꧁Que se faça o necessário꧂

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Aquele lugar era muito diferente de dia. você pensou.

Havia notado desde o início o quão absurdamente enorme e bonito era Saltburn, mas agora, com a luz do sol parecia ainda mais resplandecente. E ironicamente, em contrapartida, o ar já começava a se tornar opressor e sufocante mesmo ainda antes de sair do carro, ou talvez fosse este o desconforto em estar no mesmo ambiente que Elspeth, porque meu Deus, como ela falava.

Você não conseguia entender o porquê era tão crucial para ela que Felix recuperasse as memórias de uma semana.— que diferença isso faria? O que havia acontecido de tão especial neste meio tempo?— no lugar dela, você ficaria feliz que seu filho não se recordasse detalhes de como foi a sensação de ter uma overdose por drogas.

Aparentemente.—pelo menos de acordo com ela.—no passado, houve um parente da família que sofreu um acidente batendo a cabeça na borda de uma piscina, Elspeth disse que todos se lembravam de como essa pessoa teve perca de memória e morreu apenas dias depois. Você queria dizer para ela que talvez, apenas talvez fosse porque esse parente bateu a cabeça, mas na mente dela, fazia mais sentido acreditar que foi a amnésia que o matou.

Quando o veículo parou em frente a mansão, você continuou encarando todo o local, nem havia notado anteriormente, mas havia um grande lago nas proximidades.

—É como nas séries da realeza.—sussurrou, sem conseguir disfarçar seu choque, só voltando a si quando Elspeth chamou pelo seu nome com o sotaque carregado.

Você a seguiu contragosto, subindo as escadas e se assustando quando a enorme porta abriu-se.

Haviam diversos empregados perfeitamente alinhados, o ao meio—que parecia ser o mordomo chefe—foi quem pegou o Xale dela, você ergueu os olhos para o enorme lustre.

—Duncan, estou indo para meu quarto, preciso de um banho quente para tirar este cheiro de hospital.—Ela disse, dando passos rápidos.

—Perfeitamente.— disse, finalmente te encarando, com uma expressão de julgamento.

Elspeth rapidamente o orientou a te acompanhar para algum dos quartos de hóspede, temporariamente. Você não fazia ideia de como ela havia conseguido, mas de algum modo suas malas estavam a caminho. Também não teve oportunidade para perguntar, porque Duncan caminhou com passos apressados, te forçando a segui-lo.

Você tentava observar as pinturas renascentistas das paredes altas, mas era impossível com a velocidade em que ele caminhava pelos corredores longos.

As janelas eram enormes e seus olhos naturalmente se atraiam para a paisagem, o jardim era vasto, havia um belo gazebo de marmore branco ao centro e de longe se via as enormes montanhas britânicas.

Antes que você pudesse olhar por mais tempo, Duncan fez um som com a garganta e você notou que ele estava parado no corredor te aguardando, voltou a segui-lo.

Seu quarto era enorme, tudo parecia cuidadosamente planejado para ser sofisticado e da alta sociedade ao mesmo tempo tendo ar de antiguidade.

A cama era enorme e aos lados haviam duas mesas laterais elegantes com luminárias de cristal. Como em todos os cômodos, as janelas eram o grande ponto chave, mas haviam cortinas grossas de veludo, puxadas para trás para a entrada de luz natural.

O tapete persa parecia tão caro que você se perguntou se poderia pisar nele ou seria uma opção melhor desviar. O piso de madeira era polido até brilhar como espelho. Havia também uma porta lateral, você supôs que possivelmente dava acesso ao banheiro privativo.

Suspirou longamente, olhando para trás, Duncan estava parado exatamente no limite da porta.

—O Jantar será servido às seis.—foi tudo que ele disse antes de se retirar, você sequer teve a oportunidade de perguntar onde ficava a sala de jantar.

𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐒𝐀𝐕𝐄.-𝕾𝖆𝖑𝖙𝖇𝖚𝖗𝖓Onde histórias criam vida. Descubra agora