Capítulo 28

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Não é impossível, isso é impossível? Diga que é possível. (James Arthur & Anne Marie - Rewrite the stars)

Um silêncio tenso preencheu o quarto. Lily, Cleo e Jessy trocaram olhares, refletindo sobre as palavras de Tim. Porém, eu, ao invés de ponderar, deixei transparecer a minha raiva.

— Isso é uma idiotice! — exclamei, com raiva evidente em minha voz.

Cleo tentou me acalmar:

— Talvez ele tenha seus motivos, Jade. Às vezes, as pessoas precisam resolver as coisas do jeito delas.

Olhei pra Cleo, minha expressão fechada. Motivos? uma ova! Ele estava sendo um idiota. Que merda ele tem na cabeça?

— Não me importa quais são os motivos dele. Ele está sendo um idiota ao recusar ajuda, e eu não vou simplesmente ficar parada enquanto ele toma decisões estúpidas.

A determinação nos meus olhos era evidente. Apesar da situação, eu estava decidida a intervir e ajudá-lo, mesmo que ele resistisse. O desafio agora era encontrar uma maneira de convencer Jake a aceitar a ajuda que ele claramente precisava.


◇◆◇


Marchei até a delegacia com uma determinação inabalável. Eu não aceitaria as decisões autodestrutivas de Jake. O que minha cabeça quente e sangue fervendo não raciocinou foi o problema de que eu não podia vê-lo.

Ok. Talvez não tenha sido uma ideia tão boa vir até aqui sem pensar em uma maneira de...

— Srta. Martin, o que faz aqui? — Perguntou Robert, sentado na mesa.

Olhei ao redor, nenhum sinal de Kim. Bom, talvez isso fosse uma mensagem do universo. Voltei o rosto para Robert, que me olhava com uma expressão neutra.

— Eu soube que você veio aqui.

— É, eu queria ver...

— Eu sei. — Ele suspirou, deu uma volta na mesa ficando na minha frente. — Eu sinto muito, mas você não pode vê-lo.

Murchei. Claro, o universo não seria tão bondoso. Uma onda de frustração percorreu meu corpo. Droga. Não podia simplesmente aceitar ser barrada por burocracias policiais. Enquanto eu tentava elaborar um plano rápido, a voz de Robert me trouxe de volta ao momento.

— Jade, entendo que você se preocupa, mas a situação dele é complicada. Há protocolos a serem seguidos.

Engoli em seco. Protocolos. Sempre esses malditos protocolos.

Era um protocolo tentar hackear meu telefone, depois pegá-lo e ameaçar Jake de se entregar se não eles me levariam como cúmplice? Queria gritar isso diretamente na cara de Robert, questionar a ética deles. Como eles podiam achar que esse tipo de abordagem era aceitável?

No momento em que abri a boca, a voz conhecida atrás de mim salvou Robert da minha raiva acumulada.

— Srta. Martin. — Alan se aproximou quando eu me virei. — Que bom vê-la aqui, eu queria falar com você.

Franzi o cenho, um misto de surpresa e desconfiança. Ele apontou para o corredor.

— Podemos? — E, em seguida, lançou um olhar sobre meu ombro. — Se vocês já tiverem acabado.

Robert olhou para mim.

— Claro, fiquem à vontade. — Ele contornou a mesa e voltou a se sentar — Sinto muito não poder fazer nada.

Duskwood - Não é o fimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora