Capítulo XV

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 19 de outubro, segunda-feira

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19 de outubro, segunda-feira.

Dias haviam se passado. Exatos 5 dias.

Era uma segunda-feira fria, cinzenta e com nuvens carregadas, o sol estava desaparecido e não havia sequer sinal de seu calor. Os dias estavam estranhos. Desde quarta passada — quando fui até a casa dos Braddoc atrás de Niko, e ele me deixou em casa sem dizer muita coisa —, eu não o vi mais, não senti seus olhos sobre mim, e até mesmo Guto parecia estar de volta ao "normal"; nem mesmo Arya foi vista ultimamente, o que deixou Isis com os nervos à flor da pele. Prova disso era ela às 7 horas da manhã desta segunda-feira na porta da minha casa reclamando sobre isso.

— Será que eu fiz algo de errado?

Na mesma hora que minha amiga proferiu aquelas inverdades, meu peito doeu. Nada, absolutamente nada, do que Isis pudesse ter feito seria errado. Minha amiga era a mais dedicada, atenciosa, nunca seria culpa dela.

Parada no meio do meu quarto, minha vontade foi gritar a verdade para ela, mas se eu dissesse algo naquele momento, Isis ficaria ainda mais chateada com tudo, e ela já me parecia bem abalada. Então me acovardei mais uma vez, apenas me aproximei dela, que estava sentada na ponta da minha cama, e a abracei.

— Nunca mais pense, ou diga, uma coisa dessas — disse com o coração palpitando em angústia ao ver minha amiga com os olhos marejados. — Você não fez nada de errado, e mesmo se tivesse feito, ela fugiu, ela quem parou de te responder.

Isis não disse nada, mas me abraçou de volta como se realmente precisasse daquilo. Eu quis enfiar alho na goela de Arya até ela morrer — se é que isso realmente pudesse matar algum deles.

— Você é incrível, Is, a melhor!! E se Arya não souber valorizar isso, ela que se foda!! — Agi como se estivéssemos falando de alguém normal, um romancezinho clichê e normal. Mas não era, não chegava nem perto da realidade, e eu sabia bem disso.

Na verdade, acho que disse aquilo mais para mim mesma do que para minha amiga. Já haviam se passado 5 dias que eu não o via, e a falta avassaladora que eu estava sentindo de seus olhos sobre mim, me queimando a alma, me fez achar que por ter cedido um pouco naquela adega, ele havia perdido o interesse em mim. Viu que talvez eu não fosse boa o bastante para insistir em mais. Tinha algo de errado comigo, como poderia sentir falta dele, e pensar coisas como essas?

— Obrigada — ela agradeceu com o rosto avermelhado, de vergonha talvez. — Eu precisava disso.

— Eu sei que sim... — abracei ela mais uma vez, apertando ainda mais. Nós duas precisavámos. — Agora vamos pra faculdade, porque se eu me atrasar pra aula de Maximilian...

— Deus me livre!! — Isis se desvencilhou do abraço, completando minha frase, e se levantou prontamente, o que me fez sorrir levemente.

— Deixa eu só me despedir do Lou e nós vamos!!

Obsession.Where stories live. Discover now