XI

480 48 7
                                    

No dia seguinte, Jake acordou tarde pelo fato de ter ido dormir quase de manhã, tanto por ter chegado tarde, quanto por pensar no que aconteceu até dormir.
Pela noite, torcia para dormir logo, achando que esqueceria tudo ao acordar. Ou ao menos que se tornaria menos tortuoso pensar naquilo no dia seguinte. Mas não, era o mesmo peso da noite anterior. Um embrulho estranho no estômago, uma ansiedade que percorria por todo o seu corpo. Após tomar café, foi procurar algo para mastigar, que aquilo provavelmente lhe ajudaria. Ligou a TV para se distrair.
Mas toda a mastigação, os olhos inquietos, o pé batendo no piso frequentemente e os dedos sendo estralados a cada segundo, droga, aquilo estava lhe deixando louco.
Vestiu uma roupa apresentável e foi até uma pracinha, na tentativa de respirar.

Mas era o mesmo que nada.

Seu celular apitava e tocava durante toda a manhã, mas Jake mal se dava o trabalho de prestar atenção no aparelho. Tanto que, pela tarde, ouviu batidas desesperadas na porta.
Com as sobrancelhas franzidas, foi até a porta e a abriu.

– Jake! – Sunoo pulou em seus braços.

Meio atordoado, lhe abraçou de volta. Olhou para o japonês, que agora tinha uma expressão aliviada no rosto.

– Entrem. – disse ao colocar o loiro no chão novamente.

– Por que sumiu assim? – o Nishimura perguntou sério ao entrar na residência. – Ligamos pra você a manhã toda.

– E provavelmente travamos seu kakao. – acrescentou o baixinho.

– Ah... Desculpa, gente. Eu acordei há poucos minutos. – mentiu.

– Por quê não avisou que iria embora? Nem vimos quando você escapuliu.

– Eu estava com ânsia, acho que bebi demais. – botou a mão na barriga.

– Isso explica sua cara derrotada. – apontou. – Você precisa de algo? Um remédio ou um cházinho? Minha avó tem uma receita maravilhosa que vai deixar você novinho!

– Não precisa, gente, eu vou ficar bem.

– Senta aí. – o ignorando completamente, seus amigos se dividiram. Sunoo foi preparar o chá e Niki o manteve ocupado.

Enquanto seus amigos estavam lá, Jake se sentiu bem melhor. Os dois lhe distraíam e lhe faziam rir.
Mas no início da noite, tiveram que ir embora.

– Precisamos ir, mas estaremos atentos ao telefone. – Niki alertou. – Ligue se precisar de algo.

– Obrigado, gente. Muito obrigado. – agradeceu sentindo um aperto no peito.

Os dois foram embora e, assim que Jake fechou a porta, a sensação de antes voltou. A inquietação voltou com tudo, um embrulho no estômago que lhe fazia lembrar o porquê de não ter comido nada o dia inteiro além do café da manhã. Aquilo era insuportável.

Também lhe tirava o sono. Não conseguia nem por um momento desviar as imagens do seu pensamento, se odiava por isso.

Acordou com olheiras fundas e com o cabelo desgrenhado. Se arrastou pela casa para se arrumar e poder ir à faculdade.

– Meu amigo, você ainda está péssimo. Você dormiu? – o Kim lhe abordou assim que o moreno entrou na sala.

– Dormi meio mal. Mas eu estou bem. – respondeu com um jeito cabisbaixo.

– Bom dia, pessoal! – o treinador apareceu na porta. – No final do horário eu quero o pessoal do time na quadra para uma partida. E quem quiser ir torcer, sintam-se à vontade. – esclareceu antes de sair.

eu te odeio, Lee Heeseung Where stories live. Discover now