Capítulo VI

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 Era quase fim de tarde quando me encontrei com Isis na frente da nossa faculdade

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Era quase fim de tarde quando me encontrei com Isis na frente da nossa faculdade. Nós iríamos juntas até o estádio de Yrovalle assistir Theo jogar pela Universidade que ele estudava.

O dia dessa vez estava mais normal, sem sensações de ser observada, sem Maximilian, sem atrasos, sem qualquer tipo de situação esquisita e sem explicação acontecendo. Tudo normal.

Enquanto estávamos dentro do carro do uber, indo em direção ao estádio, Isis contava sua frustração sobre não ter saído ainda a lista com os solistas para o espetáculo de outono, e sua frustração era quase palpável.

— Era para ter saído ontem a tarde, adiaram pra hoje, e agora não tem data determinada — ela bufou espalmando as mãos no ar, como se pedisse aos céus por paciência. — Eles estão muito desorganizados esse ano, se não publicarem logo essa lista, como vamos ter tempo para os ensaios?

— Se eles estam demorando é porque devem ter um motivo muito bom Is, tenha um pouco mais de paciência!

Isis me olhou como se eu soubesse exatamente o que ela estava pensando, e eu realmente sabia. Minha amiga não era do tipo paciente, e se não publicassem logo essa lista, ela iria fazê-los publicar. Eu ri de toda a situação, e ela preferiu mudar de assunto.

— Sábado tem uma festa na casa do Guto, vamos?

— Ah, não sei... — eu não tinha ânimo pra festas, nunca tive.

— Vamos sim.

Revirei os olhos, não adiantaria retrucar, ela não iria aceitar outra resposta a não ser a de que eu iria, e pelo menos não era na Infernum.

Chegamos no estádio e logo fomos para as arquibancadas, achar o melhor lugar para torcer por Theo. Eu não entendia nada sobre a dinâmica do futebol americano, mas só em estar ali torcendo pelo meu amigo já era muito, para ele era mais do que o suficiente.

Theo sempre sonhou em ser jogador profissional, queria ir para a NFL, viver disso. Desde seus 14 anos ele se empenha em ser o melhor do que faz, e ele realmente é ótimo como jogador.

O céu estava tão bonito em tons de laranja, que me fez perder um tempo o admirando, pensando em quais cores eu poderia usar e misturar até chegar naquele tom; se eu conseguiria ser boa o suficiente para que algum dia eu pudesse replicar tamanha beleza. Minha pele se arrepiou com a brisa gelada do vento, e a sensação de ser observada me invadiu novamente.

Merda. Estava tendo um dia normal até aquele momento.

Isis estava entretida conversando com alguém que estava na fileira de cadeiras acima enquanto o jogo não começava. Olhei para todos os lados, angustiada com a sensação, e nada, ninguém parecia me olhar, ao menos não fixamente ao ponto de me fazer sentir tal sensação.

Ansiosa e inquieta, decidi ir ao banheiro antes do início da partida. Ao descer, tive que desviar da multidão que navegava ao contrário da rota que eu fazia, pedindo "licença" mais vezes do que o necessário, e "desculpas" toda vez que esbarrava em alguém por eu estar andando de cabeça baixa. Eu estava distraída, sentindo aquela sensação me tomando o corpo de forma que me deixava inquieta, e sem intenção alguma — e apenas para evitar esbarrar em mais pessoas — levantei meu olhar.

Obsession.Where stories live. Discover now