XV

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E lá estava Jake, passando perfume para sair com Lee Heeseung. Quer dizer, ele estava levemente desconfiado que iria levar um bolo, mas ele não tinha nada melhor para fazer, de qualquer forma. Conferiu sua roupa no espelho, essa que consistia em uma bermuda jeans um pouco folgada e uma camiseta branca.

Saiu meia hora mais cedo do que o combinado para ir caminhando devagar. A sorveteria era bem perto de sua casa, então ele não chegaria tão suado no local marcado.

– É pai, você bem que poderia me dar um carro de presente, não é? – resmungou enquanto caminhava. – Ou uma bicicleta. – suspirou.

Quando chegou lá, não viu o Lee, e resolveu esperar um pouco, pois ainda faltavam dez minutos para o horário combinado.
Os dez minutos se passaram e nada do Lee. Mais cinco minutos e sem sinal.
Jake suspirou e se levantou, não entendia porque se sentia tão desapontado quando já esperava que isso fosse acontecer.

– Eu sou um idiota. – revirou os olhos e saiu da sorveteria.

Deu alguns passos antes de ver um carro preto estacionando na frente da sorveteria e um Heeseung sorridente saindo de dentro do veículo.

– Você esperou muito? Me desculpe, eu estava cuidando do meu sobrinho. – explicou assim que se aproximou do moreno.

– Se precisava tomar conta do seu sobrinho, poderia simplesmente cancelar. Eu entenderia.

– Não, não. – apenas negou e olhou para dentro do estabelecimento. – Vamos? – o Shim assentiu e Heeseung segurou sua mão, lhe puxando para dentro.

Escolheram seus sabores de sorvete. Um rainbow sherbet para Heeseung e um sorvete de chocolate para Jake.

A todo momento Heeseung perguntava coisas sobre Jake, e não deixava de responder às perguntas que eram destinadas a si.

– Quantos anos tem o seu sobrinho? – perguntou colocando um pedaço do sorvete na boca, vendo que não restava muito.

– Quatro. Quatro anos. Você gosta de crianças?

– Geralmente me dou bem com elas. – deu de ombros.

– Então eu já sei quem chamar quando ele estiver impossível.

– Você está atrás de uma babá, é isso? – riu vendo o outro negar.

Os lábios do platinado estavam levemente coloridos por conta do sorvete, e Jake os encarou um um tempo percebendo o quanto gostava da sensação de tê-los colados aos seus.

– Algum problema?

– Não, nenhum.

Assim que acabaram os sorvetes, Heeseung pagou e eles saíram.

– Quer ir em algum lugar?

– Já são quase sete da noite, acho melhor eu ir pra casa. – olhou o horário em seu celular.

– Quer assistir um filme lá em casa, então? Vai estar dentro de casa, de qualquer jeito. – Jake arqueou uma sobrancelha. – Ei! Não me olhe assim! É realmente só um filme. – levantou as mãos.

– Você não é nada confiável, Lee.

– Tudo bem, então apenas me deixe te dar uma carona até em casa.

Jake pensou um pouco e assentiu. Entrou no carro de Heeseung e este dirigiu com as instruções do australiano. Vez ou outra acariciava a mão alheia que repousavam na própria coxa desnuda.

– É aqui. – indicou. – Obrigado por me deixar em casa.– sorriu retirando o cinto de segurança e colocou a mão na porta do carro, pronto para abrir, quando o coreano a trancou.

Jake lançou um olhar confuso para o mesmo.

– Não vai nem me dar um beijo de "tchau"? – riu de ladinho.

Jake revirou os olhos em um falso tédio, mas só ele sabia como estava seu estômago naquele momento.
Se aproximou do Lee e roçou seus lábios nos dele, o provocando antes de ter sua nuca segurada e os lábios atacados. Heeseung beijava de uma forma intensa e profunda, de uma forma que fazia o Shim perder o ar rapidinho. A língua quentinha acariciando a sua, o carinho gostoso na nuca... Jake soltou um suspiro antes de se separar do outro, que finalizou o ósculo com alguns selares.

– Posso ir agora? – perguntou ainda um pouco ofegante.

– Acho que sim. – riu vitorioso e destravou as portas.

Jake saiu e acenou, não querendo caminhar muito na frente do de fios cinza por medo de suas pernas falharem ali mesmo.
Após o carro sumir de sua vista, praticamente correu até o elevador, ligando para o Kim enquanto esperava parar em seu andar.

– "Jake? E aí, como foi o encontro?"

– Eu achei que ele não ia aparecer, ele demorou bastante, mas aí ele disse que estava cuidando do sobrinho dele. Você acha que ele mentiu?

– "Não, o irmão dele postou uma foto do Heeseung com o filho dele." – Niki argumentou.

– "Eu nem sabia que ele tinha um filho" – disse o loirinho.

– "Eu disse pra você várias vezes, Sunnie"

– Ei, espera... O Niki está aí? – saiu do elevador e caminhou até a porta, destrancando enquanto ouvia a resposta do amigo.

– "Sim, acabamos de assistir um filme. A gente ia ficar de grude, mas você ligou com fofoca."

– Desculpa, eu não queria atrapalhar o date de vocês.

– "Para de coisa e continua a fofoca, Jake."

E então Jake começou a contar sobre sua tarde. Não deu muitos detalhes da última parte, sempre achou desnecessário dar detalhes demais sobre momentos assim ou mais íntimos, e os amigos pensavam da mesma maneira.

– "O Heeseung oferecendo carona? E ainda pegando na sua mão enquanto dirigia? Não se anima muito Jake, mas eu acho que ele tá doidinho por você." – Sunoo fez um "uhum" em concordância.

Parem de me dar esperanças. – rolou na cama.

No dia seguinte, no último letivo da semana, Heeseung novamente se ofereceu para acompanhar o Shim até sua sala.
Dessa vez, o Lee tinha seu braço em volta da cintura alheia e sua mão estava enfiada dentro do bolso do moletom do Shim. Com a sua outra mão, mexia no celular.
Jake achou interessante como ele tinha tanta agilidade em digitar usando apenas uma das mãos.
Jake alternou o olhar, olhando para algumas meninas que admiravam Heeseung.

– Você pode parar? – resmungou sem pensar.

– O quê? Parar o quê? – desligou o celular e direcionou um olhar confuso para o mais baixo.

– De ser tão atraente. – revirou os olhos. Só depois se deu conta de que havia dito aquilo, e não somente pensado

– Me acha atraente? – deu um sorriso cafajeste.

– Não, digo, eu falava delas. – apontou com o olhar.

– Então está com ciúmes? – seu sorriso aumentou.

– Se não parar de me provocar, eu vou te acertar com meu cotovelo. – ameaçou, fazendo jeito de dar uma cotovelada na costela do maior.

– Meu baixinho é tão fofo. – a essa altura o celular já estava no bolso da calça, e a mão afagava os fios castanho-escuro.

– Seu baixinho? – parou de andar. – Que história é essa de "seu"? E eu não tenho culpa de você ser um poste, okay? – cruzou os braços e se afastou um pouco, consequentemente a mão do Lee foi para fora de seu bolso e deixou sua cintura livre.

Heeseung aproveitou que haviam acabado de dobrar e sair do corredor principal, segurou as bochechas do menor e lhe deixou o beijo nos lábios.

– Depois falamos sobre altura. Vamos logo para a sua sala, eu preciso ir para a minha.

eu te odeio, Lee Heeseung Where stories live. Discover now