IX

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Jake chegou na faculdade e viu o Nishimura sozinho, escorado no muro esperando o portão principal abrir. Não viu Sunoo, então foi perguntar ao amigo o que havia acontecido.

– Niki, cadê o Sunoo?

– Eu não faço ideia. – disse meio perturbado. – Jake, eu fiz besteira. – choramingou.

– O que você fez?! – perguntou soltando as alças da mochila.

– Eu beijei o Sunoo ontem. – Jake abriu a boca sem saber o que dizer.

– Você o quê?!

– Olha, eu não consegui controlar. Isso é algo que estava em mim há algum tempo, eu... Não sei. – esfregou a testa.

– Eu sempre senti que você agia diferente com ele, mas eu não sabia o motivo. É por isso que você nunca consegue ficar bravo com ele, e está sempre fazendo de tudo por ele! – deduziu. – É por isso, você gosta dele!

– Fala baixo! – resmungou. – Eu achei que era coisa da minha cabeça. Mas depois de ontem eu não posso negar mais. Acha que ele está muito bravo?

– Você não conversou com ele?

– Não, eu pedi desculpas e saí correndo. – Jake bateu na testa. – O que você queria que eu fizesse?

Os portões abriram e os garotos entraram.
Sunoo só chegou quando a aula já estava quase iniciando.

O Nishimura não ousou levantar o olhar para encarar o loirinho. No intervalo, Jake estava desconfortável com toda aquela situação. Estava tudo um completo silêncio pois o japonês se recusava a olhar no rosto do Kim, e este não pareceu tentar puxar um assunto também.
Na saída da mesma forma e isso causava uma enorme inquietação em Jaeyun. Não suportando mais aquele climão, o garoto parou de repente e bateu o pé no chão, atraindo a atenção dos dois.

– Ai que silêncio constrangedor! Tratem de resolver suas pendências e só se aproximem de mim quando estiver resolvido. – começou a caminhar.

– Mas ainda está longe de onde você dobra pra ir pra casa! – Niki gritou.

– Eu vou por aqui. – ainda de costas, apontou para a próxima esquina. O caminho lhe levava para casa da mesma maneira, mas ele preferia ir até a última para passar mais tempo com os dois.

Assim que o Shim dobrou, Sunoo suspirou. Segurou com cuidado o pulso do japonês coberto pela manga do casaco e lhe guiou até uma sombra, pois o sol poderia os cozinhar se passassem mais um tempo expostos. Naquela rua não passava muita gente, então poderiam conversar um pouco mais a vontade.

– Não era eu quem deveria estar te evitando? – Sunoo arqueou a sobrancelha.

– Me desculpa. – estava hesitante em encarar o coreano nos olhos, então se pronunciou de cabeça baixa.

– Olha pra mim, Niki. – com um pouco de custo, o outro o fez. – Você... Gosta de mim?

– É, eu- eu acho que sim. Aquilo de ontem, já está comigo há um tempo. Eu não sei explicar muito bem. Você não sente o mesmo, não é? – apertou as mãos.

– Francamente, Nishimura Riki! Você realmente nunca percebeu? – perguntou indignado. – Nunca reparou na maneira que eu te olho, e o quão rendido eu sempre fui por você?

– Isso é um...?

– Como você é lerdo! Eu gosto de você, seu tonto! – resolveu dizer aquilo com todas as letras, para ver se o maior finalmente entendia.

Riki abriu um sorriso que mal cabia em sua face.
Sunoo abriu os braços e prontamente foi abraçado pelo rapaz à sua frente. Sem se conter mais, Niki o beijou com vontade.
Se separaram, sorrindo completamente bobos.

– Então... Nós estaríamos, por acaso...

– Namorando? – o japonês fez que sim. – Você acha que me suportaria? – cruzou os braços. – Vamos com calma, okay? Depois pensamos nisso.

O mais novo concordou. Se ofereceu para acompanhá-lo até sua casa, coisa que nunca havia feito por receio do loirinho não gostar.

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– Agora você vai me contar. – Jake ligou uma hora após chegar da faculdade, para ter certeza de que o amigo já estaria em casa.

– "Ele gosta de mim, Jake!" – contava animado do outro lado da linha.

– Meus parabéns ao novo casal! – riu. Se sentia feliz pelos amigos terem se resolvido. – É... Agora o trio virou "um casal e Jake". – dramatizou.

"Para de graça. Nós ainda não somos um casal, estamos indo devagar." – garantiu – "E não deixaríamos você de lado, mesmo que fôssemos um casal."

– Assim espero. Mas conta como foi. – e ali o moreno passou a contar sobre como haviam se resolvido.

eu te odeio, Lee Heeseung Where stories live. Discover now