꧁Felix, a companhia noturna꧂

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Já devia ser a quinta ou sexta vez que você jogava agua no rosto.

Parecia melhor passar a noite toda fazendo isso do que enfrentar o olhar de quem se sensibilizava com seu estão atual, vindo de Felix você sabia que não fazia por mal — era até o oposto — mas estar ciente não a deixava menos desconfortável para você.

Por falar em desconforto, não seria uma hipérbole dizer que ultimamente tudo relacionado a ele terminava com alguma cena muito constrangedora.

Você não sabia que tipo de fenômeno era este, mas tinha a sensação de que estava em sua cota de azar anual nos últimos dias.

— Tá melhor? — ele finalmente perguntou, você acenou com a cabeça, se encarando de relance no espelho, sabia que estava com uma expressão chocada desde que acordou e mesmo tentando, parecia difícil se livrar dos olhos arregalados.

De início havia tido receio até de molhar o rosto, como se magicamente toda a água pudesse entrar em seu nariz e te afogar, mesmo que fosse algo irracional.

Quase como se fechar os olhos fizesse com que os azuis gelidos de Oliver aparecessem  em sua mente, como se você fosse um inseto que ele estava desesperado para pisar.

Suspirou ainda sem saber como agir, não queria que Felix tivesse presenciado seu pequeno surto pós-pesadelo, mesmo com toda a gentileza, uma insegurança sua ainda gritava que por dentro ele estava pensando sobre o quão imatura você era.

— Eu sei, isso foi...infantil— Você admitiu antes que ele tivesse a oportunidade de falar, embora duvidasse que ele fosse.

Que tipo de adulto funcional tinha pesadelos e acordava gritando e chorando? A última vez que você fez aquilo tinha cinco anos. Qualquer impressão positiva que o homem alto tivesse sobre você havia desaparecido.

Por falar nisso, precisava ser justamente ele quem presenciasse a cena? Deus, você tinha quase certeza de que se fosse Farleigh ou qualquer outro seu rosto não estaria tão vermelho, algo em Felix te fazia querer se estapear e comprar um voo para o Brasil.

Ele fez a tipica expressão de sorriso acolhedor, negando com a cabeça e soltando um lufo de ar.

— Ei, não. não é infantil — disse em seu típico tom de voz gentil, fazendo você se sentir ainda mais patética, mesmo que não intencionalmente. Você ergueu as sobrancelhas em descrença — Juro, tipo, olha esse lugar — ele observou o cenário ao redor como se não morasse a anos, você quis rir — Qualquer um teria um pesadelo — Você sorriu forçado, apreciando a tentava dele, que arqueou a sobrancelha indignado que nao o levasse a serio — O quê? — deu uma curta risada, encarando seus lábios — o espírito do meu bisavô assombra isso aqui desde que se jogou da varanda.

Você negou com a cabeça, sem saber quanto daquilo era verdade e quanto era uma tentativa de aliviar o clima — esperava que fosse apenas o último, embora esse senso de humor fosse no mínimo questionável.

Notou que a torneira ainda estava aberta e fechou, não deixando de perceber um lenço de papel, dobrado, com mancha vermelha. O olho de Felix seguiu o seu.

— Isso é...— não conseguiu completar a pergunta porque ele agilmente jogou na lixeira como se não fosse nada e sorriu.

Você quase conseguia sentir o cheiro das engrenagens trabalhando na cabeça dele

— Olha, se ainda tiver meio assustada com o pesadelo, posso te fazer companhia. Eu tô sem sono, então...— ele deu os ombros.

Você encarou a lixeira.

—Estava no banheiro? Por isso me ouviu? — ele não respondeu, mas a expressão sugeria a resposta — Não está com sono? — não queria parecer invasiva, mas aquilo era realmente estranho. Ele sorriu de canto após alguns segundos.

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⏰ Son güncelleme: Mar 02 ⏰

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𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐒𝐀𝐕𝐄.-𝕾𝖆𝖑𝖙𝖇𝖚𝖗𝖓Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin