era novamente segunda-feira.

– Eu não fiz nada o fim de semana inteiro. - Sunoo se espreguiçou.

– Ah, mas eu fiz. Eu infelizmente fiz. Fiz todos os deveres e arrumei meu apartamento todo.

– Nossa, muito dono de casa. – o japonês comentou.

– Acho que estamos precisando mudar os planos para o fim de semana. Eu me sinto um idoso rabugento.

– Oi meninos. – Jungwon chegou sorrindo.

– Oi, Jungwon.

– E aí!

– Bom, eu queria fazer um convite a vocês. Vai haver uma festa na casa do Taehyun no sábado de noite. Mas relaxem, tudo que ele faz nesse tipo é organizado, não há nada ilegal. – Taehyun era um estudante de ciências econômicas, amigo de Jay. – O que acham?

– Precisa dar a resposta agora?

– Não, não Sun. Até quinta você pode estar me confirmando.

– Eu vou convencer eles, respondo você pelo kakao. – sussurrou para o amigo, que lhe lançou um joinha bem animado.

– Nós vamos, não é? – o Kim começou.

– Não sei, não estou muito afim.

– Vamos Nikinho... Vai ser legal. Eu fui na última que teve, foi a mais divertida que eu já participei.

– Eu tô com o Niki, não estou muito animado.

– Vocês precisam de diversão! E é isso que vocês irão encontrar lá. Vamos?

Sua carinha de pidão convenceu os dois.

– Tem certeza de que não temos risco de ir presos? – Jake encolheu os ombros.

– Claro que não. Ele escolhe a dedo quem chama, justamente para não dar nada errado. – fez um gesto com a mão, como um silencioso "fiquem tranquilos".

Sunoo sacou o celular e mandou uma mensagem ao Yang, confirmando a presença dos três na casa do Kang.

– A gente se encontra aonde?

– Ir a pé e chegar suados? Ah não, não mesmo. - o Kim bateu o pé. – Minha mãe vai deixar a gente de carro.

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– Eu tentei, mas tem algo errado. Não é possível. – o Lee voltava a insistir no assunto.

– Acho que você está levemente obcecado por alguém que tem uma opinião diferente. – Sunghoon disse guardando os cadernos.

– Não, eu só não entendo...

– As pessoas têm o direito de não gostar de você, pelo que eu saiba.

– É claro que têm! Mas eu sempre tentei ser gentil com ele e com o Sunoo.

– Não seja assim tão paranóico, Heeseung. – disse ao cruzar a porta da sala, indo em direção à saída.

– Eu segui ele no Instagram, mas no momento seguinte ele simplesmente me removeu. – disse indignado enquanto o acompanhava.

– Isso é estranho. Mas deixa isso de lado.

– E aí, gente. – Jay chegou por trás.

– E aí.

– Opa.

– Vocês vão na festa do Taehyun, né?

– Quando mesmo?

– Sábado. Ele pediu pra eu chamar vocês dois. Sabem como é, né?

– Sabemos, sabemos.

– Eu nem preciso confirmar, não é? – o platinado sorriu.

– Quando você vai criar juízo? – Jay bateu na testa. – Vamos logo que o Wonnie já deve estar me esperando lá fora. – os apressou.

– Calma aí, garoto, o portão nem abriu ainda. – o moreno riu.

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Agora os garotos estavam jogados no pátio esperando o portão abrir para poderem chegar em casa. Haviam sido liberados um pouco mais cedo por conta de um mal estar do professor, e agora a turma toda estava dispersa pelo pátio.

– Sunoo, você acha que eu devo mover o meu sofá para o canto da sala? – perguntou, enquanto sua cabeça estava apoiada no colo do mesmo e suas pernas repousavam sobre as do japonês.

– Ficaria mais espaçoso. Mas por quê a pergunta de repente?

– Uma pergunta aleatória. – explicou.

Os garotos conversavam sobre absolutamente nada, Jake já havia mudado de posição umas três vezes e Niki agora estava sentado na parte de encostar as costas do banco, seus pés onde deveria estar sentado.

O portão enfim se abriu, liberando as pobres almas exaustas de um longo dia de estudos. Logo a frente da faculdade se tornou um caos, igualzinho à frente de uma escola ao liberar alunos de oitavo e nono ano.

Caminhavam enquanto comentavam sobre algumas pessoas que passavam e os garotos não suportavam.
Não que eles fossem ganhar algo com isso, mas uma vez na vida não mata, certo?

– Essa é a minha deixa, tchau meninos. – quando perceberam, estavam na parte do caminho em que Jake se separava.

– Nem estava prestando atenção no caminho, tchau Jake! – acenaram.

O garoto seguiu seu rumo enquanto os dois ainda iriam caminhar juntos por um tempo.

Ia tudo normal até Sunoo passar por uma árvore, cujo um de seus galhos estava mais baixo. Achando que alcançava fácil, levantou a mão e tentou agarrar algumas folhas, mas sem sucesso.

– Da um pulinho, Sun. – debochou e o garoto fez cara feia.

– Eu consigo. – tomou distância e pulou como se sua vida dependesse disso. Mas ao chegar no chão, se desequilibrou, indo direto para os braços do japonês.

Niki engoliu em seco por ter o rosto do loiro tão próximo do seu. O coração em um ritmo um pouco anormal, os olhos minimamente arregalados enquanto seus braços envolviam cuidadosamente o tronco do garoto. Sem nem perceber, seu rosto se aproximava lentamente do de Sunoo. O Kim também não conseguiu raciocinar com toda aquela proximidade, acordando somente quando sentiu os lábios macios e carnudos do japonês contra os seus. Os olhos já fechados - o garoto sequer sabia quando os fechou - o permitiam apenas sentir a sensação de como era beijar Nishimura Riki, seu, até então, amigo.
Pela proximidade extrema, sentia o coração do moreno bater violentamente dentro do peito, e não estava muito diferente do seu, que pulava de um lado para o outro.
Já não estavam mais na posição de quando Sunoo quase caiu, as colunas haviam se ajeitado e agora as pernas do coreano conseguiam lhe sustentar.

Sentiu Niki se afastar rapidamente, não demorando para abrir os olhos e ver o garoto com uma expressão desesperada. Os olhos arregalados, a boca avermelhada um pouco aberta e o peito subindo e descendo rapidamente.

– M-me desculpa! – foi o que conseguiu dizer antes de virar as costas e correr para longe em uma velocidade impressionante, antes que o Kim tivesse alguma reação.

O Kim piscou lentamente tentando processar o que aconteceu, arfando de surpresa e colocando a mão sobre a boca.

– Ai meu Deus!

eu te odeio, Lee Heeseung Where stories live. Discover now