Capítulo XII

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Quarta-Feira, 14 de outubro

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Quarta-Feira, 14 de outubro.

Eu olhava para o teto do meu quarto como se a grande vastidão de branco fosse a coisa mais fascinante que eu já havia visto na vida. Mas ele representava exatamente como minha mente estava naquele momento. No entanto, tinha apenas uma coisa diferente, um nome, um vampiro, um ser perturbadoramente envolvente que eu tinha permitido me tocar, e a ardência em meus pulsos era um lembrete vivo da noite anterior, me fazendo ter dificuldade para respirar. E mesmo que eu não olhasse diretamente para a vermelhidão que tinha em minha pele, dos pequenos arranhões que a corda causou, eu não conseguia esquecê-lo. E o pior... eu estava gostando desse lembrete.

Assim que eu tomei um banho de vinho na noite anterior, eu não vi, muito menos senti, Niko por perto. Ele havia me deixado completamente inerte e sedenta por mais, indo embora daquela adega sem nem ao menos se despedir. Eu me sentia exposta, envergonhada, abandonada. Mas o que eu poderia esperar dele? Um jantar a luz de vela por ter deixado ele fazer sexo oral em mim?

Tola.

Era perto da hora do almoço quando ouvi leves batidas na porta do meu quarto. Não quis abrir. Fechei meus olhos com força, mas a sensação de ter o rosto dele entre as minhas pernas ainda era sentida, a lembrança do toque leve arrepiando minha pele, era como se ele ainda estivesse me tocando. O cheiro inebriante e amargo de seu perfume misturado ao doce do vinho que havia me molhado era quase palpável. Minha mente estava vazia, mas meus sentidos ainda eram de ontem, ainda sentia tudo dele.

— Mavie? —  A voz incerta de Theo preencheu meu quarto, meus ouvidos, enquanto ele adentrava o cômodo devagar. — Já acordou?

Eu apenas resmunguei concordando. Abri meus olhos novamente e continuei a observar o teto, me virando em direção ao meu amigo apenas quando senti seu peso afundar o colchão ao meu lado.

— O que faz aqui? — Indaguei com a voz baixa, Theo parecia receoso com algo. Quando ele soltou o ar tenso, me afastei um pouco para que ele conseguisse deitar ao meu lado. Acreditei que ele precisasse encarar o nada do teto também. 

— O que estamos fazendo? — Ele olhava para o teto, assim como eu.

— Observando o teto.

— Por que?

— Porque é melhor do que encarar a realidade...

Respondi sem vontade, desanimada, e Theo suspirou como se concordasse comigo, como se entendesse bem o que eu queria dizer. E mais uma vez insisti na pergunta que ele tentou desviar.

— Por que não está em aula, o que houve?

— Não me sentia bem — ele disse simples, mas sabia que não era toda a verdade. No entanto, deixei que tomasse seu tempo para me dizer o que quer que fosse. — Por que você não foi pra faculdade hoje também?

Obsession.Where stories live. Discover now