O Jantar

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— Você está atrasada!

— Me desculpe, peguei trânsito.

Até conseguir chegar aqui levei cerca de uma hora e meia.

Avisei ao senhor Braga que estava estacionando o meu carro e quando olhei para trás aqui estava ele bem diante dos meus olhos. Usa terno e camisa social, sapatos de cor preta.

Escolhi um vestido azul escuro de alcinhas com decote reto para poder vir a este jantar, a verdade é que vim me arrastando, não estava tão disposta quando acordei hoje, porém iniciei o meu dia de todas as melhores formas.

Tive que repetir diversas vezes para mim mesma que sou forte o suficiente para sobreviver a qualquer briga que eu tenha tido com meu filho e com o Tate.

Sinto que ao mesmo tempo também ter colocado um ponto final nesse ciclo sem fim de discussões e a relação que eu tinha com o meu filho será sem sombra de dúvidas a melhor coisa para mim.

Mesmo que no começo eu sofra um pouco.

— Você não parece muito bem.

— Só o cansaço mesmo, tive dois casamentos esta semana, um foi em Los Angeles, com deslocamento fiquei cansada.

— Está bem.

Não espero por perguntas.

Primeiro porque eu sei que o senhor Braga não é do tipo de homem que é indiscreto ou que faz muitas perguntas, segundo porque sei que tudo isso é um acordo que fizemos e não será nada além do óbvio.

Terei que agir como se isso fosse um encontro e eu fosse sua nova namorada, mas será apenas por esta noite.

Tento colocar um sorriso nos lábios enquanto atravessamos o hall de entrada da mansão dos Johnson, a casa deles fica instalada em um bairro classe alta da cidade, é uma dessas mansões super arejadas com uma estética sulista incrível.

Eu já estive em algumas casas assim da cidade de Colúmbia, elas costumam ser bem requintadas e modernas apesar das características externas lembrarem as casas mais clássicas e antigas da cidade.

Observo toda a decoração em tons de mogno e marfim assim que adentramos na sala de estar da casa avisto o casal Johnson próximos aos sofás, o senhor Johnson servindo uma xícara de chá enquanto a senhora Johnson está colocando alguns biscoitinhos em pratos de sobremesa.

Fico surpresa com a simplicidade por trás das roupas de ambos, ele com uma calça de brim marrom e camisa xadrez e ela com um vestido beje de mangas, é óbvio que eu nunca poderia imaginar que seria um jantar tão informal.

Também não me arrumei tanto, me maquiei com cuidado, mas tentei não pesar tanto a mão em nada.

— Ah, ela chegou!

Eu sei reconhecer um sorriso sincero e genuíno quando vejo um e o dela é verdadeiro. Tenho trabalhado com pessoas há vinte anos, aprendi a ver muito além do óbvio com os meus atendimentos.

Sorrio de volta para ela, Aquiles Braga segura a minha mão e sinto a aspereza de alguns calos grossos novamente. O acompanho até lá em silêncio, eu sei que de todas as formas nisso consigo ser muito boa, sei como lidar com pessoas e como trata-las.

— Boa noite, Éden, seja muito bem-vinda! — Adela diz.

— Me perdoem o atraso, peguei trânsito! — respondo e troco dois beijinhos nas faces com ela. — Boa noite, senhor Johnson.

Grávida do Bilionário PetulanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora