The Lost Years - Supercorp.

- Looping -

AVISO

Eu sei que dessa vez eu demorei consideravelmente para lançar esse capítulo. 

Essa última semana foi bastante corrida para mim, precisei trabalhar a semana inteira e estudar para uma prova um tanto quanto difícil. Além disso, me formei na segunda-feira! Ontem mesmo!! Foi bastante legal e bom, fiquei resolvendo roupas, transporte e tudo que envolvia meu comparecimento ao evento de colação de grau. Então me perdoem. Espero que aproveitem o capítulo. Ele tá bem grandinho, então dá para vocês aproveitarem bem. 

xx

Uma coisa sobre mim é que adoro voar.

A sensação de elevar-me acima das nuvens, estendendo os braços e sendo envolvida apenas pelo suave murmúrio do vento nos ouvidos, com a minha capa dançando ao meu redor, é verdadeiramente arrebatadora. A cada momento, meu estômago se agita com uma sensação única de excitação, e sinto-me invencível, como se estivesse verdadeiramente fundida com os céus. Contudo, nada daquilo poderia sequer se comparar com a sensação de ter a minha melhor amiga em meus braços. Não era preciso esforços para que parecesse como se eu estivesse planando entre as nuvens. Ao beijá-la eu podia entender de uma vez por todas que ela realmente era mágica.

Cada aspecto dela emanava suavidade e delicadeza, como se fosse esculpida em plumas. Nossos corpos estavam extraordinariamente próximos, como nunca antes. O calor da pele dela sobre a minha era palpável, sua respiração perdendo o compasso, e seus dedos deslizando pela região central das minhas omoplatas, desorientando todos os meus sentidos. Desta vez, ao sentir a eletricidade pulsante percorrer meu corpo, ousei permitir-me absorver essas sensações, afundando minhas mãos em seus cabelos para intensificar o beijo. Entretanto, quando ela delicadamente puxou a carne do meu lábio entre seus dentes, sugando a área, não pude conter o suspiro que escapou dos meus lábios. Um sorriso surgiu em seu rosto, seguido por um beijo mais apaixonado, enquanto uma de suas mãos deslizava das minhas costas, surpreendentemente tocando a minha cintura sob as águas.

Ela usou a mão para puxar-me mais para perto do seu próprio corpo, nossas peles se encostando totalmente, meu coração dando uma volta completa, uma pressão característica anunciou-se na ponta do meu estômago, percorrendo as minhas veias, denunciando como aquela aproximação mexeu com o meu corpo. Aquilo fez com que eu procurasse aprofundar ainda mais o beijo, apertando-a contra mim, sem nenhuma reserva, considerando que estava totalmente sem meus poderes. Mas, para a minha surpresa, minha amiga soltou a minha cintura e se afastou do beijo, a sua outra mão livre empurrando-me pelo ombro.

A confusão me impeliu a dar mais um passo à frente, adentrando a parte mais funda da banheira. Em resposta, ela retrocedeu dois passos, ajustando a alça do sutiã que havia deslizado durante nossos beijos. Minhas sobrancelhas se franziram, e ela engoliu em seco, mantendo a boca entreaberta – a mesma boca que eu estava beijando instantes antes. Surgiram dúvidas em minha mente. Será que ela não gostou? Será que minha versão com memórias beijava melhor? Teria eu arruinado tudo? O nervosismo percorreu minhas veias, levando-me a questionar antes que pudesse me conter:

— O que aconteceu? Fiz algo errado?

— Não, de jeito nenhum... Foi incrível, você é incrível — um sorriso brilhante e tranquilizador se formou em seus lábios. Ela passou a mão pelos cabelos, jogando-os para o lado, sua respiração ainda um tanto descompassada. — Mas estava ficando muito... intenso. Não quero que você se arrependa mais tarde, entende?

Aquilo me fez engolir em seco, mas assenti lentamente. Ela provavelmente tinha razão. Até minutos atrás eu não me lembrava de nunca, jamais, ter beijado uma mulher na minha vida. Não era mesmo prudente acelerar as coisas a um nível que pudesse me assustar. Mas ainda assim, ao olhar para ela, todas as dúvidas pareciam se extinguir totalmente.