XVI

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Já faziam mais ou menos dois meses que Jake e Heeseung estavam nessa de "sem compromisso". Estava funcionando tão bem que preferiram não mexer no que tinham. Ao contrário do que Jake pensou, Heeseung realmente havia se livrado de todos os famosos "contatos" e o australiano constou isso, pois mexiam livremente no celular um do outro. Onde Heeseung ia, arrastava Jake para ir junto.

Agora, estavam no apartamento do Lee jogados no sofá assistindo série.

– Já acabou? – o australiano murchou.

– Infelizmente. – acariciou a barriga do australiano, o mesmo estava com as costas em seu peito. – Está com fome?

– Eu tô cheio. Comi pipoca demais.

– Eu também.

Ficaram em um silêncio confortável, a sala escura tendo apenas a tela - agora - cinza da televisão como iluminação, um cobertor esparramado de mau jeito sobre os dois para que eles não fossem afetados pelo frio que era causado pela chuva que caía lá fora.

Heeseung se aproveitava da situação para inalar o perfume do australiano diretamente de seu pescoço.

– Eu estou um pouco nervoso. – confessou de repente.

– Por quê?

– A nossa final é amanhã. – relembrou.

– Ah, verdade. Você e o Niki têm falado disso a semana inteira. – riu. – Por quê o nervosismo? Vocês são muito bons. Principalmente um certo camisa onze. – falou por alto.

– Gosta do camisa onze?

– E quem não? Ele joga bem e é lindo. – deu de ombros e soltou uma risada nasal.

– E de mim? Você gosta?

– Não, você é chato demais. – disse e Heeseung lhe fez cócegas. – Ai, Hee, não! – se contorcia rindo.

– Você é engraçadinho, não é? – derrubou o garoto no sofá e montou em cima dele, voltando a fazer cócegas.

Mas logo parou, já estava bom.
Depois de se recuperar daquela terrível tortura, Jake segurou as laterais do rosto alheio.

– Não precisa se preocupar. Eu sei que vocês vão ganhar. Você joga super bem. – assegurou e deu um selinho estalado no outro.

Heeseung se deitou sobre o tronco do moreno. Apoiou a cabeça em seu peito e recebeu um carinho gostoso nos fios tingidos que provavelmente não demorariam a exibir o tom natural em sua raiz.

– Está chovendo muito, quer dormir aqui? – perguntou baixo por estar com sua bochecha espremida no peito do menor.

– Eu ainda tenho roupas aqui? Acho que usei as últimas quando dormi aqui pela última vez.

– Você usa as minhas. Ou não usa nenhuma, você que sabe. – disse em tom divertido.

– Você para de ser pervertido! – interrompeu o carinho nos cabelos para dar um tapa fraco nas costas do maior, mas logo voltou ao cafuné.

– Estou brincando. Você pode usar as minhas, gatinho, eu não me importo.

Heeseung usava esse tipo de apelidos normalmente, mas nesse tom... Ele só fazia isso quando queria lhe convencer de algo.

– Será que eu deveria ficar? – fez doce.

– Vai, gatinho... Amanhã é sábado, a gente vai pro jogo junto. Eu só vou conseguir dormir se você ficar. – levantou a cabeça e apoiou o queixo no peitoral de Jake. – Se eu não dormir bem, ficarei indisposto; se eu ficar indisposto, eu vou perder. Logo, isso será culpa sua!

– Não me acuse assim, eu fico.

– Bom mesmo.

Um pouco mais tarde, ficaram com fome e Heeseung tratou de fazer uma macarronada rápida e deliciosa.

– Isso aqui está uma delícia. – disse com as bochechas cheias de comida.

– Que bom que gostou, Ikeu. – sorriu.

Jake ajudou com a louça suja para enfim ir se deitar sem ter motivos para se levantar antes das sete da manhã.

– Eu gosto de você. Eu realmente gosto de você. – Heeseung disparou quando já estavam na cama, banhados e prontos para dormir.

– A-assim, do nada? – franziu o cenho, virando de lado para encarar o outro.

– Eu só queria deixar claro mesmo. – riu anasalado. – Você é tão lindo, Ikeu... – passou a destra pelo contorno do rosto do Shim.

– Você é mais. – respondeu um pouco sem graça. Seu coração batia tão forte que sabia que o Lee podia ouvir, estavam tão próximos.

Jake não se segurou, puxou o maior para um beijo intenso. As línguas explorando a boca um do outro. Jake apertava os braços ao redor dos ombros do Lee como se o garoto fosse fugir de si. Heeseung, por sua vez, apertava a cintura pouco delineada do Shim. Por impulso, as mãos grandes escorregaram para dentro da camiseta e acariciaram diretamente a pele quente de Jake, mas imediatamente parou ao ouvir um arfar e um barulhinho de satisfação um pouco alto.

– Desculpe, me empolguei um pouco. – disse receoso.

Heeseung sempre buscou respeitar Jake. O mais novo já havia tido experiências nesse sentido em sua vida, obviamente, mas não com um homem. Heeseung não queria forçar seu garoto a nada e Jake era grato pela atenção do maior.

– Não tem problema. – queria dar ao maior o que ele queria, mas não sentia que estava pronto. Ainda era inseguro.

Se aninhou nos braços pouco malhados do Lee e dormiram sentindo o cheiro e o calor um do outro.

eu te odeio, Lee Heeseung Where stories live. Discover now