Alex briga com uma serpente falante

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NOTAS

Esse capítulo anteriormente era uma continuação direta da parte introdutória. Queria deixar bastante parecido com a realidade, especialmente considerando em todas as coisas suspeitas que acontecem com os superfriends. Então vai ser um pouquinho extenso, mais narrativo. Mas prometo que vão vir capítulos mais tranquilos.

Descobri duas coisas. A primeira delas era que eu estava mesmo no DEO. Isso porque, quando deixamos a ala médica diferente, percebi alguns corredores, equipamentos e locais dos quais conhecia. A segunda coisa que descobri era que ser uma prisioneira era uma merda e extremamente constrangedor, principalmente quando mandam você vestir um traje de super-heroína. É no mínimo irônico que eu esteja me sentindo como um saco de batatas — depois de virar purê — e tenha sido obrigada a sair por aí como a Supergirl. De novo, eu me sentia mais como a Garota de Papel.

Além disso, descobri algumas coisas enquanto era mantida como prisioneira.

As algemas eram desconfortáveis. Apertavam meus pulsos e não havia uma forma certa que eu me sentasse que me deixasse menos curvada, o que era uma tortura considerando que eu acordei como se tivesse sido pisoteada por mamutes pré-históricos da Era do Gelo e, como se não fosse o suficiente, Lena me derrubou com bastante força minutos antes.

Tipo, qual é? Ela não viu como eu estava toda machucada? É quase covardia.

A segunda coisa que percebi foi que os agentes são bastante curiosos. Muita gente me espiava, comentando entre si sobre mim, sem tentar nem mesmo diminuir o tom de voz. Esse lugar não era para ser para agentes secretos treinados? Depois, percebi na sala de interrogatórios. A forma como tinha apenas uma luz e como eu me sentia dentro de uma caixa de aço. Por isso tentei me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse o sentimento de sufocamento que aquele lugar me trazia. Percebi nos passos indo para lá e para cá, na maneira que a cadeira era desconfortável e até mesmo contei um ou dois chicletes grudados embaixo da mesa. Quando eu estava prestes a enlouquecer, o suor escorrendo em minha testa, a mulher assustadora com olhos de tempestade entrou na sala.

Era uma mulher atraente, se não tivesse aquele jeito de louca. Ou usasse aquelas facas embainhadas. Seus cabelos, negros e compridos, emolduravam seu rosto cor de oliva e em uma de suas sobrancelhas tinha um piercing prateado. Em seu braço esquerdo havia uma tatuagem chamativa de uma cobra, enrolando-se em seu antebraço. Ela puxou a cadeira que estava vazia, virando-a do lado errado e então se sentando com uma perna de cada lado, as mãos apoiadas no assento. Olhou bem para mim, com os seus olhos assustadores.

— Sabe Kara... — ela tinha um sotaque diferente e, apesar de eu ter uma vaga lembrança da sonoridade, não conseguia saber de onde havia escutado ou de quem. — Você concordaria comigo, se pudesse se lembrar, que isso é um pouco irônico.

Pisquei, confusa.

— O quê?

— O fato de eu estar tentando salvar a sua estúpida bunda branca — ela colocou ambos antebraços no apoio para as costas da cadeira. Eu podia jurar que havia visto a cauda da cobra tatuada em seu braço se mover. — Sendo honesta, não é como se eu fosse a sua fã.

Controlei as minhas expressões muito bem. Também não era como se eu não tivesse lidado antes com pessoas do tipo dela: que gostam de se vangloriar, contar vantagem e usar de ironia para desestabilizar as pessoas. Uni as minhas mãos, mesmo que eu estivesse algemada.

— E quem exatamente é você?

— Meu nome é Nadia — respondeu ela, simplesmente. Sem dizer seu sobrenome e nada do tipo. — Olhe, se estou aqui é porque Lena é importante para mim. Por isso, se você ousar machucá-la de qualquer maneira, eu te mato com as minhas próprias mãos, loira. Não ligo para o fato de você ser feita de aço ou qualquer outra baboseira. Isso está claro?

The Lost Years - Supercorp.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang