𝐃𝐀𝐘𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓, andy goldfarb

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CAPÍTULO DOZE - my bat mitzvá!

oioii gente! só pra avisar para quem quer ver uns edits que eu postei de daylight no tik tok, a conta é jubspotter!

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Eu passei essa última semana tão vidrada no Andy e meus amigos que esqueci totalmente do meu bat mitzvá! Quando cheguei da escola na sexta, a primeira coisa que eu fiz vou começar a pesquisar. Salões, buffet, decoração rosa e dourada, Dj, caso o Schmuley esteja ocupado.

Eu já aceitei que não vou conseguir ter nenhuma artista na festa, e acho que vai ser horrível não ter nem a Taylor pra cantar alguma música do Lover. O passei a tarde inteira pesquisando e pesquisando, e é extremamente cansativo organizar tudo.

Liguei para um salão incrível no centro e aluguei para o dia do meu aniversário de treze anos, daqui a um mês.

- O que você 'tá fazendo? - Olhei para a porta e vi a figura do meu pai pendurado no batente.

- Vendo as coisa pro meu bat mitzvá. - Dei um sorrisinho fraco.

- Então desistiu daquelas ideias malucas?

Ele se aproximava de mim e debruçou na mesa para olhar as minhas anotações e fotos no computador, levando segundos para analisar tudo.

- Já decidi o salão, o buffet foi marcar amanhã, não estão atendendo agora. E o Dj Schmuley vai estar livre.

- Que bom, filha, nenhuma artista pop, né? - Agora quem aparece é minha mãe, que mesmo com roupa de ficar em casa e cabelo amarrado num coque alto e bagunçado, consegue ficar linda.

- Não, Blake, nenhuma. - Respondi e ela deu um risinho e voltou a andar.

- Ah, só para avisar que semana que vem vou começar a fazer meu projeto de mitzvá, trabalhar num lar de idosos, como uma bibliotecária. - Contava ao pai, que agora tava sentado na ponta da minha cama. - A vó do Andy fica lá então não vou estar sozinha.

- O Goldfarb? O ruivo?

O tom de voz de meu pai ficou mais grosso, o que me fez rir. Ele é tipo a mãe do Andrea: odeia que eu fale de meninos, e eu acho exagero, eu to crescendo e é óbvio que vou gostar de alguém! E o pior é que ele conhece o Andy, há anos, e ainda não se acostumou com ele.

- Sim, pai. O Andy, meu amigo desde pequeno. O Goldfarb, ruivo.

- Uhum. Juízo.

O moreno só saiu do meu quarto sem nem me dar boa noite, eu fiquei um tempo rindo da sua reação, mas voltei as minhas pesquisas.

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Eu juro que nunca usei tanto o computador na minha vida. Fiquei umas nove horas tendo ideias para festa e ainda parece um campo aberto de coisas para decidir. Era de madrugada e eu estava exausta! Me apoiei na mão e coloquei meu cotovelo na mesa, quase dormindo, mas ouvi um barulho de pedrinha na janela. Quando abro,olho para baixo, dou um sorriso profundo.

- São duas da manhã, Andy Goldfarb, o que 'tá fazendo aqui?

- Eu precisava te ver, loirinha, ocupada?

Olho para trás, ainda faltava eu estudar um pouco da Torá, mas isso pode esperar.

- Não. - Meu sorriso se abriu mais ainda.

Ele começou a subir pela escada que meu pai deixava do lado de fora no depósito, fiquei com medo do ruivo cair dali, mas nem deu tempo, Andy já estava me abraçando com os braços cobertos pelo seu moletom verde de sempre meio úmido por conta da garoa.

- Tem alguém acordado? - Balancei a cabeça. - Vou pegar comida, vamos assistir algum filme aí.

Andy vou até a porta do meu quarto, abrindo-a.

- As Patricinhas de Beverly Hills!

Falei em um sussurro meio alto.

- Fechou.

Antes de sair, o Goldfarb disse dando um sorriso e uma piscada. Não acredito que ele veio até na minha casa, garoando e de madrugada só para vir um filme. Por um momento, penso se ele gosta de verdade de mim...mas afasto isso antes que iluda demais. E ele me chamou de loirinha, de novo! Não aguentaria muito tempo assim, eu tava ficando louca toda vez que ele me chamava assim, me sinto incrível e especial, é estranho, porque é só um apelido.

Andy voltou para o meu quarto, com dois baldes de salgadinho e refrigerantes de no mínimo um litro para cada.

- O que você tava fazendo?

- Organizando meu bat mitzvá. Vem acontecendo taaanta coisa esses dias e eu tô pensando em tanta coisa que esqueci dele. E ainda nem terminei.

- Ah, claro. O bat mitzvá que eu vou ser o príncipe da aniversariante. - Ele deu um sorriso travesso enquanto pegava o computador e entrava na netflix.

- Vai se achando, Goldfarb.

- Vou me achar sim, vou acompanhar a menina mais bonita e atraente do sétimo ano.

Eu me senti corar e ficar muito quente com o elogio dele. Demorei um tempo para responder, Andy conseguia me deixar envergonhada, no bom sentido, sempre que podia. E quando percebi que ele estava centímetros do meu rosto, fiquei mais vermelha ainda, agora, é agora? Puta merda, eu acho que minhas dúvidas foram respondidas agora né? Mas não agora, agora não precisa ser agora, né?

- E o filme? - Perguntei me virando para a tela a nossa frente.

Burra, burra, burra! O que você fez, Victoria? Você acha que gosta dele, porque recusar? Talvez porque ele é meu melhor amigo, não sei se é recíproco. Minha mente parecia brigar consigo mesma, engoli seco e voltei para o presente.

- Claro. - Andy disse seco, acho que deve ter ficado magoado, e eu também fiquei.

Mas da mesma maneira, ele envolveu seu braço ao redor do meu ombro e me puxou para perto. Eu me arrepiei com o toque quente dele, de novo.

- É...você vai no bat mitzvá amanhã?

- Vou, o Andrea disse que vai também, e com a Lydia. - Ele me lançou um olhar de reprovação para a ação do amigo.

- Aí meu Deus! Isso vai dar tão errado! - Começamos a rir.

Mal prestamos atenção no filme, e aquele clima depois do "quase beijo" foi embora em segundos. Eu amava ter momentos assim com o Andy, onde era só eu e ele, conversando, rindo, no meu quarto.

Era estranho ele estar aqui de madrugada, e perigoso, mas demais. Acho que depois desse dia, a dúvida que me encheu o saco a semana toda foi esclarecida. Eu realmente gostava do Andy. Por mais que quisesse negar e falar que é passageiro, não rola, e talvez ele goste de mim também.