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CONFORME O COMBINADO, YANG Jeongin e eu nos encontramos na minha casa durante o sábado à tarde. Ele chegou por volta das quatorze horas, desde então estamos na mesinha de centro da sala de estar, sentados ao chão e tentando prosseguir com o trabalho.
É sábado, minha mãe não está em casa, ela ainda continua na farmácia, onde trabalha como atendente. Hongjoo também está fora, saiu com algumas amigas para o shopping, provavelmente em um daqueles roles em que se vai apenas para andar e que no máximo vão comprar um sorvete de casquinha, porque não é surpresa que elas não possuem dinheiro para gastar nas lojas, o que me surpreende é que ela tem amigas.
Jeongin e eu estamos sozinhos em casa e tudo o que fazemos é tomar suco, comer biscoitos e o trabalho de história. Argh, nós somos muito certinhos. Nos filmes adolescentes as coisas são muito movimentadas. Por que a vida real é tão lenta? Em uma série ocidental, os protagonistas já estariam dando uma festa, saído para algum lugar perigoso ou bebendo álcool à luz da tarde, mesmo sendo menores. Mas é muita audácia minha pensar que eu seria uma protagonista. Sendo muito generosa, talvez uma coadjuvante. Falando de forma realista, uma figurante.
— Innie, eu posso te fazer uma pergunta sobre garotos? — eu questiono, sem ter mais nada para fazer. Já estamos na parte em que ele transcreve para o papel a versão final.
— Yoonjoo-yah, se eu entendesse mesmo de garotos, eu não estaria solteiro. — ele declara, sem pausar a escrita. — Mas pode falar, quem sabe eu não consigo te ajudar. — ele para.
Ele está todo ouvidos, mas eu nem mesmo consigo pensar no que o dizer. A frase saiu tão espontânea pela minha boca que eu nem percebi o que disse, foi como se eu não tivesse o controle das minhas palavras. Afinal, no que eu estava a pensar antes de soltar tal frase?
Acredito que os meus pensamentos eram sobre Lee Minho. Ele nunca pode saber disso, caso contrário nunca me deixará em paz. Não é que eu estivesse pensando sobre ele de forma romântica nem nada, mas sobre quais tipos de besteiras podem passar pela sua cabecinha oca. Deve fazer eco dentro daquela cabeça para achar que eu estaria interessada nele. Haha.
— Por que você acha que o Minho pensou que eu gosto dele? — eu questiono.
— Porque a Yunjin disse que sim. — Yang me responde, simples e objetivo.
— Tá, mas ele poderia achar que ela estava apenas tirando onda com a cara dele. — eu faço uma suposição, levanto uma hipótese. — Poderia ser uma brincadeira. Se ele confiou tão rápido, ele devia mesmo achar que eu gostaria dele. A pergunta é: Por quê?
Jeongin morde a tampinha da caneta dele, pensa em como me responder. Ele solta a caneta na mesinha, deita as costas no assento do sofá. O meu amigo faz um suspense desnecessário e eu tenho que esperar a sua resposta.
