CAPÍTULO 34

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Álvaro Pinhal Junior

Algumas coisas só damos valor quando perdemos e isso é a maior verdade, tanto pra mim quanto pra Ananda.

Nós tínhamos um ao outro, como melhores amigos, amantes e até no serviço tudo era perfeito e ela foi embora.

Acho que esperei que se ela algum dia voltasse não tivesse tão bem, tanto fisicamente quanto, sei lá o pacote completo.

Ananda tinha o corpo bonito, mas agora da pra por um copo cheio de cerveja na curva da sua bunda.

A coxa pra travesseiro, tá melhor que o inventado por profissionais e o seio que nem parece ter amamentado minha filha?

Enfim, eu mantinha minha raiva tão cega que não enxergava tudo isso o tempo todo, até que mais pessoas começaram notar, mas Ananda nunca foi de verbalizar seus objetivos e ela literalmente me colocou pra escanteio quando ofereceu sua amizade.

Quando eu fiz isso anos atrás era apenas um meio, para um fim.

Mulheres não fazem isso, quando mulher quer ser amiga de um homem, ela não está pensando no seu pau e sim no seu cérebro e isso começou a me enlouquecer.

Mas por um outro lado, não posso me entregar de bandeja que vou passar por trouxa também.

Até um açaí que costumava tomar tranquilamente, ela estragou porque eu tinha esquecido todos os programas que a gente fazia juntos, seja de madrugada, após o cinema ou ir naquele restaurante que o cardápio era todo do anime Naruto.

Nunca fui um cara de encontrinhos e nem de namorar, mas também nenhuma era Ananda.

Droga não posso pensar nela assim tão fácil.

Mas, e se... Não óbvio que não,sem e se.

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Uma semana se passa da proposta de amizade e agora não nos evitamos mais e sinto que Bia de uma certa forma criou esperanças, porém é sexta a noite, fui buscar minha filha para a sessão pipoca e a bonita está vestida para matar de vestidinho curto vinho e Al star .

-----Onde minha amiga já vai?

Ananda se aproxima e zomba de mim.

----Perfume novo? Ciúme?

E cai na gargalhada.

-----Nao uai, só perguntando.

Fiquei nervoso até o sotaque mineiro volta.

-----Nao e nada demais, pessoal da academia me chamou, fiquei devendo da última vez que não fui .

----Hm. Divirta-se então.

-----Com certeza.

Eu vi malícia naquele com certeza? Óbvio que vi. Ananda não e de sair assim se não tiver interessada em algo numa sexta a noite.

Academia hein. Rum.

Bia estava cansada apesar de não estar indo para a escola ,ela então capotamos após dez minutos de Frozen. Juro que essas músicas infantis derrubam a gente mais rápido que aquelas de chuva que era pra relaxar e acalmar.

Achei que teria insônia por causa da mãe da minha filha, mas era o meu momento com Bia e até acho que seria bom ir a praia com ela pra sair um pouco desse centro urbano demais.

Creio que nove horas já é hora de perturbar qualquer sono alheio então estou muito foda-se pra voz de sono de um certo alguém, eu dormi e muito bem.

Rum.

Toco a campainha pra buscar as coisas de Bia, já que serão só algumas horas o que for emergente resolvo por lá.

----Vamos com a gente mamãe, hoje você não trabalha.

----Mas Bia é o seu momento com o papai.

----Mas agora vocês são amigos, não é porque tirou o amor que não podemos nos divertir juntos, por favorzinho.

Se Bia não fosse a minha princesa estaria xingando ela agora.

Preciso de espaço pra engolir esse negócio de amigo, não é enfiar goela abaixo e tá tudo bem.

Meia hora depois estávamos a caminho da praia mais próxima e o caminho foi até divertido parecendo uma grande família feliz. Eu sentia falta de me sentir pleno assim sem tanta raiva e amargura.

Alugamos uma barraca e compro um desses kit de brincar na areia para Bia que estava muito feliz apesar de não ser sua primeira vez na praia.

Não comemos nada dos ambulantes e nos revezavamos para entrar na água e dar um mergulho.

----Voce está inquieto quer me perguntar alguma coisa Álvaro?

----Eu não, por que pensa assim? Estou curtindo o final de semana com minha pequena antes de tudo recomeçar de novo.

----Ta bom se está dizendo. Mas pode passar protetor solar na minhas costas? Eu não consegui e estou sentindo que vou me queimar. Eu passo na sua também.

E como eu precisava provar pra mim mesmo que consigo me controlar não recusei, mas que pele macia!

----Ve se não olha pra minha bunda. Seja uma mulher decente.

Tenho certeza que Ananda ficou vermelha de vergonha.

-----Eu não ia olhar , mas você me fez olhar. Entao você olhou pra minha.

----Nao sou cego e muito hétero, olhar não arranca pedaço.

Parecia os velhos tempos também. Na hora que Bia ficou muito cansada, encerramos o dia e coloquei-a na cadeirinha.

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Parece ou é perseguição, mas ao iniciar o processo de treinamento para Regional eu não deveria ter ficado surpreso em quem é nosso instrutor dado que alguns de nós não inscrevemos no programa.

Me sinto em um cerco se fechando onde olho e estou ela está e eu não tenho complexo de Deus por favor.

Só que é muito fora do comum o único lugar que eu tinha certeza que eu poderia ter paz me tirou o fôlego.

Coloco os pés na academia, faço o chekin e ao posicionar minha garrafa de água do lado da esteira eu a vejo, com a barra e alguns pesos de cada lado fazendo agachamento.

Não consigo desviar o olhar já que seu shorts que mal tampa meio palmo da coxa e seu top que a parte de trás é uma linha praticamente que é um convite pra gente rasgar.

Sua pele toda suada, cabelo nem preso nem solto agachando.

Tô ferrado

Tô ferrado.

Tô ferrado.

Preciso resolver meu problema, muito tempo sem uma garota embaixo de mim.

Ou melhor, da pra enxotar a mãe sem a filha pra João Pessoa não.???????

Já disse que tô ferrado?

Atração Proibida Where stories live. Discover now